18.2.11

A um grande amor

Lembro-me da primeira vez
Que o meu pai me levou a ver-te
A idade não era ainda metade de dez.
Lembro-me do colorido, da alegria,
Da ilusão, da magia do ambiente
E do sorriso que levava a tua gente.
Que doce murmúrio me arrepiava corpo e mente.
Senti desde esse dia, que seria um amor diferente.
Aqui se vê a coragem, a entrega, a arte e o amor
Pelo símbolo que carregas ao peito sem pudor.
A estes adeptos só importa ver ganhar seus jogadores,
Mas se perdem com honra, defendendo as tuas cores,
Que suem a camisola, que entreguem seu coração
Que deixem em campo a pele e não têm de pedir perdão.
E todos os que se sentem desiludidos, ano após ano
Que juram não voltar a sofrer tanto e não voltar a ver-te
Na próxima época voltam à bancada para defender-te.
Porque o amor por ti não se controla, é soberano!
São estas palavras que me saem do coração,
Escritas a sangue do meu próprio corpo,
Que espero que acordem para a razão
O sentimento que muitos julgam morto.
Aquele sentimento com vontade de lutar
Contra quem no caminho se atravesse
Aquela enorme crença que os podemos derrotar,
Um sentimento assim não se esquece.
A quem não te quer, te odeia e te insulta,
Esta cruz carregará sempre:
A de ter de lutar contra a tua gente
Que te defenderá até à morte na luta.
É esse preço da tua glória.
E se tens sido Enorme na vitória,
Nas derrotas serás mais forte,
Porque da tua história não reza a sorte,
Apenas lágrimas, sangue e suor
Por adeptos, jogadores e dirigentes derramado
Desde Celtic, Sevilha e do Arsenal amado,
Às batalhas ganhas de menor valor.
Não conheço Braguista que vá por esse mundo sem te levar
Que não se sinta orgulhoso, que não sinta prazer ao te mostrar.
Ser campeão de Portugal, da Europa ou do Mundo,
Apenas nos irá fazer bem à vista
Porque não é esse o maior sentimento e orgulho,
Mas sim o de ser Braguista
Quando o meu dia chegar e Deus me quiser à sua beira
Dir-lhe-ei que não vou pró céu, porque o meu céu é na Pedreira
Que me deixe ficar com a minha gente
Com aqueles que nunca te faltaram
Com os que gritam presente!
Com os que sempre dão a cara e te protegem, te defendem,
Com os que sentem ferver o sangue e os que choram quando perdem,
Com os que vivem lutando e os que tombaram valentes,
Ao lado de grandes jogadores, ao lado de grandes presidentes
Com os que não se rendem e com sangue juraram te amar sempre…