23.11.06

Devaneio, numa noite destas...


Porque é que me engano sempre? À alguns dias atrás dei por mim a pensar e a descobrir que fui ludibriado outra vez! Digo outra vez porque já não é a primeira nem segunda, antes fosse! Para ser sincero já perdi a conta ás vezes que caí no engodo de pensar ser verdadeiro o sentimento que as outras pessoas mostram pela minha pessoa (ainda me considero como tal, embora por vezes me façam pensar o oposto!). Passo a vida de olhos fechados, mesmo quando me dizem que vou bater em cheio com a cabeça, eu continuo teimosamente com as pálpebras unidas, e quando as abro... quando as abro não quero acreditar no que vejo... o primeiro instinto é pensar “Será que me deixei levar outra vez?”... e o pior é que o raio do pensamento tem acertado sempre! Tenho a mania de imaginar que vivo num mundo perfeito, que ninguém era capaz de me fazer alguma coisa com segunda intenção e que é tudo muito bonito... e quando dou por mim, reparo que o mundo em que vivo também tem uma parte negra... Estou farto de ser o porta-chaves, estou farto de ser o taxista, estou farto de ser o amigo que só se conhece quando se precisa, estou farto de ser aquele que “só está aqui porque deu jeito a alguém”, estou farto de ser o “free pass” para alguém que quer sair mas só pode se for com alguém que seja conhecido dos pais, estou farto de ser posto de parte, estou farto disto tudo... Consegues imaginar o que sente alguém que é convidado para sair com um grupo de pessoas e onde só conhece uma pessoa, e essa mesma pessoa em vez de te tentar integrar no grupo, te faz sentir a mais? Estúpido sou eu em acreditar que “desta vez vai ser diferente”... Se a revolta que eu sinto saísse em forma de grito, conseguiria acordar toda a gente da minha terna cidade! Queria parar e começar de novo... mas o medo toma-me a mente de assalto! Faz-me temer que me volte a deixar enganar, e que volte a ser o porta-chaves... ou o taxista... ou qualquer um dos outros! Enquanto não encontrar alguém que me devolva, de uma vez por todas, a confiança que tinha em mim e me apague estas perguntas, que se multiplicam a cada segundo que passa no meu relógio... não vai sair este medo de dentro de mim... e não vou a lado nenhum! Preciso de ti...

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