17.11.10

Não sei voar

Não dançarei a valsa que me tocas
Por não ter asas que ma deixem voar,
Tornaram-me a alma e a mente ocas,
Sem sentimentos… abafo, sem ar.
Cortara-me me as asas e já não te acompanho,
Não tiro, assim, ao teu esvoaçar beleza
Por entre jardins e prados floridos
Restando em mim apenas a fraqueza
De rastejar por mundos descoloridos
Monocromáticos, tristes e sem vida.
Apenas a dor de uma trovoada imensa
E da penosa chuva agora aparecida
Fica só o amolecer da caminhada extensa
Em busca da felicidade que não me apetece
Apaziguando a dor que me endurece
Me torna menos sentimental
Já que eu nem sequer sei voar afinal…

16.11.10

Ergue-me

Custa voltar a erguer a espada
Que antes caiu por falta de força.
Antes que o meu pescoço torça
E a minha alma seja iluminada
Deixa-me só soltar um grito,
Juro que não te peço mais nada,
Apenas que não me deixes aflito
E deixes sair estas palavras quentes
Presa nas cordas da garganta
E ameaçadas de morte pelos dentes
Que este vociferar espanta.
Só queria apagar esta dor
E voltar a ter o mesmo fulgor
De tempos que já mal me lembro.
Talvez tenha sido outro Novembro
Mais frio, menos chuvoso
Por entre o cheiro do gelar gostoso.
Não sei, já não sei nada…
Sei que me caiu a espada
E não a estou a conseguir erguer
Resta-me apenas a vontade…
Já não sei do querer…
Não me mintas, diz-me a verdade!