Às
vezes perdemo-nos na complexidade do que afinal é tão simples, tão básico, tão
natural. O Mundo não foi desenhado por nós nem para nós, porquê tentar mudá-lo?
Porque não nos afeiçoamos nós a todas as suas características? Se a primavera
demora um ano a chegar porque queremos sempre apressar o desabrochar das
flores? As coisas bonitas levam tempo a ser construídas, a crescer, a
amadurecer. Por muita vontade que tenha em comer fruta, se ela estiver verde
nunca me vai saber a fruta madura… Se o que é bom demora tempo espero que o dia
de amanhã o seja, porque esta noite parece querer ficar para durar. A noite e a
incessante, incansável e intermitente vontade de desistir, de descrer em grande
parte do que começo. Não acredito nas coisas que faço, não tenho fé que valha a
pena. Desisto por me sentir incapaz, desisto por não saber o que estou afinal a
fazer, desisto porque uma nuvem negra insiste em tapar-me o sol. Porque não sou
capaz de escrever quando preciso? Porque não o sei fazer quando é suposto? Quem
me entala as palavras e a tranquilidade necessária para que a inspiração nasça
dentro de mim e brote os amontoados de letras que esperam de mim? Toda esta
complexidade é afinal muito simples: não posso escrever quando os outros querem,
não sou talhado para isso, não o sei fazer. Acabaram-se as experiências,
acabou-se a oportunidade, simplesmente não consigo, perdi-me na complexidade…
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