25.2.07

Acorda-me quando chegares VI


Dois meses passaram desde a última vez que vi a cor dos teus olhos... Já me tinha cruzado contigo antes, mas a vontade de te dizer o que realmente sentia, escondeu-se na vergonha que guardava pelo que tinha feito... Senti-me mal por ter perdido duas oportunidades de falar contigo, mas um erro que eu tinha cometido enfraqueceu-me e fez-me fraco, medroso... Deixei-me tomar de assalto por esse medo e magoei-te sem intenção de o fazer. Algumas discussões pelo meio deixaram-me sem dormir e não te tiravam do meu pensamento nem dos sonhos, olhava para o dia e esperava um sinal teu, algo que me fizesse sorrir... Cada vez que olhava para o que tinha feito sentia vergonha de mim mesmo... Pensei que nunca mais irias querer sair dessa prateleira e nunca irias voltar a olhar para baixo... Decidi acabar com o erro que tinha cometido, e afastar-me... Afastar-me de tudo e de todos, parar e pensar em tudo... Deixei-me levar pela maré, mas continuavas presente na minha mente e no meu coração, nada te podia apagar... Voltei a adormecer e a sonhar contigo, deste-me um sinal que estavas decidida a descer das prateleiras, tentei dizer-te algumas vezes o que te "escondia" à dois meses, mas por esta ou aquela razão não encontrava maneira. Em jeito de brincadeira disseste que gostavas que te fizessem uma declaração na praia e ao luar, e numa das vezes que saímos fomos para bem perto do mar, onde conseguia-mos ouvir as ondas bater na areia fria própria do mês de Fevereiro. Era suposto apenas falar do dia-a-dia, mas acabamos por puxar o assunto onde os dois queríamos chegar... Pedi-te para esperar algum tempo, porque o erro que eu tinha feito podia-nos afectar... Disse-te para não ficares triste porque era tudo uma questão de tempo, acenaste com a cabeça num gesto de afirmação e concordância, e de repente levantas-te o olhar pregado ao chão á já algum tempo e olhaste para mim... e o que iria ser um abraço apertado tornou-se no primeiro gosto que senti dos teus doces lábios, foram breves os segundos que esperamos afinal, e não resisti, mais uma vez, ao teu olhar... É mágico o que sinto quando te olho nos olhos... Prometi ficar contigo e não te magoar mais... Afinal já tinhas chegado, já me tinhas acordado, mas não para a verdadeira realidade, desta vez sim, chegaste, despertaste-me e mostraste-me o que é amar...

17.2.07

Trouble - Coldplay

Oh no, I see,
A spider web is tangled up with me,
And I lost my head,
The thought of all the stupid things I said,
Oh no whats this?
A spider web, and Im caught in the middle,
So I turned to run,
The thought of all the stupid things Ive done,
I never meant to cause you trouble,
And I never meant to do you wrong,
And i, well if I ever caused you trouble,
Oh no, I never meant to do you harm.
Oh no I see,
A spider web and its me in the middle,
So I twist and turn,
Here I am in my little bubble,
Singing, I never meant to cause you trouble,
I never meant to do you wrong,
And i, well if I ever caused you trouble,
Oh no, I never meant to do you harm.
They spun a web for me.


15.2.07

Asas...


Asas... Só um prenuncio de asas... Mas é melhor um rabisco delas do que nem as ter. E o que importa é que eu as vejo, ainda que quase ninguém consigo, e por isso, não acredite na sua existência. Mas eu sinto, sinto e sei que um dia elas vão se tornar mais fortes, e aí eu vou poder voar. Todos se vão surpreender com aquele miudinho que traçava planos muitas vezes distantes e sonhava muito alto, porque não os compartilhava com ninguém. Ou que parecia mais um tolo que aparentemente só cultivava medo, lágrimas e fracassos. Um dia vou voar, quem sabe daqui a uma semana, um mês, um ano, ou mesmo uma vida, mas eu vou voar. Não me importo um bocadinho que seja com o tempo que isso vai demorar, só me importa mesmo é ir e, lá bem do alto, olhar para baixo e lembrar-me de onde eu saí, como era e no que me tornei... E depois olhar em frente, para onde vou, vivendo a materialização de promessas cravadas no coração e feitas durante tanto tempo, que por medo, vergonha e incerteza nunca foram reveladas... é tudo uma questão de tempo... Voar e ir para longe, para viver feliz, como aquele filhote de ave que mesmo sabendo da altura do ninho e da tempestade adiante, olha para as suas asas tão frágeis mas não teme, pois sabe, que em breve, elas vão crescer e ficar fortes...

12.2.07

Feminismo ou realidade?


Vivemos num Mundo maioritariamente governado por homens... fui criado com a imagem de superioridade dos homens. Eles eram os mais representativos, eram melhor remunerados, ocupavam cargos mais importantes, eram os donos do Mundo, governavam e tinham todo o poder... Em certos casos ainda assim é... Mas com o passar do tempo fui-me apercebendo que as coisas não são (ou não têm de ser) assim. As mulheres, ainda que, por vezes, sejam subvalorizadas, "escondem" todo o poder e o raciocínio que quando comparado com o do sexo oposto o abafa visivelmente... Têm o "sexto sentido", e os outros cinco muito apurados, têm capacidades que nenhum homem, por muito que se aperfeiçoe consegue ter... Entre uma infinidade e coisas que as mulheres possuem há uma que me fascina, a capacidade de fazer varias coisas ao mesmo tempo... Um exemplo (sem querer ser machista na parte de dizer que as tarefas domesticas cabem á mulher):


Um casal com o mesmo emprego, chega a casa á mesma hora. A atitude do homem é sentar-se no sofá, ligar a televisão e esperar pelo que se vai passando. Por sua vez a mulher vai cozinhar, põe a mesa, toma conta dos filhos, vai adiantando a roupa que tem para passar e ainda consegue falar ao telefone, ou falar com alguém e/ou ver televisão... Tentem agora inverter os papéis... o que vêm? A comida torrada, falta alguma coisa na mesa, uma peça de roupa queimada... e um filho a "vadiar"...

Por tudo isto e por muito mais, acho que as mulheres continuam a não ter o devido valor pela sociedade, apesar de mais inteligentes, mais organizadas e com maiores capacidades para governar continuam a ser olhadas como outra coisa qualquer... Ainda assim, acredito que não hei-de morrer sem ver uma mulher a governar o Mundo...

8.2.07

Nobody's listening - Linkin Park

Peep the style and the kids checking for it
The number one question is
How could you ignore it
We drop right back in the cut
Over basement tracks
With raps that got you backing this up like
(rewind that)
We’re just rolling with the rhythm
Rise from the ashes of the stylistic division
With these non-stop lyrics of life living
Not to be forgotten
But still unforgiven
But in the meantime there are those who wanna
Talk this and that
So I suppose it gets to a point
Feelings gotta get hurt
And get dirty with the people spreading the dirt
(It goes)
Try to give you warning
But everyone ignores me
(Told you everything loud and clear)
But nobody’s listening
Call to you so clearly
But you don’t want to hear me
(Told you everything loudu and clear)
But nobody’s listening
I got a
Heart full of pain
Head full of stress
Handfull of anger
Held in my chest
And everything left is aw aste of time
I hate my rhymes
(But I hate everyone else’s more)
I’m riding on the back of this pressure
Guessing that it’s better
I cant keep myself together
Because all of this stress
Gave me something to write on
The pain gave me something
I could set my sights on
You never forget the blood sweat and tears
The uphill struggle over years
The fear and the trash talking
And the people it was to
And the people that started it
Just like you
I got a
Heart full of pain
Head full of stress
Handful of anger
Held in my chest
Uphill struggle
Blood, sweat and tears
Nothing to gain
Everything to fear
(Coming at you)

7.2.07

Lembranças!


As lembranças, na minha opinião, deveriam ser o que de melhor habita em nós, no sentido de fazer com que nasça um sorriso em cada um de nós, por ter vivido algo da melhor maneira possivel. De que vale desenterrar aquelas memórias de dor, lágrimas e faltas do que não se teve? Tudo bem que nem sempre o vivemos intensamente, mas valeu a tentativa, o esforço... agora ficar a mexer numa ferida de perda ainda mal cicatrizada, vale mesmo a pena? Sei que nos completa, ainda que momentaneamente, aquela autoflagelação consentida, mas... e o depois? E o incômodo até que volte a recuperar? Já cultivei muitas coisas dolorosas, e já as reguei com muitas lágrimas... mas hoje prefiro acreditar e viver na esperança que apareçam apenas aquelas que me encham os olhos, e o coração! E as outras, que só nos moem e magoam, não me fazem bem e impedem-me de viver o melhor da vida, prefiro deixar que sejam levadas... pelo vento... pelo tempo... por qualquer coisa...

5.2.07

Inverno...


Hoje sinto-me como se a minha vida fosse a vida de uma criança de 5 anos parada no tempo, com a incerteza de muitas coisas. Criança essa que enquanto esperava ansiosamente pelo outono, na certeza de sentir uma brisa leve que arrasta as folhas castanhas outrora verdes, é surpreendida pelo inverno, pela sua chuva, pelo seu vento cortante e gelado, pelo seu frio e pelas suas desesperanças, enquanto brincava na porta de casa... Sinto-me gelado e com falta de esperança... Por vezes penso que, (muito) em breve, tudo vai mudar. Mas este inverno está a ser uma estação longa e penosa... Tento correr contra a corrente, mas ela é forte e devolve-me ao ponto de partida, experimento então andar, mas o vento que corta impede-me de abrir os olhos e não me deixa ver, só me resta parar e esperar... Nada me pode tirar daqui, nem há sequer por onde fugir, não há portas, não há chaves, não há nada... não há ninguém... Apenas eu e o inverno na porta de casa...

2.2.07

Depois!


Depois do tempo de tempestades, de sofreguidão e de abandono, em que nos sentimos perdidos e sem saber que rumo tomar, pensando que nada vale a pena e tudo foi em vão de tal forma que a vida nos parece um deserto, não daqueles de areia em que falta água, mas daqueles em que abunda a água derramada pelos nossos olhos (e pela alma) em forma de lágrimas salgadas ao nosso paladar e falta o carinho e os afectos de quem nos parece cada vez mais distante, vem sempre um intermédio, onde descobrimos vida no que achávamos mórbido e sem esperança de renascer... Temos forças para, finalmente, ver a flor, ainda que encharcada pela chuva, desabrochar, ou o pássaro, que molhado e frio começa a piar! E o mundo que antes era um deserto pintado em tons cinzentos que arrefeciam a paisagem, começa a ser colorido, e começamos a vislumbrar um mundo de cores que não víamos há muito tempo... Ganhámos um tempo novo, um tempo de novidades, em que a vida vai ensinando (e talvez redefinindo) de novo os significados de sentimentos que o tempo, pela falta de uso, nos fez esquecer sem darmos por isso, um tempo em que vamos juntando os cacos criados no passado e vamos, aos poucos, voltando a descobrir passos, que queremos desta vez que sejam mais seguros e que não sejam em falso, tendo por isso mais cautela... É no período da chuva e do medo, depois da tempestade e antes do sol e do sorriso, é nesse espaço, em que o sonho e a memória ganham fôlego e encontram uma brecha para falarem mais alto, até que sejamos capazes de os ouvir mas incapazes de traduzir o que nos dizem para a realidade... É aí que está, misturada com a solidão e a saudade, com a plenitude e o amor: a poesia, a felicidade, o sorriso!