Seremos apenas pequenas brasas,
Vermelhas, incandescentes,Nacos de carvão preto
Fumegantes, quentes,
Que não deixam arder de paixão
E com água nos abafam
Atirando para o caixão
Todo aquele sentimento
De quem sofre do mal do coração
E não consegue ter discernimento
Suficiente para desvendar o segredo,
Bem guardado e codificado,
De como se ama sem medo
De deixar um coração danificado?
Serei apenas uma pequena brasa
Do que resta da enorme fogueira
Tentando voltar a ficar inteira
Eliminar tudo o que me atrasa
E levar-te comigo para casa?
Ter-te para sempre à minha beira
Debaixo da minha asa.
Porque não pode isso ser verdade?
Porque não te posso eu ter?
E ser obrigado a enfrentar com crueldade
Que apenas uma brasa posso ser,
Ainda que prestes a apagar,
Pelo peito ter a soluçar...
Sem comentários:
Enviar um comentário