Saudade
do sossego, de ouvir o silêncio e de o perceber a cada pausa. Saudade da paz
interior que antes me explodia pelo poros, saudade da calma, saudade de sentir
o bater do coração e saudade de ter tempo para o escutar simplesmente a bater
sem que nada nem ninguém lhe peça para tal. Saudade de reparar em nada, saudade
de deixar fugir o que tudo parecia sem que isso ganhe mais importância que a
que realmente tem… nenhuma. Saudade de não pensar no amanhã, no logo, no daqui
a pouco. Saudade de sentir o frio roer-me os ossos, de sentir o vento gelar-me
a cara. Saudade dos gritos mudos que apenas os surdos compreendem, ninguém
melhor que eles para lerem os olhos. Esses não mentem, brilham… Brilham.
Saudades do brilho, do sorriso e da felicidade ligeira. Saudade da despreocupação
e da falta de objetivos. Saudade de navegar à deriva ao invés de à bolina. Saudade
de escrever e não ter tema, saudade de desencaixar o subconsciente e de sair de
dentro de mim. Saudade de não saber quem sou, saudade de não ter futuro,
saudade de não ser, saudade de não viver… Saudade de não sentir saudade.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário