25.4.10

Liberdade

Chamo do alto a liberdade
Que me roubaram sem desdém,
Já nem me importa quem a tem,
Exijo apenas a igualdade,
Ser comparado com os da mesma idade
Poder sorrir sem qualquer medo
Enquanto aponto firmemente o dedo
A quem se baseia na falsidade
Promíscua na ingratidão
Tentando fazer do vento tempestade
Que atinge e destrói sem exactidão
A mais pura e fiel verdade.
Tentam vender-me a troco do fel.
Querem de mim fazer o vilão
Que espalhou a destruição
Onde antes barrei o mel.
Dei o que tinha e o que me faltava
Segurei o leme até não ter mais força,
Capaz de impedir que um sorriso torça
Se num bolo-rei acertar na fava.
Mas de nada valeu e de nada me vale
Porque agora querem que me cale
Perante tamanha mentira e desfaçatez
Criada por pura malvadez
E que distorce a verdade de sentimentos
Passados que foram de acalentos
E que apregoados agora são nas costas
De fingidos, falsos, e que afinal nem gostas.
Estou cansado de viver com correntes
Que me amarram a ideias contra dizentes
Sobre o que no passado se viveu
E que no presente se distorceu.
Quero apenas ser livre e ter vida
Para contar a história não distorcida
Que com sentimentos não se brincam
Nem com as lanças que fincam
Uma alma dilacerada
À espera de ser libertada
Por um cravo que não será vil
E lhe traga o seu 25 de Abril...

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