Deixei-me levar pelas notas de um piano,
que me foram batendo uma a uma no peito. Leves, meigas, doces… suaves… Lembraram-me
de ti, mas não me mataram a falta que me faz o teu carinho. Cansei-me de te esconder
em emaranhados de palavras, em textos sentidos pelo coração mas nem sempre
fazendo sentido para quem os lê, cansei-me de joguinhos com letras. Não é justo
esconder o que arde cá dentro, o que de mais bonito podemos ver nascer e
sentir, o que mais queremos preservar e queremos fazer durar. Não é justo
guardar só para mim a vontade de gritar o que sinto por ti quando na verdade
quero gritar mais alto que tudo e todos. Parei para pensar em como somos tão estúpidos ao
ponto de não dizermos que amamos alguém porque temos medo, medo que nos achem ridículos,
medo que nos achem inferiores e frágeis, mas na verdade desejamos com todas as
forças ouvi-lo da boca de alguém, num sussurrar sentido ao nosso ouvido, numa
voz tremula, meiga e doce, num palpitar de um coração que quer sair do peito,
num esvoaçar de ideias que nos fazem sentir as pessoas mais felizes do Mundo.
Não acredito que alguém não seja assim… Se queremos ver um sorriso na cara de
quem amamos porque não lhe dizemos? Porque não lhe baralhamos os sentido e não lhe
pomos o coração aos saltos? E se não houver amanhã? Um dia não vai haver, e
vamos querer voltar a um ontem que nunca vamos poder, por isso te digo hoje o
que há muito tempo alguém incompreendido chamou de fogo, por isso não te
escondo neste texto. Podia dar-te uma flor, podia dar-te a maior das
extravagâncias, mas não, nada disso é suficiente, é o Mundo que quero conquistar
para ti. Não sei ainda quando estarei do outro lado desta bola que chamamos
planeta mas prometo-te que volto, volto por ti, e trarei o outro lado do Mundo
que prometi dar-te… Até lá quero apenas lembrar-te do que me enche a alma, me
acalenta o coração, me alimenta o sorriso. Porque mesmo não sendo Carnaval não
levas-te a mal que dissesse que te amo. Não te vou chamar de flor, nem de
borboleta, ou outra coisa qualquer para te esconder, chamo-te de Joana e digo
por isso que te amo…
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1 comentário:
Que bom este abraço sentido que te trouxeram as notas do piano... que bom ler as tuas palavras quentes e reconfortantes, sentir o coração querer saltar fora do peito, as borboletas em rebuliço no estomago, os olhos a quererem desfocar pela intensidade do que me estavas a querer dizer... Não precisas tentar trazer o mundo, sei que é pesado e uma batalha dificil, mas a melhor conquista que me podes oferecer é o teu amor, com ele sinto-me mesmo a dona do mundo... Amo-te Rui
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