31.1.07

Xutos & Pontapés - Dia de S. Receber

Embora falar da arte
Da arte de sobreviver
Daquela que se descobre
Quando não há que comer
Há os que roubam ao banco
Os que não pagam por prazer
Os que pedem emprestado
E os que fazem render
Este dia a dia é duro
É duro de se levar
É de casa pró trabalho
E do trabalho pró lar
Leva assim uma vida
Na boínha sem pensar
Mas há-de chegar o dia
Em que tens de me pagar
Ai é o dia
De S. Receber
Dia de S. Receber
Já não chega o que nos
Tiram à hora de pagar
É difícil comer solas
Estufadas ao jantar
De histórias mal contadas
Anda meio mundo a viver
Enquanto o outro meio
Fica à espera de receber
Ai é o dia de S. Receber
Dia de S. Receber
Ai a minha vida
Ai a minha vida
É assim esta diálise
Entre o deve e o haver
Sei que para o patrão custa
Enfrentar este dever
O dinheiro para mim não conta
Eu trabalho por prazer
Mas o dia que eu mais gosto
É o dia de S. Receber


30.1.07

Adeus!


Quanto custa dizer um adeus às pessoas que gostámos? Custa-me dizê-lo e fazê-lo ainda mais, mesmo que por breves instantes! Dou comigo todos aos dias a despedir-me três quatro ou cinco vezes da mesma pessoa. É a obrigação que carrego na consciência que me obriga a dizer adeus e não a vontade de ir embora, porque essa não existe verdadeiramente e a outra vontade, a de ficar, essa não consegue ser superior e não se consegue impor! É estranho a quantidade de vezes que digo, chau, adeus, tenho de ir, desta é que é, agora vou mesmo... uma infinidade de expressões que tenho de dizer para me enganar a mim próprio e crer que quero ir embora sem o desejar! Digo-o uma vez, e outra... e outra... e mais uma... e quando dou por mim já estive mais vinte minutos a tentar despedir-me... Se ao falares comigo isto acontecer, é bom sinal....

29.1.07

Desculpa!


Prometi, ontem, a alguém que hoje a minha escrita ia ser posta em dia... Tentei pensar num assunto para poder falar antes de ir dormir, mas o vento levou-me o pensamento para longe e trouxe-me o sono... durante o dia deixei “para mais tarde”, e à medida que o sol descia em direcção à imensidão azul do mar o tempo escasseava, e eu continuava sem nenhuma ideia... Sentei-me aqui para escrever e já por varias vezes vi o ponteiro dos minutos mexer e a folha continua a teimar em não se deixar pintar pela caneta que tenho no punho... Imagino entretanto o que poderia escrever... Poderia escrever sobre a minha auto-mutilação para retirar 5 mm de aço espetado num dedo, mas é melhor não, não tem interesse... Ou então dava a conhecer a minha conselheira... a minha almofada, é com ela que me aconselho a maioria das vezes, e revelava que as ideias e conselhos dela são sempre os mesmos que os da minha consciência, os mesmos medos, os mesmos avisos, por vezes penso que são a mesma coisa e confondo-os, mas é melhor não escrever isto, ninguém precisa de saber e ainda fico com vergonha ao saberem disto, na volta ainda me acham maluco... mais umas quantas voltas deu o ponteiro dos segundos e eu sem nada sobre o que escrever... Futebol? Talvez... mas já há tanta coisa a falar de futebol, só se fosse para criticar os críticos dos fóruns do meu clube, mas assim também seria critico eu, tem de ser outra coisa... mas o quê? Começo a perder a esperança e acho que vou faltar ao prometido embora me custe muito... 90º foi quanto percorreu o ponteiro dos minutos e eu já perdi a esperança de actualizar o blog como prometi... resta-me pedir desculpa a quem eu faltei com a promessa e talvez outro dia o actualize, mas hoje não... hoje não consigo...

25.1.07

Mar adentro!


Um dia perdi-me em frente ao mar. Não sei se foi do azul intenso, ou do sol quente nas cadeiras de lona. Se foi das palavras que fluíam como ondas ou do olhar onde mergulhei sem querer. Um dia perdi-me em frente ao mar. Ao sol. Ao luar. O azul como refúgio. A luz como farol.Perdi-me nos teus olhos, nos teus gestos, nos teus sorrisos. Perdi-me no mimo com que me estragas, nas mãos com que me seguras a cara, nos abraços com que me fazes sentir em casa. Perdi-me nas tuas palavras, nas tuas histórias, nos teus sonhos iguais aos meus. Perdi-me nas tuas gargalhadas, nos teus cuidados, na tua voz quente e segura.Um dia perdi-me em frente ao mar.Um dia perdi-me e encontrei-me dentro de ti.

24.1.07

Simples gesto!


Foi mais uma vez na varanda destas traseiras, que me sentei ao relento, e esperei já sem desespero que o tempo passasse e me levasse os pensamentos para longe, o frio gela-me o corpo, mas isso não me importa porque não consegue fazer o mesmo com o pensamento... Esse já abandonou o meu corpo antes mesmo de eu começar a escrever... já vai longe! Foi para tão longe que me levou a pensar no próprio tempo. Passámos o dia á espera da hora de sair do trabalho, passámos a semana á espera do fim-de-semana, passámos o mês á espera do fim-do-mês, passámos o ano á espera das férias... e desejámos com quantas forças temos que esse dia chegue o mais rápido possível, e esquecemo-nos de viver a vida, viver aqueles pequenos momentos que fazem a diferença na vida de cada um! A vida é feita de pequenos nadas! Ficámos presos a um passado que nos tolhe, nos prende os movimentos, as ideias, as intenções e os sentimentos... Prendemo-nos a algo ou a alguém de tal maneira que quando nos apercebemos é tarde demais, já fomos apanhados e somos levados para longe, para um sítio onde tudo se torna rotineiro e não há espaço para esboçar, por naturalidade, o mais belo e formoso sorriso, aquele que reluz nos inocentes olhos de uma criança... lá tudo é forçado e fingido e por isso não é bonito de se ver! É nessas alturas que temos de encontrar os amigos para nos distraírem e para voltarmos a sorrir com naturalidade! Hoje algo me fez sorrir assim... um simples obrigado fez-me sentir feliz, encheu-me de alegria fez-me nascer uma estrela nos meus olhos e aqueceu-me o peito... por dentro!

23.1.07

Sentimentos mudos!


Peguei neles... peguei neles todos e meti-os lá dentro... fechei-os com um cadeado para não saírem mais de lá! Meti lá o ódio, a raiva junta com fúria, o medo, a tristeza e a inveja, a solidão e o desprezo, tudo o que me infecta e que não tem cura medicinal! A chave não a tenho eu... a chave tem cada pessoa que eu conheço e só elas podem abrir a porta para os libertar...

22.1.07

Anti-depressivo


Já não quero
que me digam nada!
Mas também
não quero estar só!
Quero deixar assentar
toda a poeira,
quero sentir
que sou apenas
mais um grão de pó...
Já não quero
estar ausente,
quero sentir,
e ter um papel
no presente!
Quero a Primavera
a florir na lapela,
quero um sonho
ao abrir de cada janela!
Quero esquecer o passado
ao fechar de cada porta,
quero uma chuva de vida,
para lavar o sal
de cada derrota!
Se posso começar de novo,
o que é
que uma derrota importa??
Abra-se a janela!
Que se feche a porta!

20.1.07

Diferente!


Podia ser um dia igual a tantos outros, marcado pela mesma rotina de sempre, mas não, este foi diferente... Não foi diferente em tudo. O dia nasceu normalmente, calmo, sereno, sem o chilrear dos pássaros, porque estava de chuva e eles ficaram adornados no aconchego que arranjaram para passar a noite... Mas o meu dia acabou por ficar marcado de maneira a poder distingui-lo dos outros... O despertador não tocou, eu não acordei 5 minutos antes de supostamente ter tocado, acordei estremunhado pela voz familiar de alguém com quero aprender muito, o leite tinha acabado, alguém se tinha esquecido de o comprar, o carro que eu imaginava ter passado a noite na garagem ficou ao relento, e a luz do costume voltou a acender depois do interregno de alguns dias, o trânsito na estrada a caminho do trabalho já era diferente, a senhora que todos os dias, faça sol ou chuva, vem para o portão da garagem em robe avisar o marido se pode sair ou se vem algum carro já não estava lá quando eu passei, o senhor que vai de mota trabalhar com o colete reflector oferecido pela junta de freguesia vestido já não passei por ele, o lugar no estacionamento da fábrica já estava ocupado, o trabalho que estou habituado a fazer saiu todo mal feito e nem parecia eu a trabalhar... A esta hora já me perguntava que raio se passava comigo, e não encontrava resposta nenhuma... o gás acabou, a água gelada a bater no lombo arrepiou a espinha que se contorceu ao máximo e que travou o gemido que se formou na garganta, a luz continuou acesa no regresso a casa, a chuva voltou a aparecer e a cair a meus pés e eu continuava fora de mim... Frio, não só por fora, mas sem intenção, tentando manter a máscara que escondia o verdadeiro sentimento que alojava dentro deste corpo que não sentia meu... mas ela estava prestes a cair... Sentei-me no computador e eis que alguém me abana e mexe comigo... Alguém elogia o que escrevi até aqui e me incentiva a não parar... e a mostrar aquilo que escrevo e escondo só para mim... deixei de pensar em tudo, o tempo parou e já nem me lembrava do resto do dia... esqueci-me por momentos que tinha acordado 3 minutos mais tarde e todo o meu dia-a-dia parecia ter sido alterado por isso e foi com este sentimento que fui ao encontro do minha almofada onde sono já me esperava, e deixei que os olhos se cerrassem como já tinham ameaçado uma dúzia de vezes e esperei, não para adormecer, mas que o despertador tocasse no dia seguinte e voltasse a não reparar nestes pequenos promenores...

15.1.07

Casa - Da Weasel

Era tudo quando ela me dizia, "Benvindo a casa", numa
voz bem calma
Acabado de entrar, pensava como reconforta a alma
nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado
e de repente era assim, do nada, como um ser iluminado
-
e tudo fazia sentido, respirar fazia sentido, andar
fazia sentido, todo o pequeno pormenor em pensamento
perdido
era isto que realmente importava, não qualquer outro
tipo de gratificação
Não o que se ganhava não o bem que dizem de nós não,
não, não
um novo carro, uma boa poupança, nem sequer a família,
ou a tal aliança - nada...
Apenas duas palavras, um artigo, formavam a resposta
universal
A minha pedra filosofal
Seguia para dentro do nosso pequeno universo
Um pouco disperso - pronto, dísponivel para ser
submerso
Naquele mar de temperatura amena que a minha pequena
abria para mim sempre tranquila e serena

Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior

Bem-vindo a casa dizia quando saia de dentro dela
O bonito paradoxo inventado por aquela dama bela
Em dias que o tempo parou, gravou dançou, não tou
capaz de ir atrás, mas vou
porque sou trapalhão, perdi a chave, nem sei bem o
caminho
nestes dias difusos em que ando sozinho e definho
à procura de uma casa nova do caixão até a cova
o percurso é duro em toda a linha, sempre à prova

Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta, eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior

Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu
pedido de desculpas, de Socorro, de abrigo
não consigo ver uma razão para continuar a viver sem a
felicidade do meu lar
da minha casa, doce casa, já ouviram falar?
É o refúgio de uma mulher que deus ousou criar
Com o simples e unico propósito de me abrigar
Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá
fora
Faz tanto frio cá fora que eu já não vejo a hora...


Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior







PS: Un besito muy grande para Laura de Lugo

12.1.07

De 2ª a 6ª feira


"De 2ª a 6ª feira tudo passa lento
Nasce o dia sempre igual
É tão cinzento
Logo apenas sou mais um
Nem sequer e só por um momento
Paro um pouco para pensar
Neste seu tormento
Pois eu sou filho de gente
Que não desatina
Toda a vida fui fiel
A uma doutrina
Que apenas me deprime
Me sufoca e me disciplina
Quem me encontra uma saída
Para esta rotina
6ª á noite não me falem mais de trabalho
Eu quero ir embora pró arraial
Dançar pular tenho uma amiga á espera
Pelo menos uma vez que seja diferente
E tento-me perder
Seja apenas um escravo do prazer"

10.1.07

Devaneio...


“Os elogios não me elevam, as ofensas não me rebaixam...sou o que sou...e não o que acham!”

Foi esta frase e a tentativa frustrada de a interpretar que me fizeram pegar nesta folha de cara lavada e na caneta de sempre, para tentar exteriorizar o que não consigo dizer quando falo... Podia ser apenas uma frase como tantas outras, que exprimem uma opinião em forma de sentimento que é interiorizado por quem a diz ou escreve, mas cativou-me, algo me prendeu a visão a ela e me levou inconscientemente para um pensamento profundo... Não viesse a frase de quem vem e supostamente ia-me passar completamente ao lado! Com a primeira parte da frase concordo perfeitamente e não é muito difícil explicar porquê, uma vez que, trás ao de cima toda a personalidade forte existente nela e toda a força interior que se esconde por baixo do exterior angélico que apresenta... Mas o fim da frase, (sou o que sou... e não o que acham!), fez-me encontrar duas interpretações diferentes... Na primeira interpretação eu imagino que devido à exposição que tem com público, e que nem sempre corre da melhor maneira, uma vez que nem todos os clientes compreendem que nem sempre as coisas têm de ser como eles querem, ela deseje mostrar que o verdadeiro “eu” depende também da forma como ela é abordada pelas pessoas que não dão o devido valor ao trabalho que com carinho é elaborado por ela... Por outro lado, e aqui entra a segunda interpretação, é uma interrogação que me assalta os pensamentos. Será que pelo simples facto de eu “achar” que ela é simpática, carinhosa e toda uma infinidade de adjectivos qualificativos que é desnecessário transcrever para aqui, ela deixa simplesmente de o ser? Não me parece... Por isso é que escrevi “achar” com aspas... Porque na verdade, eu não acho, tenho a certeza...

Em que ficámos afinal?

4.1.07

Are you :) now? - Michelle Branch

Now, don't just walk away
pretending everything's okay and you don't care about me.
and I know it's just no use
when all your lies become your truths and i don't care yeah yeah yeah
Could you look me in the eye,
and tell me that you're happy now oooooh.
Would you tell it to my face or have I been erased,
Are you happy now?
Are you happy now?
You took all there was to take,
and left me with an empty plate and you don't care about it, yeah.
And I am giving up this game,
and leaving you with all the blame, cause I don't care yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah do you really have everything you want.
You could never give something you ain't got,
you can't run away from yourself
Could you look me in the eye,
and tell me that you're happy now yeah, yeah
Come on tell it to my face or have I been replaced,
are you happy now yeah, yeah, yeah, yeah ohh, ohh, oh oh.
Yeah, yeah, yeah, ohh oh.
would you look me in the eye,
could you look me in the eye.
I've had all that i can take i'm not about to break cause I'm happy now ooh
Are you happy now?


3.1.07

Invejo-te


Invejo-te pela tua voz
Doce e serena,
Invejo-te pelo teu sorriso
Brilhante e amoroso
Invejo-te pela tua cara
Linda e carinhosa,
Invejo-te pelo teu toque
Carinhoso e ternurento,
Invejo-te pelos teus olhos
Porque é neles que me perco,
Invejo-te pela tua maneira de ser
Porque é contigo que me sinto bem,
Invejo-te... por tudo.
E odeio-me!
Odeio-me por ter escrito Invejo-te
Em vez de Amo-te.
Tentei mas não consegui...
Invejo-te...

2.1.07

Missing - Evanescence

Please, please forgive me,
But I won't be home again.
Maybe someday you'll look up,
And, barely conscious, you'll say to no one:
"Isn't something missing?"
You won't cry for my absence, I know -
You forgot me long ago.
Am I that unimportant...?
Am I so insignificant...?
Isn't something missing?
Isn't someone missing me?
Even though I'm the sacrifice,
You won't try for me, not now.
Though I'd die to know you love me,
I'm all alone.
Isn't someone missing me?
Please, please forgive me,
But I won't be home again.
I know what you do to yourself,
I breathe deep and cry out,
"Isn't something missing?
Isn't someone missing me?"
And if I bleed, I'll bleed,
Knowing you don't care.
And if I sleep just to dream of you
I'll wake without you there,
Isn't something missing?
Isn't something...
Even though I'm the sacrifice,
You won't try for me, not now.
Though I'd die to know you love me,
I'm all alone.
Isn´t something missing me?
Isn't someone missing me?