Às vezes sinto-me um fantasma,
Um fantasma de mim.
Hoje sinto-me assim,
Hoje sinto-me um fantasma.
Não engana a cara pálida,
O ar desleixado
De quem não se importa com o legado,
Nem se a crítica é válida.
Invadiu-me o desinteresse,
E sem que nada para isso eu fizesse,
Perdi o estado de harmonia
Como um rádio perde sintonia,
Onde apenas toca agora a maldita estática
Em estalidos que nada mais são na prática
Que meras vontades de ser e de agir,
Vontades de saber o que fazer a seguir.
Diz-me para onde vais
Deixa-me segurar-te a mão.
Prometo-te que não cais
E que não faço promessas em vão.
Diz-me o que sentes mais falta,
O que posso fazer por ti
Não quero mais ser fantasma,
Ajuda-me, ajuda-te, tira-me daqui…
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