Existirá
uma meta? Será que corremos numa maratona sem fim? Valerá a pena o esforço, o
suor, as lágrimas, as dores? Apetece-me parar, sentar-me, cruzar as pernas e
calmamente ver os outros passar, dar-lhes força para que continuem sempre na
procura do que eu deixei de crer que exista, o cruzar da meta, o momento de
glória dos que finalizam não interessa o lugar, a felicidade de lá chegar, o
sentimento de realização que tão bem nos faz ao ego. “Que parvos!” – exclamaria
eu. “Isto é apenas um círculo! Corram seus parvos, corram cada vez mais!” e
ficaria só, seria motivo de chacota, seria o parvo que nada busca, o que
deambula, o que não sai da cepa torta. Mas não será isso que eu sou? Porque
corro afinal se nada muda? “Isto é um circulo seu parvo! Mas corre, corre que
um dia… vais voltar aqui outra vez. Seu parvo!”