15.2.12

Alívio


- Não tinhas o direito de o fazer. Não sei quem és, mas não te queria dar o direito de o fazer. Fizeste-o sem olhar para trás, e se o fizeste é porque podias. É injusto e não aguento esconder mais. Não consigo esconder mais a raiva por trás do sorriso, o olhar perdido, o sentimento de vazio, o eco dos gritos abafados na garganta. Podias ter avisado, podias ter feito alguma coisa… Podias ter-lhe poupado a vida… Não te apeteceu, e em mim puseste a raiva, a vontade de cerrar os punhos e gritar até que as artérias se mostrem na garganta. Não penses que me ganhas, deste-me um valente soco no estômago, criaste um fosso entre mim e o mundo para eu cair lá, mas não o vais conseguir. Eu não quero e não deixo que isso aconteça, deste-me força para seguir, deste-me força para resistir… Não sei quem és, não sei onde estás, sei que desta vez vai doer e sei que não me vais ganhar! Estás a ouvir-me? Julgas que a felicidade é pura ilusão? Vou mostrar-te o contrário. EU VOU VENCER! EU SOU CAPAZ!

- CALA-TE!

- Não me metes medo com o estremecer do chão. Quem és tu? Mostra-te! Responde-me! Vais fugir-me outra vez? FALA COMIGO! COBARDE! NÃO ME VAIS DERROTAR, NÃO DEIXO QUE O FAÇAS!

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