É fácil criticar quando tudo corre mal, é
fácil mostrar o desagrado perante uma
derrota, é fácil apontar as culpas aos outros, é tão fácil esticar um dedo para
a frente! Mas se gostam de coisas difíceis, ao esticarem esse braço em frente
abram a mão, e gritem BRAGA com toda força, gritem até as cordas vocais pedirem
clemência! Aguardem, aguardem a resposta que vem do outro lado e sintam o
calorzinho tão bom que vos cresce na barriga. É uma doença gostar do Braga eu
bem sei, mas é uma doença tão boa… A equipa perde e nós perdemos com a equipa,
mas se não formos nós a puxar por ela quando ela está em baixo quem o vai
fazer? A época está a acabar, tivemos momentos muito bons, momentos menos bons,
mas o futebol é isto, é golos, é vitórias, é alegrias e sorrisos, é festa, mas
também é derrotas, é erros, é lágrimas, é falhanços. Devemos aceitar,
compreender que nem sempre as coisas correm bem e continuar a apoiar, a lutar
contra tudo e contra todos, a mostrar que somos diferentes, que somos nós, que
temos identidade, que somos capazes de organizar arruadas e cordões humanos, somos
capazes de as organizar e de participar nelas com muito orgulho e carinho,
somos capazes de envergar uma camisola do Braga por puro prazer em dias que não
há jogos. Nós sonhámos e lutámos para atingir os mesmos sonhos, mas a mim,
sempre que não realizo o sonho só ganho mais força para voltar a tentar. Apesar
de tudo fizemos história este ano, nunca nenhum de nós tinha festejado 13
vitórias seguidas por exemplo. Com todas as contrariedades que tivemos, com
todas as mexidas no plantel e com uma estrutura de futebol que começou este ano
um projeto do zero, conseguimos fazer um brilharete. Não vamos baixar os braço,
temos raça, temos valor, NÓS CONSEGUIMOS PORRA! Vamos apoiar a equipa que
tantas alegrias nos tem dado, vamos apoiar o clube que guardámos no coração.
Vamos a estas duas finais com toda a garra e poder na certeza de que os
insultos e os assobios não nos levam a lado nenhum, e que a cair cairemos de
pé. Ontem aconteceu algo que talvez pouca gente tenha dado valor, mas que para
mim valeu muito. No intervalo cantava-se “Quando tu entras em campo…”
28.4.12
6.4.12
Paixão em dias cinzentos
Cinzento o
dia, cinzento a alma.
Sim sinto a
tua falta,
Falta da voz
que me acalma,
Falta do coração
que me salta
Instintivamente
por te ver o sorriso.
É nada mais
do que preciso,
Um sorriso
que me acalente
Que me
obrigue a ficar contente,
Me faça
fervilhar o sangue nas veias
E me prenda
eternamente nas tuas teias.
Deixar-me-ei
ser por ti devorado
Num tortuoso
prazer tão real,
Nascido do
gesto mais banal
Que me faz
sentir amado, apaixonado…
Ah a paixão…
aquele sentimento
Que não
conseguimos desenhar,
Que nos faz
voar ao sabor do vento
E que por
vergonha teimámos em negar.
Que parvos
nós somos,
Culpando os
outros por sermos atingidos
Quando a
jeito nos pomos
Das garras
dos amores desmedidos.
Sejamos felizes,
vivamos a paixão,
Deixemos de
lado a vergonha
De exibir um
sorriso onde antes existia uma fronha,
E de
felicidade rebolemos no chão!
Sabe tão
bem, quem não gosta afinal?
Quem nunca
sonhou para sempre ser feliz?
Mostrem a
vossa paixão, façam um sinal
E escutem,
não a boca mas o que o coração diz…
2.4.12
Afinal o que é o futebol?
Afinal
o futebol para vocês é o quê? Riem-se de mim se vos disser que futebol para mim
é uma doença? Dói-me o peito de tanto sofrer na bancada, os dedos roídos
sangram pedindo clemência, a concentração foge-me sempre que penso num símbolo,
no símbolo do Sporting Clube de Braga, a voz, essa já cá não mora, mora a rouquidão
no seu lugar, pois não me canso de cantar, não me canso de gritar e não me
canso de sentir… Sentir o Sporting Clube de Braga percorrer-me as veias, sentir
os punhos bem fechado e bem erguidos a cada golo, cantar em uníssono o que
afinal os une, este amor, esta paixão, esta doença… Não se riem de mim? Então
bem-vindos ao meu clube, pois sei que tal como eu se arrepiaram, tal como eu
viram um qualquer golo do Sporting Clube de Braga enquanto liam, tal como eu
leram com calma para melhor apreciarem o prazer que sentiram. Tal como eu são
doentes, pertencem a uma legião de doentes, mas não somos doentes da bola,
somos doentes pelo Sporting Clube de Braga, sonhamos com bandeiras, cânticos e
palmas, orgulhámo-nos de cada página da história e recordamos com uma lágrima
ao canto do olho e um arrepio por todo o corpo a entrada da nossa equipa, a
equipa da nossa cidade, os Gverreiros do Minho no Aviva Stadium… Sofro por ti,
passo a semana a pensar no próximo jogo e chegada à hora aperta-me o estômago,
nasce aquele friozinho na barriga que me desatina o pensamento, que me mantem
vivo, que me dá luz e que eu tanto adoro. Sou drogado e a minha droga é o
Sporting Clube de Braga, não quero reabilitação, quero morrer assim,
dependente, doente, mas feliz… Feliz por pertencer à melhor família do Mundo,
onde dentro de um estádio se constroem laços que nem derrotas podem desfazer. À
chuva, ao frio, percorremos quilómetros, fazemos sacrifícios, queimámos a pele
debaixo de um sol tórrido, somos doidos, mas sorrimos! Cortam-nos as pernas,
cortam-nos as tarjas, mas não nos cortam a voz e fazem-nos crescer a alma!
Estamos cá para o que der e vier, estamos cá para gritar até sem ficarmos sem
voz. Estamos cá para lutar sempre, um Gverreiro não desiste, não se esconde e
as únicas lágrimas que verte são de orgulho e de alegria. Este é o meu futebol,
que me tira o ar, me morde nos dedos, me faz abraçar toda a gente. É o lado
bonito do futebol, o único lado que devia existir… Não te rias de mim, conta-me
o que é o futebol para ti!
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