15.7.13

Negro como a noite, só como a lua



Refutado por mais um dia
Sento-me ao luar com o negro como fundo.
Afaga-me a brisa que nem me perguntou se queria
Que me fizesse companhia por um segundo.
Deixo que o piano me sirva de coração
Imagino as teclas velhas, poeirentas,
Angustiadas, cinzentas,
A transbordar de alma, de paixão,
De solidão, de dor, a isso se resume.
Um mundo descolorido por onde me passeio
Sem rumo, sem eira nem beira,
Aos caídos que já não me seguro no meio,
Desalinhado dos sonhos sonhados por brincadeira.
Sonhados pelos olhos de um menino
Afogados na água salgada
Pela força de um mundo tão pequenino
Que deseja sair desta madrugada…