24.4.08

Sol molhado


Cinzentos os dias, as forças, o desalento,
As dores no corpo das feridas que carrego,
Abertas por pequenos nadas, mais de um cento,
Que como a chuva, caem em mim, e como um relâmpago,
Por entre a penumbra que subestimo, e sem qualquer preparo,
Como uma penitência que pago
Me golpeiam a pele e alma,
É triste com o que deparo!
Não sei da minha calma,
Talvez da chuva fugisse.
Se cá estivesse talvez uma porta me abrisse,
Com ligação ao céu celeste,
Onde em cada janela não figurasse,
O cinzento que se tornou peste,
E o Sol triunfalmente brilhasse.
Oh sol porque de mim fugiste?
O sorriso da boca me roubaste,
E aqui fiquei sozinho e triste,
Semblante carregado quanto baste,
Que transparece a dor que existe.
Por mais um dia eu espero,
Por um só raio que na janela bata,
Eu nada posso e apenas quero,
Sorrir para a tristeza que me mata!
Qual meu espanto quando amanhece,
Ao som de um belo canto,
O Sol me aparece.
De sorriso na cara me levanto,
Matando tudo o que me entristece,
Levando para longe tamanho pranto.
E com alegria na cara estampada,
Desejo um bom dia à minha amada,
Porque quem ama nunca esquece…

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta mais uma vez provado que venha a distancia,venha o tempo,e venha quem vier ninguem nos separa =)
amo-te muito mesmo...
e bigada pela referencia no poema =)