22.9.11

Vento


Subi à mais alta montanha!
Queria ver-te, tenho saudades.
Puxei pelas minhas habilidades
E tentei decifrar tudo o que olho o apanha.
Não te consegui ver, estás distante.
Desanimei e sentei-me nas flores a meus pés
Contei-lhes tudo, disse-lhes quem és,
Disse-lhes o que sinto, o quanto és importante.
No meio da conversa tentou meter-se o vento
Com seu ar forte e valentão, ia soprando
Ia-se fazendo de desatento,
Mas chamava-me fraco e suspirando
Pedi-lhe um enorme favor,
Pedi-lhe que te entregasse um beijo
Doce, ternurento, meigo, cheio de amor,
E te dissesse que ver-te neste ensejo
Era o meu maior desejo.
Poder sussurrar-te o quanto te quero,
Acalmando-te prometendo que por ti espero
Como se estivesses ao virar da esquina,
É assim que vou sobrevivendo,
Enganando a mente que também desatina,
Enganando um coração que resiste à dor
Anestesiada pelo teu amor.
Depressa o vento forte se comoveu
E o seu ar agreste desapareceu,
Amainou e ouvi-o prometer
Que te entregaria o meu pedido
Numa leve brisa ao amanhecer.
Um beijo, um carinho e um amo-te sentido…

Parabéns!



Pediste-me que fizesse um poema
Anunciando o teu aniversário,
Respondi que pegaria nesse tema
Adicionaria mais um poema ao diário.
Busquei as palavras ideais,
Enfeitiçadas pela tua alegria,
Nascidas entre os meus dedais,
Sentidas com alguma nostalgia.
Palavras não há para igualar
A prenda que tu merecias,
Um inteiro recital te queria dar.
Lamento por apenas te desejar um
Aniversário muito feliz…

20.9.11


Há uma nova remessa de 50 livros pronta a ser distribuida por quem os desejar. A quem não conhece, é uma edição com alguns dos melhores textos publicados aqui no blog ao longo dos últimos 5 anos.

3.9.11

Não é justo esconder

Deixei-me levar pelas notas de um piano, que me foram batendo uma a uma no peito. Leves, meigas, doces… suaves… Lembraram-me de ti, mas não me mataram a falta que me faz o teu carinho. Cansei-me de te esconder em emaranhados de palavras, em textos sentidos pelo coração mas nem sempre fazendo sentido para quem os lê, cansei-me de joguinhos com letras. Não é justo esconder o que arde cá dentro, o que de mais bonito podemos ver nascer e sentir, o que mais queremos preservar e queremos fazer durar. Não é justo guardar só para mim a vontade de gritar o que sinto por ti quando na verdade quero gritar mais alto que tudo e todos.  Parei para pensar em como somos tão estúpidos ao ponto de não dizermos que amamos alguém porque temos medo, medo que nos achem ridículos, medo que nos achem inferiores e frágeis, mas na verdade desejamos com todas as forças ouvi-lo da boca de alguém, num sussurrar sentido ao nosso ouvido, numa voz tremula, meiga e doce, num palpitar de um coração que quer sair do peito, num esvoaçar de ideias que nos fazem sentir as pessoas mais felizes do Mundo. Não acredito que alguém não seja assim… Se queremos ver um sorriso na cara de quem amamos porque não lhe dizemos? Porque não lhe baralhamos os sentido e não lhe pomos o coração aos saltos? E se não houver amanhã? Um dia não vai haver, e vamos querer voltar a um ontem que nunca vamos poder, por isso te digo hoje o que há muito tempo alguém incompreendido chamou de fogo, por isso não te escondo neste texto. Podia dar-te uma flor, podia dar-te a maior das extravagâncias, mas não, nada disso é suficiente, é o Mundo que quero conquistar para ti. Não sei ainda quando estarei do outro lado desta bola que chamamos planeta mas prometo-te que volto, volto por ti, e trarei o outro lado do Mundo que prometi dar-te… Até lá quero apenas lembrar-te do que me enche a alma, me acalenta o coração, me alimenta o sorriso. Porque mesmo não sendo Carnaval não levas-te a mal que dissesse que te amo. Não te vou chamar de flor, nem de borboleta, ou outra coisa qualquer para te esconder, chamo-te de Joana e digo por isso que te amo…