28.1.12

Sem sentido


Repetem-se as explosões de ideias.
Faminto de as concretizar
Sinto o apetite correr-me nas veias
Sinto o sangue a queimar
Como a lava laranja de um vulcão,
Espessa, quente, forte,
Devastando tudo sem perdão,
Espalhando o terror, semeando a morte.
A morte que em mim são das vontades,
Dos pensamentos, dos impulsos.
Afinal porque me invades,
Se depois me apertas os pulsos?
Deixa-me deitar água na fervura,
Limpar a mente insana,
Beber da água mais pura,
Sentir o odor que o Mundo emana.
Quero acalmar todas estas ganas,
Voltar apenas a escrever com sentido,
Ser o que afinal tu proclamas,
Ir em busca do sorriso fugido.
Que se me rebentem as artérias
De tão forte bater o coração,
Por se acabarem as misérias
Se crie em mim uma explosão.
Que se acabem as drogas que me alimentam,
Que me desvairam e me tiram o juízo,
São elas que estas ideias fomentam,
As que me correm no sangue sem aviso.
Apetece-me, correr de pernas atadas,
Gritar amordaçado,
Esbracejar de mãos amarradas
E se estou livre, apetece-me ficar parado…

Sem comentários: