25.10.09

O meu lado do futebol


Muito se tem falado sobre a quantidade de Braguistas que vivem na nossa cidade, mas hoje peço-vos um “exercício” diferente, e pensem na quantidade de Braguistas que saem da nossa cidade em dias frios, abrasadores, de chuva, de sol, de neve, de dia, de noite, percorrem quilómetros e quilómetros e fazem sacrifícios, tudo para ver 90 minutos do jogo do seu clube amado. Peço-vos que pensem no meu lado do futebol, porque lá encontram estórias e histórias que ficaram gravadas, memórias de golos, de bolas no poste, de penalties falhados, de jogadas fantásticas e de erros que deitaram tudo a perder, de emoções contidas e explodidas, de amigos que se fazem, uns que se mantêm outros que ficam para trás. O meu lado do futebol é o lado que alimenta tudo o que é jogado, que paga os ordenados, que idolatra os que entram em campo, que chora por eles, que bate palmas se perde, que canta e explode de alegria ou de raiva a cada golo, que custa a adormecer e acorda triste no dia seguinte às derrotas, que não dorme para ir esperar a equipa ao aeroporto, em troca de sorrisos e obrigados dos que chegam. O meu lado do futebol é o que falta às aulas e arranja desculpas no emprego, que põe de lado a família porque joga o Braga, e quando a namorada lhe pergunta se gosta mais dela ou do Braga, ele responde sinceramente que antes de gostar dela, já amava o Braga. O meu lado do futebol é o que se sacrifica e recusa festas e noitadas para poupar dinheiro para ir ver o Braga jogar fora, entra por um caminho que o vicia, e não tem retorno, é onde se gosta do jogo puro, sem truques, limpo e corrido, e que se abraça ao desconhecido a seu lado, mas que na celebração do golo são como conhecidos de longa data. O meu lado do futebol percorre quilómetros de estrada, e passa noites sem dormir, justificando as pequenas loucuras a quem pergunta com um simples “É pelo Braga”. O meu lado do futebol é aquele que a comunicação social quer abafar e mostrar que não existe, são os apelidados de fanáticos e doentes, e se me dizem que à frente do Braga coloco só a saúde pergunto “Como, se quando estou doente vou ver o Braga na mesma?”, e se dizem que sou doido por pensar assim, respondo apenas que somos o lado bom do futebol não jogado dentro de campo, o lado não corrupto, não financeiro, não televisivo, o lado da essência, o lado puro, o lado que não se vê, que se sente, o lado que só aqueles que entendem estas minhas palavras sentem, sentiram e querem continuar a sentir... Eis o nosso lado do futebol... Eis os Gverreiros do Minho... Eis os Braguistas!

1 comentário:

Trivela7 disse...

isso é que é o chamado "amor à camisola" =)