3.12.08

The Script - The Man Who Can't Be Moved

Going back to the corner where I first saw you,
Gonna camp in my sleeping bag I'm not gonna move,
Got some words on cardboard got your picture in my hand,
Saying if you see this girl can you tell her where I am,
Some try to hand me money they don't understand,
I'm not...broke I'm just a broken hearted man,
I know it makes no sense, but what else can I do,
How can I move on when I'm still in love with you...

Cos if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.

So I'm not moving...
I'm not moving.

Policeman says son you can't stay here,
I said there's someone I'm waiting for if it's a day, a month, a year,
Gotta stand my ground even if it rains or snows,
If she changes her mind this is the first place she will go.

Cos if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.

So I'm not moving...
I'm not moving.

I'm not moving...
I'm not moving.

People talk about the guy
Who's waiting on a girl...
Oohoohwoo
There are no holes in his shoes
But a big hole in his world...
Hmmmm

and maybe I'll get famous as man who can't be moved,
And maybe you won't mean to but you'll see me on the news,
And you'll come running to the corner...
Cos you'll know it's just for you

I'm the man who can't be moved
I'm the man who can't be moved...

Cos if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.
[Repeat in background]

So I'm not moving...
I'm not moving.

I'm not moving...
I'm not moving.

Going back to the corner where I first saw you,
Gonna camp in my sleeping bag not I'm not gonna move.


12.11.08

Acorda-me quando chegares XVIII


Fácil. Fácil é uma palavra que não entra no dicionário, não dos que se compram em livrarias, mas no da vida. É difícil viver a vida, e difícil sorrir se ela nos faz chorar, é difícil encontrar uma mão que nos ajude a levantar quando tropeçamos nas rasteiras da vida, é difícil olhar a vida de frente e levantar a cabeça quando ela nos cega como o sol. Necessitámos de uma ajuda mútua para podermos (sobre)viver. Eu encontrei-a, demorou algum tempo mas consegui! É nos tempos conturbados que nos apercebemos da falta que fazemos um ao outro, é quando estamos longe que desejamos estar perto, é quando não temos a ninguém a quem contar os nossos medos que reparamos que quem amamos nos pode ajudar, nos pode dar o calor no coração que nenhum aquecedor consegue ainda. É quem amamos que nos faz sorrir mesmo debaixo das nuvens escuras de um dia frio de inverno. Basta uma palavra, um gesto, uma mensagem inesperada, uma simples flor, um carinho, para que derretamos o maior iceberg que nos invade por dentro! Olho para trás, para uma vida quase com 2 anos que vai marcando os seus passos aos poucos e lembro cada pequeno gesto feito, cada pequena força dada, e vejo o quão forte é o sentimento que guardo cá dentro. Um sentimento que tem sido à prova de tudo, por entre batalhas nunca antes sonhadas, e tem crescido e evoluído como sentimento. Vamos ganhando cada vez mais confiança para os próximos passos a dar e só quero que sejam bem cimentados para podermos formar algo pelo que à muito vimos a lutar. Quero-te amar, quero ficar contigo, quero ser parte integrante da tua vida, quero-te ajudar e quero que te sintas amada e feliz por estares comigo. Deixas-me ajudar-te? Então acorda-me...

3.9.08

Acorda-me quando chegares XVII


Tenho medo, tenho medo do escuro! Medo do escuro que fica em meu redor quando partes, sufoco e bato contra tudo e todos, entro num estado único de esquizofrenia que não deixa pensar, que me tapa a visão e que aflige, me mói e me mata! Perco todos os dias os meus sentidos e o sentido da vida no meio desta escuridão, onde não existem velas, lâmpadas, nem holofotes que a eliminem e me deixem ver. És tu a luz, a única estrela cujo ponto cintilante abrilhanta toda escuridão que me rodeia. É essa luz que me guia e me ensina o caminho, caminho que apenas vislumbro quando perto dela estou. Eu quero mas não consigo estar sempre ao lado dela e todos os dias eu volto a entrar na escuridão que me amedronta e me traz visões do horror de viver na escuridão para sempre! Todos os dias eu me perco na falta de luz, mas todos os dias procuro ser iluminado e encontro o meu caminho. Abstraio-me deste fantasma preto que me enubla enquanto escrevo, e enquanto espero por ti adormeço na esperança que me voltes a guiar amanhã, sei que um dia, juntos, derrotaremos a escuridão, entretanto já sabes...acorda-me quando chegares...

15.8.08

Gverreiros do Minho - O assalto do exército de Leste


O silêncio das espadas consigo ouvir
Por entre tantos melros a cantar,
É o sossego irritante que me faz sentir
Que estes momentos não são p’ra durar.
Chegam rumores ao longe, do leste
Que querem tomar nosso posto de assalto,
Algo faz com que a batalha deteste,
Mas se ela vier, eu a esta não falto!
Ao lado da minha Legião sempre lutarei,
Só me fará parar meu sangue derramado,
No primeiro dia isso eu jurei,
E no último sentir-me-ei honrado!
Da batalha chega a confirmação,
O exército saiu de Mostar.
A certeza que tomaram esta direcção
Faz-nos preparados desejar estar.
Poucos dias pude o horizonte olhar
Sem avistar tão raro pelotão,
Não sabia o que de lá esperar,
Apenas confiava na nossa união!
Eis que chega a hora de erguer a espada,
Pedir ajuda a quem nos guia lá em cima.
Rogar que nossa gente seja bafejada
De sorte na batalha que se aproxima!
São inimigos altos e entroncados,
Toscos, rudes e sem escrúpulos.
Dificilmente serão derrotados
Os mestres Bósnios e seus discípulos.
Cedo atacámos para impor respeito,
Na ânsia de mostrar quem manda!
Seu General não sentiu despeito,
E não ordenou a desejada debanda.
Paciente a batalha baseada em calculismo,
Por pequeno que fosse o erro seria fatal,
Criou em ambas partes certo cepticismo,
Ninguém adivinhava tremendo final!
Sofreu duro golpe o exército forasteiro,
Quando a dor não podia ser aliviada,
Foi o último mas também o primeiro,
E levou o maioral a ordenar a retirada!
Povo infame que não sairá impune,
Por perturbar tamanho sossego!
Seja esta chuva um mero queixume,
Das lágrimas que verterão cedo.
Prisioneiro liberdade terás de novo,
Tomarás a estrada por onde vinhas,
Diz ao teu general e ao teu povo
Que em breve terão noticias minhas...

12.8.08

Gverreiros do Minho - A invasão Turca


Paciente esperas a batalha,
Contra quem procura vingança.
Não haverá sorte que lhes valha,
Na Legião reina a confiança...
Compenetrado está o General
Treinando os Gverreiros até à exaustão,
Firme, rigoroso e imperial,
Na incessante busca da perfeição!
Vem correndo o mensageiro,
Tentando o alerta impor.
Grita com ar muito certeiro,
“Chegam antes do sol pôr”.
Corre Gverreiro para o teu posto
E ao longe já os poderás ver,
Terá a tua vida um novo gosto,
Se no fim os conseguires vencer.
Pequeno o grupo que se aproxima,
A bandeira de Sivas vem na frente.
Serão poucos como se estima?
Ou de emboscada virá mais gente?
Toda a Legião se põe alerta,
O povo Turco parece matreiro,
Terás de agir na hora certa
Para que o ataque saia certeiro.
Lutaste sempre com valentia
E nunca mostraste perdão
O exército forte que se previa
Não passou de uma ilusão.
Sem baixas, com garra e união,
Assim se pinta esta vitória,
Se combatermos ao lado da Legião,
Juntos atingiremos a glória...

26.7.08

Gverreiros do Minho - A conquista da Ásia Menor


Ao longe olho o horizonte
Sem qualquer pressa ou anseio,
Avisto algo no cume do monte
Um brilho que me traz receio.
Uma figura humana vislumbro,
Vem a cavalo montado.
Desconheço qual o seu rumo,
E de bandeiras vem ladeado.
Aproxima-se rápido como vento,
Já ouço o seu marchar vitorioso,
Não os identifico, mas tento
Desvendar o cavaleiro majestoso.
Nas bandeiras fixo o olhar
Em busca de algo que me afoite,
O vento fá-las desfraldar
E mostram-me a Sr.ª do Leite!
É impossível esconder o fulgor
Misturado com tamanha emoção.
Foram conquistar a Ásia Menor.
Está de volta a minha Legião!
Travaram batalha em Sivas
Com povo de diferentes costumes.
Sua vitória merece “vivas”,
Estes bravos saíram incólumes!
Da vitória existe ainda o cheirinho,
Mas não há tempo para descansar.
Prepara-te Gverreiro do Minho,
Eles estão prestes a atacar.
Juntos nos vamos preparar
Para a Pedreira defender,
A vitória queremos conquistar,
Medo de lutar nunca iremos ter.
A batalha não será fácil
Disso estou eu bem ciente,
Venham todos os trinta mil
Para como eu dizer “presente”...

6.7.08

As portas que (não) me abrem


Já não sinto! Não sinto nada, não sinto o sangue a correr, não sinto o bater do coração, não sinto o cérebro a pedir descanso, não sinto a felicidade, não sinto os sorrisos que dou, só sinto dor, medo, angustia, nervosismo, ansiedade! À muito que me penitencio neste corredor da vida, várias vezes tentei abrir portas que me levassem a salas diferentes, ou a outros corredores com mais portas, mas além da maçaneta todas elas tinham uma fechadura... sem chave! Bati nelas, em todas pelas que passei, sem realmente saber onde me levavam, mas bati porque queria mudar o rumo, mudar o destino, mudar de vida. Apesar da insistência nenhuma me deixou entrar, em algumas ninguém me atendeu, ignoraram-me por completo, e eu sei que havia alguém do outro lado que me podia abrir a porta, mas simplesmente não se deu a tal trabalho, outros entreabriram a porta mas negaram-se a ceder-me passagem, diziam que não era aquele meu destino, era naquele corredor da “morte da sanidade” que eu deveria permanecer pois foi esse que escolhi e deveria saber de antemão que não seria aceite por todos, mas eu não sabia, e não fui eu que escolhi entrar na porta que tinha no inicio deste corredor de sentido único, fui forçado a entrar, o chão da sala que existia antes deste corredor estava velho e podre, a cair para um vazio de onde seria quase impossível sair, por isso entrei na maldita porta que apenas dizia empurre e onde não havia ninguém para negar a entrada. Andei muito tempo desde a última porta em que bati, eu sei que não pertenço a este corredor apesar de quem passa por mim não fazer ideia de tal e me queira moldar para aqui permanecer até não haver mais portas nem portinhas, até ao portão que dizem existir no fim que leva ao derradeiro descanso, mas muito recentemente encontrei duas portas, ficando com três hipóteses, bater numa ou em outra das portas ou continuar neste corredor cada vez mais estreito e mais monótono. Tentei parar para pensar, mas o tempo fazia-se escasso e o peito apertava, o medo de voltar a ouvir um não ou de se escusarem a ver-me a cara era grande mas a vontade de mudar e de acreditar, aliou-se com a fé e misturou-se com a teimosia. Bati em ambas com bastante força para ter a certeza que me fiz ouvir. A porta do lado esquerdo fez um grande eco, como se tudo estivesse vazio, ouvi passos em direcção á porta, cresceu a ansiedade, acelerou o coração e ninguém falou, nada mais ouvi, percebi que talvez eu não fosse bem-vindo mas ainda assim não perdi a esperança que alguém a abra um dia (tarde demais quem sabe), a do lado direito foi um bater mais seco, era uma porta dura, em madeira maciça, logo fui atendido por alguém que abriu a porta, apanhou-me de surpresa e quando me pediu para aguardar que iria chamar por alguém que se poderia interessar pelo que eu teria para dizer, senti o que muitas outras vezes sentira, a vontade de me entregar de corpo e alma a uma vida nova, a vontade de dar tudo de mim, a vontade de finalmente triunfar, a espera foi curta e a felicidade andava estampada nos meus olhos que brilhavam por entre o calor do dia. Foi me dito que apenas uma pessoa poderia entrar naquele local, e eu apercebi-me que não estava sozinho pois mais portas ligavam aquele espaço com outros, informaram de tudo o que necessitavam que essa pessoa fosse, senti que teria de me esforçar arduamente para o conseguir e senti vontade, força e determinação suficientes para poder triunfar, pediram-me para aguardar que a porta seria novamente aberta brevemente. Nos primeiros tempo sentia-me extasiado e empolgado para ver rodar novamente a maçaneta, mas ela tardava e a esperança tinha pressa. Quando já pouca existia eis que novamente a maçaneta roda e a porta abre, disseram-me que seria recebido por alguém que decidiria se o meu futuro passava por debaixo da ombreira da porta no dia seguinte de manhã. Entusiasmei-me, demais até, comecei a imaginar que tudo iria correr bem quando sou interrompido pelo abrir da porta de onde uma voz me pedia desculpa mas que apenas seria recebido de tarde, pouca diferença me fazia, apenas ia aumentar o tempo de espera e mais iria crescer a ansiedade. E cresceu, cresceu, cresceu... Cresceu até me pôr a barriga a doer, os dentes a trincar as unhas, e o pensamento a querer acelerar o relógio. O relógio não acelerou e o tempo já se arrastava quando me veio à lembrança outras vezes em que bati em portas me receberam muito bem, me deram a entender que gostavam de contar comigo e depois simplesmente me ignoraram ou me disseram de uma maneira muito leve que não contavam comigo e me deixaram do lado de fora da porta. Assentei bruscamente os pés na terra e a dor de barriga passou para o peito, senti uma mágoa enorme e um medo terrível do dia seguinte, pois era já noite e o sono não chegava, chorei com os nervos e medo de falhar e voltar a desiludir quem me rodeia e a mim mesmo, acabei por ser vencido pelo cansaço lavado em lágrimas. Acordei bruscamente e sobressaltado com o abrir da porta de manhã cedo. Quando pensava que tudo ficaria resolvido e já estava preparado para o pior a mesma voz me volta a pedir desculpa pelo facto da pessoa que me teria de receber não estar presente e adiando tal encontro para dez dias depois. Voltou o medo da desilusão, do esquecimento, mas ao mesmo tempo uma réstia de esperança por me terem aberto por quatro vezes a porta, foi até hoje a porta onde melhor fui atendido. Estão a ser dez longos dias e ainda nem a meio chegaram, ainda a procissão vai no adro, e eu já sinto o medo, a ansiedade, a esperança, tudo misturado, tudo sem nexo. Tento viver um dia de cada vez, mas é difícil, quando fico só dou comigo a encontrar a vontade de entrar naquela porta e a perguntar a mim mesmo como será do outro lado, ao mesmo tempo que a vontade de permanecer neste agoniante corredor que me mói e quase nula e está mesmo perto do fim, estou a perder a vontade a cada segundo que passa e pergunto-me depois “ se não entrar na porta terei força para continuar neste corredor? Onde vou encontrar a vontade que vou perdendo agora?”. São muitas perguntas, muitas vontades, muitos sentimentos, muita coisa para uma cabeça só, e uma só... uma só vida! Quero vivê-la como a pintei em pequeno, não quero permanecer neste corredor mas para isso preciso que me deixem sair, que me deixem entrar numa porta, que me deixem voltar a ser eu, que me façam parar estas lágrimas que caem espaçadas entre cada vez que engulo em seco e que cerro os dentes com toda a força ao mesmo tempo que escrevo e desabafo, só quero mudar de rumo e estou a lutar arduamente por isso, só quero que não me deixem escrever mais isto, só quero... deixem-me, por favor!

28.6.08

Acorda-me quando chegares XVI




Sete, apelidado de número perfeito,
Não por todos mas por muitos.
É o número de dias cravado no peito
Desde o fim-de-semana que passamos juntos.
Longe de tudo, de todos, do Mundo,
Da vida, de nós mesmos.
Não demos por perdido um só segundo,
E aumentámos o amor que temos!
Num vale, onde ainda corre a água para o mar,
Perto da mó que ainda lá está,
Apesar da farinha já não brotar,
Estive no meio do que mais belo há!
Senti-me a amar na mais pura essência,
Amor puro e sem igual,
Mostrei que amo com benevolência,
E tenho montes de razões para tal!
Quando o sol já não era rei,
Por entre aconchegos, mimos
E já sem forças, a teu lado fiquei,
Num sono que ambos sentimos!
Não chegaste para me acordar,
Desta vez já lá estavas,
Quando decidiste o sol me mostrar,
Amei-te enquanto me acordavas...

1.6.08

Guerreiros do Minho


Salve ó Guerreiro do Minho
Que de tão nobre Legião és!
Ergue-te por entre as cinzas,
E luta pelos que caíram a teus pés.
Depois de muitas batalhas perdidas,
Com suor, lágrimas e sangue derramado,
Encontras novamente o teu povo,
E novo Guerreiro por ele serás aclamado.
É tempo de reunir tropas e esquecer tristezas,
Pois grandes batalhas se avizinham,
Com muita fé e poucas fraquezas
Vencereis todos os que contra vós alinham.
Por entre a densa selva fareis trilho,
Tende força e agilidade.
A Pantera representa sarilho,
E não conteis com facilidade.
Seguireis o curso do rio
Para defrontar os Homens do Mar,
Aos da Trofa tirais-lhe o pio,
Pois tendes um Dragão para atacar!
Os arcos das Caxinas vão tremer
Ao sentir o vosso marchar,
O saber dos Doutores devereis absorver
Para a força Naval eliminar.
Espera-vos o VIII exército no Sado
São terras de muito sal
Munidos de canhões e armas ao lado,
Tereis de lutar de igual para igual!
Quando a fome vos apertar,
E nada mais houver de comer,
As Águias ireis caçar,
E delas vos defender!
Calareis os Velhos do Restelo
E à arena sereis deitados,
E sem medo nem apelo
Mostrais que até Leões podem ser domados!
Quebrai a Estrela que nada ilumina,
Entrai pelo mar em busca de algo novo,
Encontrareis a esquecida vida Felina,
E do Nacional quem se diz povo.
E quando pensardes que tudo acabou,
Começa uma nova e grande batalha
Foi El Rei de Espanha quem preparou,
E o terror pelo povo espalha.
Contra seus homens lutareis,
Até derrubares o castelo.
Mostrai-vos fortes e vencereis
Quebrando assim o último elo.
Proclamareis alto e bom som
Quando regressardes à vossa terra:
“Preparai festa com tudo de bom.
Finalmente ganhámos a guerra”...

25.5.08

Devaneio de um outro eu


Deito-me já tarde neste vale que me embala. É neste momento que atinjo um estado em que se torna possível escrever algo com nexo e sentimento. Não, eu não tenho qualquer tipo de dom da escrita, eu limito-me a, em certos momentos não programados, pôr em palavras escritas aquilo que sinto e que a alma transfigurada me dita. Devaneios autênticos de uma mente nunca satisfeita em busca da perfeição. Há já algum tempo que não actualizava o blog, não por falta de vontade ou inspiração, mas talvez por uma pergunta que me foi feita várias vezes (e para a qual não fui capaz de arranjar argumento suficiente) e pela lucidez de pensamentos se ter extraviado por entre a rotina dos dias. Talvez esta tenha voltado com a chuva que nos últimos dias tem caído sobre mim. Apenas hoje consegui atingir a velocidade de pensamento e sentimento necessária para que as palavras me saiam pelas pontas dos dedos à medida que pressiono coordenadamente cada tecla, velocidade essa que, ao contrário do que se pensa, é bem lenta. Uma velocidade que aos poucos me desliga os circuitos dos sentidos um por um, primeiro a audição que ignora o bater da chuva na janela, depois o odor que apenas consegue sentir o cheiro da calma, o paladar em seguida deixando-me a boca sequiosa, o tacto que faz com que eu apenas imagine que estou a escrever o que penso e por fim a visão que me apaga tudo o que me envolve deixando-me a viver num vazio escuro onde apenas sei que tenho o coração a bater, e o pensamento a comandar. É neste estado quase defunto que me encontro e em que tento encontrar resposta a tão difícil pergunta. Várias são as pessoas que por este blog passam e numa leitura na diagonal do que por aqui vou escrevendo põem em causa a originalidade de tais textos, e interpelam-me porque escrevo eu coisas tão tristes sendo eu na vida real totalmente o oposto, bem-disposto, carinha alegre, tentando sempre sorrir para receber um sorriso em troca. Não é fácil fazer as pessoas acreditar que eu também tenho problemas por resolver e obstáculos para vencer, e que tal como a água tento contorná-los em vez de enfrentá-los, é difícil de perceberem que no meio de tanta alegria tem de existir um espaço para a tristeza, para o desabafo. Foi com esse intuito que comecei a escrever. Escrevia para desabafar, para muitas vezes chorar sozinho e encontrar forças onde antes existiam lágrimas, e comecei a publicar para que alguém pudesse usufruir de um certo conforto ao ler, e não para me lamentar ou queixar! É extremamente difícil para mim explicar como consigo escrever, e o que consigo escrever, uma vez que é como se fosse outra pessoa que habita em mim que existisse para desabafar comigo mesmo e me levantar quando caio, como se tivesse outra cara dentro da minha cabeça, um pseudónimo, daí eu assinar como Nemec, nome que por mero acaso é também dado a umas correntes (correntes de Nemec) que servem de alívio à dor. É neste estado, sem sentidos, que me sinto ao mais puro eu, que fico cru, que me exponho como sou e não como finjo ser por vezes, poderia escrever sobre algo que fizesse rir ou pelo menos sorrir, mas seria sem sentimento, seria uma contradição do que sente o meu pseudónimo. Sei que são raras as pessoas que lêem de princípio a fim o que escrevo, por ser muito extenso torna-se maçudo de ler o que eu compreendo e respeito, mas não deixo de publicar por isso, porque não me importa o que os outros lêem pois são livres de escolher, apenas me importo em desabafar o que me fere, mata, ou simplesmente toca cá dentro, em devaneios nem sempre compreendidos mas sentidos. Quem sabe eu não sou capaz de acabar o livro que à muito comecei e mostrar finalmente aquilo de que sou capaz? Quem sabe se amanhã não será diferente? Mas como ainda não é amanhã, chegou a hora de desligar o que resta dos circuitos e esperar pela aurora...