21.9.09

Flores no meu caminho


Vivemos uma vida feita de corridas e monotonias. Falámos em sair da rotina por vezes mas não conseguimos viver sem criar rotinas atrás de rotinas. É natural passarmos todos os dias pelo mesmo sítio em passo apressado, para não deixarmos que a rotina se altere, e vamos focando o que ao longe almejamos. Nunca reparamos que pelo caminho que percorremos existem várias coisas a que erradamente e inconscientemente apelidamos de nadas, mas que na verdade podem ser muito, basta querer, basta ter vontade de olhá-las e tentar entende-las. Foi num desses dias de rotina percorrida à velocidade do costume, que descobri que no meu caminho de todos os dias existia uma flor que diariamente me olhava mas nunca me dissera nada. Uma flor pequena e bela, com o seu jeito tímido e envergonhado o suficiente para me atrair a atenção. Prendeu-me o olhar, mas nesse dia não podia dizer-lhe um olá sequer, não podia quebrar a rotina. Continuei assim o meu caminho a flor continuava a ocupar-me espaço no pensamento e levava-me a perguntar como nunca tinha reparado nela antes. Decidi que nessa noite quebraria a rotina e tentaria falar com ela, assim fiz, nessa noite decidi ir ao encontro dela e sentei-me numa pequena pedra que a ladeia. Não tinha muito para falar com ela mas fui falando, deixando a conversa seguir, sem saber ao certo o onde queria que ela me levasse. Estive horas numa conversa que me rejuvenesceu interiormente. Sentia-me mais leve, mais feliz e confesso que me custou sair de ao pé dela, mas tinha de ser, não podia ficar para sempre lá e arrancá-la está de fora de questão. Saí com a promessa e o convite de voltar, e vontade não faltava na verdade. Assim sendo criei o hábito de ir ter com a flor e ajudá-la em tudo o que podia, regando-a, deixando que o sol a aquece-se mas não em demasia, tirando as ervas que a rodeavam para que crescesse forte e saudável, mas sobretudo falava com ela, sobre todas as coisas possíveis e imaginárias, sem receio de ser julgado ou apontado, começou a ser uma terapia para um dia duro de trabalho. Acabei naturalmente por conhecer outra flor que a costuma ladear, diferentes as duas, na cor, no número de pétalas, no cheiro, mas iguais no sentimento e na vontade de ouvir os lamentos de quem passa e se senta nessa pedra. Ainda hoje continuo a falar assiduamente com essas duas flores que encontrei no caminho para casa, ainda hoje as tento ajudar em tudo o que posso, e não espero nada em troca, quero apenas agradar e agradecer todo o carinho que elas me dão, toda a compreensão que elas têm e quero estimar, no fundo, as únicas duas amigas que tenho, e toda a amizade que delas brota. Não tenho medo que me achem doido por falar com duas flores, só tenho medo do Outono, e ele começa amanhã. Vou por isso lutar contra a queda das pétalas e contra o frio que as gela, nem que para isso tenha de dar eu a minha vida...

3 comentários:

Anónimo disse...

ÉS O NOSSO JARDIM E NÓS ADORAMOS-TE (LLL)
E és o meu anjo tu sabes <3
*

Anónimo disse...

I WILL BE ALWAYS WITH YOU MY ANGEL

ADORO-TE <3

BvVeira disse...

ADOROOO-TE MUITOOOO <3