12.2.08

Pertences-me? Pertenço-te?


Tu não mandas no teu corpo, não podes dizer que é teu, que fazes dele o que quiseres! Ele é que te controla, por isso não o contraries, não o tentes mudar só porque não gostas de ver o reflexo que te devolve o espelho, tu simplesmente vives dentro dele, como se de uma armadura utilizada na cruzada de todos os dias se tratasse. Enquanto lês tamanho devaneio. coloca a mão direita sobre o peito e sente, sente o bater do coração, tenta pará-lo, tenta variar o ritmo dos batimentos… Não consegues pois não? Logo não és dono dele. Não deixes os pulmões consumir o ar que te rodeia, impede as unhas de crescer e o cabelo de desviar a ponta cada vez mais da raiz, não salives, e no caso de salivares não engulas a saliva e sem pestanejar não sues com o calor, impede o corpo de se arrepiar sempre que alguém te sussurra com ternura ao ouvido “amo-te” ou quando te lembras da tua equipa marcar um golo importante em que pareces ainda ouvir todo o público festejar e gritar até as forças fraquejarem… Conseguiste? Bem me parecia, este é apenas um pequeno rol de situações em que tu não tens qualquer tipo de controlo sobre o corpo, como estas existem muitas mais, basta imaginares a digestão por exemplo e todos os seus complexos processos a que chamamos involuntários por não os controlarmos, ou então todas as paixões que não sabes como nem porque as tens, mas que sentes. A imagem que te devolve o espelho sempre que te colocas em frente a ele não te pertence, tu é que lhe pertences, por isso não desejes ser diferente, aprende a gostar de ti, a ver o que tens de bom, a ter autoconfiança e auto estima e lembra-te que só o teu corpo tem direito de te modificar a ti e não tu a ele…

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei este cantinho, tens uma escrita espantosa.

Jokkitas angelicais