8.9.12

Que futuro?

 
Que futuro? É a pergunta que mais faço quando falo apenas comigo mesmo. Não consigo imaginar o futuro, não consigo olhar em frente e ter uma imagem, ainda que ténue, do que poderei fazer ou que caminho poderei seguir. Sinto-me deveras perdido. Tenho 25 anos. Talvez devesse começar um novo projeto na vida, a verdade é que tenho imensa vontade de o fazer, mas nada mais me resta que a simples vontade. Sinto-me incapacitado por quem tem poder para tal, por quem se acha capaz de comandar as vidas de um país, por quem fala do futuro e das melhorias que ele traz mas que na verdade nunca foram vistas. Fico angustiado, grito de desespero, choro de tristeza por me roubarem os sonhos e no fim não me sinto aliviado, sinto-me preso a umas correntes que parecem definitivas, sinto-me controlado como uma marionete. Não vejo solução para uma vida que parece estagnada, condenada a definhar até ao juízo final. Não tenho futuro, não existe futuro, existe e existirá sempre um presente pesado que me fará penar e ficar revoltado. Não me venham a mim dizer que os jovens de hoje em dia não querem empregos, que não querem fazer nada, não querem trabalhar. Isso para mim são tretas, são muitos os que como eu lutam diariamente para sobreviver, sujeitando-se a tudo e mais alguma coisa, na esperança que um dia o futuro aconteça. Sinto-me roubado e mal tratado pelo meu próprio país, sinto-me indesejado aqui quando as medidas que me mostram me querem obrigar a deixar a minha nação. Mas a quem governa deixo o aviso, o país é do povo, não de quem governa, e eu recuso-me a emigrar, recuso-me a deixar o meu país. Antes morrer na podridão das mentes de alguns que ceder a pressões bacocas. É triste não existir futuro para os jovens no seu próprio país, é triste prenderem-nos a uma vida impossibilitada de mudança onde cada vez mais somos obrigados a ter menos, somos obrigados a sacrifícios injustos e inglórios. Não me obriguem a pagar pelos erros de quem cá chegou antes de mim, julguem quem agiu de má fé, condenem quem nos arrastou para o fundo do poço e encontrem medidas justas que nos mostrarão o caminho da subida, onde ainda existe esperança, onde ainda existe futuro. Deixem-me viver, deixem-me voltar a ser feliz e voltar a ter orgulho em ser português. Não destruam os sonhos a quem tem força para lutar por eles. Deixem-me pelo menos (voltar a) ter um futuro…

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