“Desde pequeno vou à bola,
Largo tudo pra te ver,
Só quero que sues a camisola,
Sou do Braga até morrer...”
Esta é talvez das letras que mais sentido faz para mim nos cânticos da massa adepta do Braga. São 3h30 da manhã e ainda não consegui pregar olho nem despir a camisola do Braga. Da cabeça não me sai toda aquela decoração azul estrelada do AXA, aquela bola gigante agitada no centro do terreno, aquele hino, aquele arrepio, aquela lágrima que teimosamente quer fugir, aquele golo, aquele explodir de alegria, uma abraço aqui, um aperto de mão ali, um grito vindo do estômago com toda a força, um perder de noção de espaço e tempo... numa palavra: loucura!
Pode este resultado ser escasso, pode não ser suficiente na 2ª mão o golo com direito a chupeta, nada disso me importa, porque neste momento sinto-me só dono e senhor do mundo. Um mundo de fantasia, de sonho. Um mundo que quando ia à bola em pequeno estava reservado aos outros, sempre aos outros, e agora eu pude vibrar com as mesmas sensações no meu estádio, na minha cidade, a apoiar o meu clube... Uma parte da cidade não teve noção da grandeza do que se passou naquele cantinho a que apelidamos carinhosamente de “Pedreira”, mas os que lá estiveram, tão cedo não se vão esquecer do que sentiram. Depois de alguns calafrios, um cruzamento teleguiado para a cabeça de Paulo César, proporciona grande defesa a Palop, Matheus encosta a cabeça na “estrelada” e a bola beija suavemente as redes da baliza... Cerram-se os punho, contraem-se os músculos e da garganta sai o mais belo grito no mundo do futebol, é golo, é do Braga, na Champions... Arrepia, dá vontade de sentir um abraço, dá vontade de deixar escorrer uma lágrima? Também a mim! Há quem lhe chame de tudo, eu chamo-lhe amor verdadeiro, paixão descomunal! Para quem como eu sentiu o arrepio ao ler o texto, sabe bem do que estou a falar. São 4h da manhã, e caso se perguntem porque demorei tanto a escrever um texto pequeno, foi porque escrevi cada coisa que mentalmente consigo visualizar e voltar a sentir cada emoção, cada arrepio... Trinta minutos depois, e um sem fim de arrepios no corpo, só vos consigo dizer:
“Durante o ano eu te acompanho,
De norte a sul só pra te ver
Seja em Braga ou noutro estádio
Porque eu sem ti não sei viver...”