29.9.09

No início


Ainda que muito procure
Não poderei nunca encontrar
Alguém mais que sem me tocar cure
Bastando que para isso dure
Esta amizade estrelar,
Lembrando que nem sempre brilha
A estrela que o caminho nos trilha
Aquela estrela que nos guia
De onde apenas existe o escuro
Rindo sempre se o caminho é duro
Imaginando que fácil seria
Aquela jornada mais bravia.
Nunca mais triste serei, e
As duas estrelas adorarei

27.9.09

O brilho das estrelas


Roubei duas estrelas,
De um céu que não é meu.
Foi por acaso que tropecei nelas
Em dia de baixo brilho, que por estar
Eu mais escuro, ao chegar perto delas,
Reparei no doente cintilar.
É uma dor que as deixa fracas,
Uma dor que não mostra marcas.
É por dentro que ela mora,
A dor que quero apaziguar
Que tenho sede de matar,
Antes que a estrela vá embora.
Quero curá-las para sempre,
Para que seu corpo volte a ser quente,
E volte eu para o meu lugar,
De onde ao longe voltarei a apreciar,
Duas estrelas a brilhar
Nessa imensidão distante.
Por ter eu falta de luz,
Num mundo que há muito me enclausurou,
Invade-me um pensamento atroz
Que na boca me amargou
E não me deixa dizer o que sinto
Sei apenas que minto,
Sei que o quero dizer, mas calo
E se me perguntam porque não falo
Nunca digo o que sinto...
Não é por não o saber,
Mas sim pelo medo me deter
As palavras que querem sair,
E a vergonha me fazer acreditar
Que não é este o seu lugar.
Sei que se um dia me deixarem
E voltarem ao mundo a que pertencem,
Vou guardar sempre na memória
Cada página desta história
Na esperança que um dia voltem
Não para de vez ficarem, mas por algum
Tempo estarem comigo,
Falar do tempo antigo
Do dia em que sem medo nenhum
Encontraram mais um amigo
Que as quis voltar a ver brilhar,
E passava a vida a agradecer
Sem razão aparente de ser.
Mas a verdade é que ele se sentia
No dever de agradecer por cada dia
Que passava junto das duas estrelas que roubou,
Daquela imensidão de céu
Que por muito que ele queira, não voltará a ser seu...

21.9.09

Flores no meu caminho


Vivemos uma vida feita de corridas e monotonias. Falámos em sair da rotina por vezes mas não conseguimos viver sem criar rotinas atrás de rotinas. É natural passarmos todos os dias pelo mesmo sítio em passo apressado, para não deixarmos que a rotina se altere, e vamos focando o que ao longe almejamos. Nunca reparamos que pelo caminho que percorremos existem várias coisas a que erradamente e inconscientemente apelidamos de nadas, mas que na verdade podem ser muito, basta querer, basta ter vontade de olhá-las e tentar entende-las. Foi num desses dias de rotina percorrida à velocidade do costume, que descobri que no meu caminho de todos os dias existia uma flor que diariamente me olhava mas nunca me dissera nada. Uma flor pequena e bela, com o seu jeito tímido e envergonhado o suficiente para me atrair a atenção. Prendeu-me o olhar, mas nesse dia não podia dizer-lhe um olá sequer, não podia quebrar a rotina. Continuei assim o meu caminho a flor continuava a ocupar-me espaço no pensamento e levava-me a perguntar como nunca tinha reparado nela antes. Decidi que nessa noite quebraria a rotina e tentaria falar com ela, assim fiz, nessa noite decidi ir ao encontro dela e sentei-me numa pequena pedra que a ladeia. Não tinha muito para falar com ela mas fui falando, deixando a conversa seguir, sem saber ao certo o onde queria que ela me levasse. Estive horas numa conversa que me rejuvenesceu interiormente. Sentia-me mais leve, mais feliz e confesso que me custou sair de ao pé dela, mas tinha de ser, não podia ficar para sempre lá e arrancá-la está de fora de questão. Saí com a promessa e o convite de voltar, e vontade não faltava na verdade. Assim sendo criei o hábito de ir ter com a flor e ajudá-la em tudo o que podia, regando-a, deixando que o sol a aquece-se mas não em demasia, tirando as ervas que a rodeavam para que crescesse forte e saudável, mas sobretudo falava com ela, sobre todas as coisas possíveis e imaginárias, sem receio de ser julgado ou apontado, começou a ser uma terapia para um dia duro de trabalho. Acabei naturalmente por conhecer outra flor que a costuma ladear, diferentes as duas, na cor, no número de pétalas, no cheiro, mas iguais no sentimento e na vontade de ouvir os lamentos de quem passa e se senta nessa pedra. Ainda hoje continuo a falar assiduamente com essas duas flores que encontrei no caminho para casa, ainda hoje as tento ajudar em tudo o que posso, e não espero nada em troca, quero apenas agradar e agradecer todo o carinho que elas me dão, toda a compreensão que elas têm e quero estimar, no fundo, as únicas duas amigas que tenho, e toda a amizade que delas brota. Não tenho medo que me achem doido por falar com duas flores, só tenho medo do Outono, e ele começa amanhã. Vou por isso lutar contra a queda das pétalas e contra o frio que as gela, nem que para isso tenha de dar eu a minha vida...

19.9.09

Ultimo Destino


I escaped my final moment
But it's turning back at me
On every corner I can feel it waiting
Just a moment, no awareness
I could easily slip away
And then I'll be gone forever
I'm searching,
I'm fighting for a way to get through
To turn it away
It's waiting, always trying
I feel the hands of fate, they're suffocating
Tell me what's the reason
Is it all inside my head
Can't take it no more!
All around me I see danger
And it's closing in on me
Every second I can hear it breathing
I can't stand the fear inside me
Cause it's leading me astray
And it will be my ending
I'm searching
I'm fighting for a way to get through
To turn it away
It's waiting, always trying
I feel the hands of fate, they're suffocating
Tell me what's the reason
Is it all inside my head
Can't take it no more!
But no one faced what's coming my way
And I will let my fear fade away
Whatever may be, I'll have to find out
It's waiting, always trying
Feel the hands of fate, they're suffocating
Tell me what's the reason
Is it all inside my head
Can't take it no more!