Já nem a música que me faz vibrar o rasgado tímpano me sossega, já nem os gritos de alguém que canta a tempestade me fazem abstrair e desbloquear uma mente presa na sua própria armadilha. Não me apetece rimar, talvez o jeito tenha ficado preso na neve do outro lado dos Alpes. Tenho saudades de ser só eu, o mesmo de sempre a alimentar as minhas ideias e os meus sonhos como se fossem bebés famintos por um delicioso biberão de leite. Quem me dera voltar a ser bebé, voltar ao tempo em que todos os problemas se resolviam no colo dos pais, ou numa noite dormida entre ambos. Voltar ao tempo em que não tinha consciência, onde não era massacrado com perguntas sem fim, se chamarmos resposta ao fim. Porque pensei que era capaz de ajudar se na verdade estava era a forçar? Dói-me saber que nada posso fazer para apagar a memória, nada posso fazer para te voltar a prometer um jardim florido, com rosas, malmequeres e cravos que florescem mesmo no inverno, dói-me querer fazer tudo tão bem e não perceber que o caminho não é esse. Preciso abrandar o carro em excesso de velocidade, preciso mentalizar-me que tenho de ter mais calma, preciso falar menos e agir mais, mostrar o lado bom de um dia negro, o calor de um abraço, o ritmo cardíaco de um beijo, preso nos lábios de alguém que coloquei numa redoma para que não magoe mais do que a mim…
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1 comentário:
sublime =)
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