Deverei dizer-te o que entendo
Acerca dos sinais que recebo?
Será mesmo que os percebo?
Talvez sejam antes fruto
De uma mente ilusionista
E de um coração que veste luto.
Não quero que seja uma lista
De possibilidades e probabilidades,
Não quero que seja obra alquimista
Nem um sentimento cheio de falsidades.
Quero apenas ver a verdade
Mesmo que ela morda e lacere,
Sejam os sonhos não mais que a realidade
E descobrirei que o sentimento fere.
Mas nada disso me interessa.
Não seria a primeira vez
Que algo em mim se atravessa
Com tamanha desfaçatez.
Interrogo-me se devo perder o medo
Que te afastes por te contar
O que afinal quase nem é segredo
Ou não fosse eu o único a guardar.
Continuo a apreciar teu voo,
Teu bater de asas parece aproximar-se
E apercebo-me do quanto destoo,
Terei a mente a apaixonar-se?
A mente sim e não o coração
Esse há muito que já não tem perdão
Por me enganar a cada minuto que passa
E não lhe importa nada que faça
Seja para seu bem ou para seu mal
Faz-me acreditar no que poderá ser
A fuga do seu funeral
E o encontro do meu sem saber.
Deixa-me em momentos de aflição
Sem saber que decisões tomar
Se devo avançar com toda a convicção
Ou devo obrigar o seu bater acalmar.
De tantas vezes que já caí
Não sei se serei mais capaz de andar,
De alguns buracos já saí
Mas este talvez seja para ficar,
Talvez seja a minha última morada
Por não ser capaz de te dizer
Que tenho a alma lacerada
Por te amar e não poder.
Soubesses tu que é por ti que escrevo
E a ti te imagino uma borboleta
Soubesses tu que assim te descrevo
E já me tinhas tirado desta roleta.
Soubesses tu que o que escrevo vocifero,
Para que ao longe oiças, assim espero
Soubesses tu como realmente te quero
E já saberia eu que o que sinto é vero...
1 comentário:
adoro-te
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