29.6.11

Perto do fim



Não sou capaz de escrever para já,
Porque nada mais tenho a ocultar.
Mesmo desconhecendo o amanhã,
Não sabendo em que águas irei nadar,
Afirmo de mente aclarada,
De quem já não morde pela calada
Que nada mais há a aclamar
Nesta obscura mente ludibriada,
Que vos ilude e impede de decifrar
A verdade da falsa rima apresentada.
Não conseguirás saborear
A verdadeira razão aqui apreendida,
Aquela que não pode ser mexida
Por viver de um objectivo
Forte, caloroso, tentador,
Que me torna cada vez mais emotivo…

11.6.11

O difícil começo

Julgaste ser complicado
Ocultar-te no que vou escrevendo
Achando ser arriscado
Notarem sentido no que vão lendo
Apesar de não se aperceberem
Como vão sendo ludibriados
Acreditando poder entenderem,
Lendo os óbvios sentidos mostrados
Do que escrevo e não do que sinto,
Achando ser essa a única sensação
Saboreando apenas o que lhes minto
Seguem apenas a intuição
Atrás de um significado simples
Ganhas tu que descobres sempre mais,
Achavas tu ser complicado
Parecendo-te mesmo ser arriscado
Ocultar-te nestas andanças banais…

10 degraus até Dublin

Dublin ficará para sempre na memória dos Braguistas pela final da Liga Europa, contudo para
mim será mais especial por ter vivido de forma mais intensa e ter assistido in loco ao jogo mais
importante de sempre da História do meu Braga até à presente data. A possibilidade de ver
erguer naquele palco uma das mais importantes taças europeias a nível de futebol, fez-me
atirar de cabeça numa viagem onde não havia espaço para pensar duas vezes se seria uma boa
escolha ir. Poderá esta ser a única oportunidade que a vida me dá para assistir a tal momento,
onde o nome do Braga poderia ser levado aos quatro cantos do Mundo, fazendo com que esta
conquista se tornasse célebre pelo feito e lembrada pelo derrotar de vários Golias pelo mesmo
David, pelo mesmo clube humilde, pela mesma Legião, pelo bravo povo que se orgulha e ama
o Braga que é seu por direito, sendo o resultado a parte menos valorizada por tal amor,
positivo ou negativo, apenas importa a paixão com que os adeptos apoiam a equipa numa
caminhada que este ano nos trouxe das maiores alegrias possíveis e imaginárias ao contrário
das opiniões de quem não merece ser lembrado. Após este tempo ainda não sou capaz de
acreditar que estive lá. Nunca pensei poder ver e viver com tanta emoção uma final europeia.
É certo que não trouxe de lá a tão desejada Taça da Liga Europa, mas mesmo assim foi para
mim um sonho tornado realidade, pois nem no mais puro sonho de menino seria capaz de
imaginar possível que o meu clube, o meu Braga, atingisse tal feito entre tantos tubarões. Parti
com a incerteza do que poderia o meu Braga fazer com os olhos da Europa postos no jogo da
vida de cada valente Guerreiro. O meu frágil coração ameaçou parar assim que as equipas
perfilaram no relvado e a força de todos que trouxe na mala não parecia a suficiente para que
o coração voltasse a pôr em circulação o sangue que corre nas veias. A verdade é que uma
força maior se ergueu e lá aguentei firme todo o jogo, todos os sustos, a traição do central e o
levantar do troféu pelo adversário. Uma lágrima ameaçou cair e escorrer ao ver aquela equipa
abatida, destroçada mas que me continuou a encher de orgulho quando mostraram aos
presentes o troféu que alguma imprensa quis esconder do povo, porque mesmo os vencidos
têm direito a troféu, uma vez que para perder é preciso lá estar. Caímos, mas caímos de pé e
orgulhosos pois decerto nunca ninguém outrora imaginou que pudesse o Sporting Clube de
Braga estar tão perto desta Final para poder erguer o caneco. Confesso sem qualquer tipo de
vergonha que sonhei por diversas vezes ser possível levantar o Braga esta taça. Não se realizou
o sonho mas dá-me uma enorme vontade de gritar Amo-te Braga pela valentia e ousadia qual
Joana D’arc