Não me lembro dos primeiros que vivi, por ser pequeno e não perceber que os dias eram diferentes, achava que nenhum deles era diferente no significado. Aos poucos lá me fui apercebendo que havia um dia que eu iria gostar mais que os outros, um dia que iria ter um carinho especial. Comecei a aperceber-me que nesse dia se fazia uma pequena festa, e que, ao contrário do Natal, apenas eu recebia presentes. Decorei essa data e por ser um dia em que me sentia feliz, comecei a ansiá-lo. Não me lembrava muito dele até ao início de Novembro, e aí começava uma contagem decrescente pelo penúltimo dia do mês, o dia da euforia, o dia em que da aurora ao crepúsculo eu estampava um sorriso na cara que me saia com a maior naturalidade e simplicidade do mundo. Com o passar dos anos essa ânsia começou a demorar menos tempo, porque a contagem decrescente foi reduzindo o número de dias a contar. Notei isso este ano, foi diferente esta espera. Não sei ao certo a que razão atribuir, mas no fundo encontro várias razões para a falta de ânsia e de lembrança. Durante este mês que amanhã acaba, não me lembrei do dia 29, não me lembrei de contar os dias que faltavam, não me lembrei de querer vê-lo chegar, não me lembrei de sentir a ânsia, mas não me esqueci que fazia anos. A todos os que se lembraram de mim, muito obrigado, e fica aqui uma musica de alguém que vai actuar na minha festa de anos logo à noite algures em Lisboa. A última parte como é lógico sou eu a regar...
29.11.09
17.11.09
Carta para a vida II
E se eu quiser desistir?
Rir-me até não poder mais na tua cara
E depois deixar-me simplesmente ir,
Até à linha que separa
O dia de hoje dos restantes dias.
O que farias?
E se eu quiser partir?
Sacrificar o resto que falta de te viver?
Deixa-me escolher seguir
Mesmo que não signifique me mover.
Disseste que ias acabar,
Estás à espera de quê?
Não vou fugir, nem me vou acobardar
Demoras tanto a fazê-lo porquê?
Tentei ser alguém diferente
Mas nada mudou interiormente,
Finalmente encontrei-me a mim
E afinal sou mesmo assim.
Espero só pelo teu fim.
Vem, estou à espera, deserda-me!
Vem, sem medos, enterra-me!
Rir-me até não poder mais na tua cara
E depois deixar-me simplesmente ir,
Até à linha que separa
O dia de hoje dos restantes dias.
O que farias?
E se eu quiser partir?
Sacrificar o resto que falta de te viver?
Deixa-me escolher seguir
Mesmo que não signifique me mover.
Disseste que ias acabar,
Estás à espera de quê?
Não vou fugir, nem me vou acobardar
Demoras tanto a fazê-lo porquê?
Tentei ser alguém diferente
Mas nada mudou interiormente,
Finalmente encontrei-me a mim
E afinal sou mesmo assim.
Espero só pelo teu fim.
Vem, estou à espera, deserda-me!
Vem, sem medos, enterra-me!
12.11.09
Voltei a ver-te
Voltei a ver-te
A mesma cara, diferente o corpo
Sei que não poderei ter-te
Mas no fundo gostei daquele sopro
Pequena corrente bafejada
De uma cara lembrada,
Uma lágrima que quer sair,
E uma mão pronta a impedir.
No pensamento tento decifrar,
Se será verdade ou imaginação.
Deixaram-te voltar?
Acelera-se o coração,
Mas foca-se a visão,
E vejo agora com clareza.
Que tamanha decepção
Quando tive a certeza
Que não era o teu rosto,
Que afinal não ia ter-te,
Que são distantes os nossos mundos
Mas mesmo assim voltei a ver-te
Ainda que por 2 segundos...
A mesma cara, diferente o corpo
Sei que não poderei ter-te
Mas no fundo gostei daquele sopro
Pequena corrente bafejada
De uma cara lembrada,
Uma lágrima que quer sair,
E uma mão pronta a impedir.
No pensamento tento decifrar,
Se será verdade ou imaginação.
Deixaram-te voltar?
Acelera-se o coração,
Mas foca-se a visão,
E vejo agora com clareza.
Que tamanha decepção
Quando tive a certeza
Que não era o teu rosto,
Que afinal não ia ter-te,
Que são distantes os nossos mundos
Mas mesmo assim voltei a ver-te
Ainda que por 2 segundos...
8.11.09
Insónia
Acordo gelado de um sonho,
Sento-me na cama enquanto penso
Sobre algo que tem agora senso.
Passo despercebido de manhã à noite
E já não resta nada que me afoite,
Levaram-me a alma, levaram-me o coração,
Agora apenas estou, sem qualquer suposição,
Não mais do que vivo,
Enquanto mal sobrevivo,
Numa palavra sou um... esquecido.
Ofuscado pela luz do meu calabouço
Onde existe escuridão e um sorriso evadido,
Murmuro um silêncio, e agora
Já nem quando penso alto me ouço...
Não sairão mais palavras da minha boca
Criadas por esta mente oca,
Que apenas consigo fala
E todos os prenúncios de voz cala.
É como se vivesse alguém dentro de mim,
Alguém que me acorda quando fecho os olhos,
Alguém que sabe quando será o meu fim
Como se me descobrisse sempre que minto
E me ridicularizasse se já não nem sinto.
Sei que estou a ficar paranóico,
E que não sou mais que um acanhado.
Nunca serei capaz de um acto heróico
Que me liberte deste tornado
Que há muito me habita a mente
E me baralha o que antes era desejado
E agora tão de repente
É um tumulto de poeiras despejado.
Sujidade de um cérebro poluído
De pequenos sonhos e objectivos,
Nenhum deles foi concluído,
E acabaram-me os incentivos.
Não quero mais mentir
E mostrar quem não sou,
Quero apenas de mim fugir
Mas não tenho para onde ir,
A solidão tudo me roubou...
Sento-me na cama enquanto penso
Sobre algo que tem agora senso.
Passo despercebido de manhã à noite
E já não resta nada que me afoite,
Levaram-me a alma, levaram-me o coração,
Agora apenas estou, sem qualquer suposição,
Não mais do que vivo,
Enquanto mal sobrevivo,
Numa palavra sou um... esquecido.
Ofuscado pela luz do meu calabouço
Onde existe escuridão e um sorriso evadido,
Murmuro um silêncio, e agora
Já nem quando penso alto me ouço...
Não sairão mais palavras da minha boca
Criadas por esta mente oca,
Que apenas consigo fala
E todos os prenúncios de voz cala.
É como se vivesse alguém dentro de mim,
Alguém que me acorda quando fecho os olhos,
Alguém que sabe quando será o meu fim
Como se me descobrisse sempre que minto
E me ridicularizasse se já não nem sinto.
Sei que estou a ficar paranóico,
E que não sou mais que um acanhado.
Nunca serei capaz de um acto heróico
Que me liberte deste tornado
Que há muito me habita a mente
E me baralha o que antes era desejado
E agora tão de repente
É um tumulto de poeiras despejado.
Sujidade de um cérebro poluído
De pequenos sonhos e objectivos,
Nenhum deles foi concluído,
E acabaram-me os incentivos.
Não quero mais mentir
E mostrar quem não sou,
Quero apenas de mim fugir
Mas não tenho para onde ir,
A solidão tudo me roubou...
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