15.1.11

Lágrima

Não me foge o sorriso
Por estar preso ao meu pulso
Apesar de ter sofrido um impulso
Sem qualquer tipo de aviso
Que o queria enviar para longe
E cerrar num convento, qual monge,
Substituí-lo por uma gota
Gorda e salgada como o mar,
Que ameaça se soltar
E de um enfraquecimento me dota
Que me faz temer o amanhã,
Me impede de pensar futuro
Pois não sei se duro até lá
E se sobrevivo à queda do muro
Que me serve de suporte,
Não me deixa desabar
Em direcção à certa morte,
Se nesta linha não me equilibrar.
Sento-me sobre ele
Na tentação de me largar,
Na esperança de apagar
As marcas deixadas não na pele
Mas cravadas no peito
Por ferros que nos fazem sofrer
E por vezes desejar ser o eleito
De quem escolhe quem deve morrer.
Molha-me a face, e não a seco,
Deixo-a cair por onde calha
Pois não sou santo, também peco
E não há perdão que me valha…

2 comentários:

marta daniela disse...

muito bom, muito bom mesmo (:

marta daniela disse...

obrigada (: