14.12.15

Máquina do tempo


É impossível reviver o mesmo dia, recomeçar. A mesma segunda-feira de novo, nada volta atrás, nem mesmo o tempo. A vontade de desligar a meio do dia, sair sem gravar, recomeçar, como se fosse um nível difícil de um qualquer jogo de plataformas, esbarra na possibilidade de poder acontecer. Invento na minha cabeça uma máquina do tempo, imagino-a sem luzes, negra, vazia. Funciona com as vontades dos outros, meto-me dentro, espero que alguém forneça a vontade necessária para que se ligue e me leve, não para o início do dia de hoje, mas para uma qualquer data, anterior ou posterior. Fico em pé porque não imaginei o assento, mas também porque imagino que as vontades dos outros sejam suficientemente fortes para que a espera não se torne longa. Espero pacientemente, sem pensar em nada, de olhos fechados, respiro lentamente a calma que me envolve no meu mundo, na minha capsula, na minha máquina do tempo… Aguardo as vossas vontades…

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