4.2.08

Porque não brilhas (tanto)?


Não! Hoje não consigo escrever coisa nenhuma… Talvez não seja só hoje! Começa a ser irritante a falta de argumentos, palavras, expressões. Falta de ideias para começar e acabar frases, falta de claridade nas ideias transcritas, dificuldade em transpor para palavras aquilo que sinto… Assim não vale a pena escrever… Já não tenho o mesmo à vontade que anteriormente demonstrava, naquelas noites gélidas de Inverno em que eu me penitenciava na varanda, olhando o céu por vezes encoberto, pensando nas minhas mágoas e transcrevendo-as para o papel tal e qual elas estavam atravessadas na garganta ou cravadas a ferros no coração. Era fácil, muito fácil mesmo… Eu próprio estranhava o brilho que tinha essa estrela dentro de mim. A estrela que me ajudava a escrever, que me oferecia uma interminável lista de palavras, maneiras e variedades, para descrever fosse o que fosse. Está a diminuir o brilho, o brilho da estrela que ajudou a escrever alguns textos para o jornal, o brilho que me vem ajudando a adicionar um número de cada vez na “saga” «Acorda-me quando chegares» (e tão longa ela já vai) o mesmo brilho que me criou a ilusão de que eu era capaz de escrever um livro, ilusão essa que me fez começar uma estória que nunca passou disso, de um começo. Sete paginas escritas já sem a intensa luz que outrora brilhara. Podia continuá-la ainda assim, mas lendo o que escrevi sinto que é fraco e nem vale muito a pena fazer alguém perder tempo em ler tal amontoado de letras e frases sem a qualidade que era pretendida! Esta baixa luminescência reflecte-se nas actualizações aqui no blog, cada vez menos periódicas… Talvez esteja a ficar velha a luz, talvez tenham acabado as pilhas, talvez seja apenas um momento menos bom em que a luz esteja a fraquejar, talvez o melhor seja esperar… É isso que vou fazer, não vou deitar fora as sete páginas, não vou deixar de escrever, vou antes pelo contrário tentar escrever mais, mesmo sem a mesma qualidade, mesmo sem o mesmo sentimento e valor mas vou escrever, porque acho que o que a luz sente é tristeza, tristeza por eu nem tentar sequer, tristeza por parecer desistir, por isso vou escrever o máximo possível até que a estrela me volte a preencher, me volte a iluminar, me ajude a gravar no papel aquilo que na alma foi estampado!
Pode parecer estranha a musica que coloquei aqui em baixo, apesar de ter o seu sublime sabor a tristeza, sinto que no meio de tanta angustia, revolta e mistura dos mais variados sentimentos ela me faz sentir bem, me faz relaxar, acalmar, e me leva para bem longe de tudo, num sitio onde não existe tempo, dor, sofrimento, preocupações, não existe nada a não ser paz, paz interior e sossego da mente. Foi ao som dela que este texto se codificou. É difícil, senão mesmo impossível, explicar o porquê desta música me tocar ao de leve, pôr uma lágrima marota ao canto do olho e uma fome insaciável de um abraço bem forte….

Vangelis - Missing



2 comentários:

Trivela7 disse...

Coragem, Rui!!
Eu sei o k é kd ok escrevemos nao nos parece suficientemente bom, mas se tu o escreveste por certo tem algum valor, algum sentido pelo menos...
xxx

Anónimo disse...

Oie amore =D
Oh,munino agora nao tem tido muito tempo tambem,e nem que escrevas so uma linha,desde que isso seja sincero,tem talento de certeza e sabes porque?porque foi escrito por ti :P porque tudo que é escrito por ti é escrito com sentimento,tudo que é escrito por ti tem a tua iamginaçao...enfim,basta ser escrito por ti pa ser uma coisa bem feita :P...
nao desanimes,e vai tentando pode ser que voltes aos velhos tempos.
beijinhs
amo-te