5.10.09

De duas em duas pegadas


Sinto felicidade se me sento no meio das
areias frias onde o luar é a distância entre as estrelas que me acompanham, me
servem de companhia para onde for, me
ajudam, me guiam por entre as
pegadas que outros cá deixaram e que criam
dificuldades que vou encontrando nesta
longa caminhada a que teimo chamar
vida. Não faço ideia para onde vou
mas continuo, sem norte nem sul, vagueio,
mas sei que não vou só, sinto a companhia das
ondas e do luar que as faz brilhar como
estrelas doces, lindas e cintilantes que
me trazem à memória recordações que
encontrei algures entre o passar dos dias e
que já não posso voltar a viver. Apenas
sei que posso contar sempre com
pedras no caminho, fazem parte dele e sem
elas a meu lado para me acompanhar
não teria vida e seria apenas mais uma pedra
nesta caminhada longa e dura.
Alguém me ia odiar erradamente. Porquê?
São elas que me fazem erguer a cabeça
e pensar que o dia de amanhã será melhor
e devo agradecer tudo o que têm feito
por mim apesar de toda a dor que causam
em mim, por mim e especialmente para mim.
Vou deixando marcas de pegadas para trás.
São recordações que para sempre ficarão
guardadas não na areia que o mar apaga mas
no coração de alguém que escreve
palavras soltas para o mar apagar,
pequenos textos onde exprime toda a gratidão
pela imensidão do mar o acalmar e encantar
pelas estrelas que ele tanto adora...

29.9.09

No início


Ainda que muito procure
Não poderei nunca encontrar
Alguém mais que sem me tocar cure
Bastando que para isso dure
Esta amizade estrelar,
Lembrando que nem sempre brilha
A estrela que o caminho nos trilha
Aquela estrela que nos guia
De onde apenas existe o escuro
Rindo sempre se o caminho é duro
Imaginando que fácil seria
Aquela jornada mais bravia.
Nunca mais triste serei, e
As duas estrelas adorarei

27.9.09

O brilho das estrelas


Roubei duas estrelas,
De um céu que não é meu.
Foi por acaso que tropecei nelas
Em dia de baixo brilho, que por estar
Eu mais escuro, ao chegar perto delas,
Reparei no doente cintilar.
É uma dor que as deixa fracas,
Uma dor que não mostra marcas.
É por dentro que ela mora,
A dor que quero apaziguar
Que tenho sede de matar,
Antes que a estrela vá embora.
Quero curá-las para sempre,
Para que seu corpo volte a ser quente,
E volte eu para o meu lugar,
De onde ao longe voltarei a apreciar,
Duas estrelas a brilhar
Nessa imensidão distante.
Por ter eu falta de luz,
Num mundo que há muito me enclausurou,
Invade-me um pensamento atroz
Que na boca me amargou
E não me deixa dizer o que sinto
Sei apenas que minto,
Sei que o quero dizer, mas calo
E se me perguntam porque não falo
Nunca digo o que sinto...
Não é por não o saber,
Mas sim pelo medo me deter
As palavras que querem sair,
E a vergonha me fazer acreditar
Que não é este o seu lugar.
Sei que se um dia me deixarem
E voltarem ao mundo a que pertencem,
Vou guardar sempre na memória
Cada página desta história
Na esperança que um dia voltem
Não para de vez ficarem, mas por algum
Tempo estarem comigo,
Falar do tempo antigo
Do dia em que sem medo nenhum
Encontraram mais um amigo
Que as quis voltar a ver brilhar,
E passava a vida a agradecer
Sem razão aparente de ser.
Mas a verdade é que ele se sentia
No dever de agradecer por cada dia
Que passava junto das duas estrelas que roubou,
Daquela imensidão de céu
Que por muito que ele queira, não voltará a ser seu...

21.9.09

Flores no meu caminho


Vivemos uma vida feita de corridas e monotonias. Falámos em sair da rotina por vezes mas não conseguimos viver sem criar rotinas atrás de rotinas. É natural passarmos todos os dias pelo mesmo sítio em passo apressado, para não deixarmos que a rotina se altere, e vamos focando o que ao longe almejamos. Nunca reparamos que pelo caminho que percorremos existem várias coisas a que erradamente e inconscientemente apelidamos de nadas, mas que na verdade podem ser muito, basta querer, basta ter vontade de olhá-las e tentar entende-las. Foi num desses dias de rotina percorrida à velocidade do costume, que descobri que no meu caminho de todos os dias existia uma flor que diariamente me olhava mas nunca me dissera nada. Uma flor pequena e bela, com o seu jeito tímido e envergonhado o suficiente para me atrair a atenção. Prendeu-me o olhar, mas nesse dia não podia dizer-lhe um olá sequer, não podia quebrar a rotina. Continuei assim o meu caminho a flor continuava a ocupar-me espaço no pensamento e levava-me a perguntar como nunca tinha reparado nela antes. Decidi que nessa noite quebraria a rotina e tentaria falar com ela, assim fiz, nessa noite decidi ir ao encontro dela e sentei-me numa pequena pedra que a ladeia. Não tinha muito para falar com ela mas fui falando, deixando a conversa seguir, sem saber ao certo o onde queria que ela me levasse. Estive horas numa conversa que me rejuvenesceu interiormente. Sentia-me mais leve, mais feliz e confesso que me custou sair de ao pé dela, mas tinha de ser, não podia ficar para sempre lá e arrancá-la está de fora de questão. Saí com a promessa e o convite de voltar, e vontade não faltava na verdade. Assim sendo criei o hábito de ir ter com a flor e ajudá-la em tudo o que podia, regando-a, deixando que o sol a aquece-se mas não em demasia, tirando as ervas que a rodeavam para que crescesse forte e saudável, mas sobretudo falava com ela, sobre todas as coisas possíveis e imaginárias, sem receio de ser julgado ou apontado, começou a ser uma terapia para um dia duro de trabalho. Acabei naturalmente por conhecer outra flor que a costuma ladear, diferentes as duas, na cor, no número de pétalas, no cheiro, mas iguais no sentimento e na vontade de ouvir os lamentos de quem passa e se senta nessa pedra. Ainda hoje continuo a falar assiduamente com essas duas flores que encontrei no caminho para casa, ainda hoje as tento ajudar em tudo o que posso, e não espero nada em troca, quero apenas agradar e agradecer todo o carinho que elas me dão, toda a compreensão que elas têm e quero estimar, no fundo, as únicas duas amigas que tenho, e toda a amizade que delas brota. Não tenho medo que me achem doido por falar com duas flores, só tenho medo do Outono, e ele começa amanhã. Vou por isso lutar contra a queda das pétalas e contra o frio que as gela, nem que para isso tenha de dar eu a minha vida...

19.9.09

Ultimo Destino


I escaped my final moment
But it's turning back at me
On every corner I can feel it waiting
Just a moment, no awareness
I could easily slip away
And then I'll be gone forever
I'm searching,
I'm fighting for a way to get through
To turn it away
It's waiting, always trying
I feel the hands of fate, they're suffocating
Tell me what's the reason
Is it all inside my head
Can't take it no more!
All around me I see danger
And it's closing in on me
Every second I can hear it breathing
I can't stand the fear inside me
Cause it's leading me astray
And it will be my ending
I'm searching
I'm fighting for a way to get through
To turn it away
It's waiting, always trying
I feel the hands of fate, they're suffocating
Tell me what's the reason
Is it all inside my head
Can't take it no more!
But no one faced what's coming my way
And I will let my fear fade away
Whatever may be, I'll have to find out
It's waiting, always trying
Feel the hands of fate, they're suffocating
Tell me what's the reason
Is it all inside my head
Can't take it no more!



19.7.09

Doar sangue... Braguista


O “Marco” nasceu em Braga, desde cedo começou a ver uma bola em tudo o que fosse redondo, chutava e gritava “golo do Braga” tudo o que rolasse. Aprendeu com o seu pai a ser do Braga, e a defende-lo perante tudo e todos. Quando lhe perguntavam porque era adepto do Braga, respondia ironicamente “há mais algum clube sem ser o Braga?”, e se insistissem dizia apenas “então o Braga é o único que me está no sangue”. O “Marco” foi crescendo, não conseguiu realizar o seu sonho de jogar de vermelho e branco com a Sr.ª do Leite ao peito, contudo continua a ser um Braguista, e orgulha-se disso. Há quem o ache diferente, há os que o acham estranho, há os que não acreditam que ele é realmente assim, e há os que sabem como ele é mas preferem negá-lo. Preferem ferir o orgulho dele dizendo publicamente que não existem Braguistas, que não passam de um mito, de uma lenda. Tendo já o “Marco” idade suficiente para dar sangue, e vendo tantas campanhas por aí espalhadas pedindo sangue para quem precisa, o “Marco” sentiu que seria altura de ajudar quem precisava, mas tinha em mente mais que a simples ideia de ajudar quem precisa de saco de sangue para viver, queria ajudar um clube, o seu clube, o seu Braga. Correndo-lhe o Braga nas veias, juntamente com o sangue, o “Marco” sabia que junto com o liquido vermelho desejado sairia um pouco do bichinho do Braga que iria entrar nas veias de outra pessoa mais cedo ou mais tarde e iria “contaminá-lo” tornando-o Braguista, e assim nasceria mais um Gverreiro desta Legião que querem abafar.
Dirigiu-se ao local onde a recolha era feita naquele dia. Foi-lhe entregue um questionário onde das várias perguntas que lá lhe eram feitas uma o deixou intrigado, e não era a que lhe perguntava se era homossexual. Perguntava se alguma coisa lhe corria nas veias além do sangue. Escreveu que apenas o Braga estava nas veias misturado com o sangue, e que era impossível eliminá-lo pois precisava dele para viver. Informaram-no que ele não poderia dar sangue devido a isso. O “Marco” pensou que fosse uma brincadeira mas rapidamente se apercebeu que lhe falavam a sério. Não virou as costas à luta, tentou por todos os meios demonstrar que era saudável e que era uma pessoa como qualquer outra, os tribunais recusaram-se a ajudá-lo, e a imprensa afirmava insistentemente que ele não existia e que o que dizia ter no sangue era fruto da cabeça dele. Fizeram chacota dele quanto puderam e humilharam-no de tal maneira que acabou por ser internado numa clínica de psiquiatria por defender o Braga sempre... Apesar de tudo nunca virou o costas ao Braga e continua a afirmar que ele existe e que no sangue dele corre o Braga também. Continua a ser desprezado e ignorado, continua a ser abafado pela imprensa para que não se descubra que ele existe. Quantos “Marcos” existem por aqui? Levantem-se os “Marcos” e mostrem os que vos corre nas veias...

1.4.09

O Povo sabe agradecer


Solitário vive o Guerreiro
Por entre os dias que o massacram,
Do sangue sente o cheiro
De todos os que o atacam.
Luta orgulhoso e com valentia
Sem medo de encontrar Golias,
Transporta a crença de que um dia
Ao seu povo só dará alegrias.
Não é grande o povo que é seu,
Mas é forte e dedicado,
Agradece o que o Guerreiro lhe deu,
Pois vencer não é sempre fado.
Perde o Guerreiro importante batalha
De pé seu nobre povo o aclama,
Será tamanha a salva que lhe valha?
Terá razão tudo o que se proclama?
De todo o povo veio a razão
Que fez a pedreira estremecer,
Povo que sofre e sente a Legião
Apoia o Guerreiro sempre que perder.
Lutará o Guerreiro para vencer
As novas batalhas que hão-de vir,
E promete nunca esquecer
Dez mil na pedreira a aplaudir.
No coração do Guerreiro ficará
Sempre o povo que o ajudou a ganhar
Do fundo do seu o povo dirá
Obrigado por me deixar sonhar...

25.1.09

Estranha cegueira


Acordo em sobressalto com uma dor forte no olho! Uma picadela que já cá morava à algum tempo mas que se tem intensificado de dia para dia, tornando-se cada vez mais incomoda. Desta vez não vou conseguir adormecer mais, levanto-me e corro para a casa de banho, abro a torneira da água fria para tentar enxaguar o olho, inundando-o talvez passe. Não faço ideia de que raio será. Uma pestana? Um mosquito perdido na sua incursão nocturna? Um simples cisco que veio aqui parar? Não faço ideia mas incomoda cada vez mais! A água não faz efeito desta vez, e tento desesperadamente abrir o olho e olhar ao espelho para tentar ver o que ficou agarrado e não quer sair mais. Nada, não vejo absolutamente nada, mas sinto, sinto a inconfortável picadela que me acordou, peço a alguém que tente com uma ponta feita de papel procurar por algo que esteja a mais no meu olho mas ninguém vê. Desesperado com a dor tento por soro fisiológico dentro do olho e tento chorar para me tentar libertar da dor. A certa altura já não sei se sou eu que não quero parar de chorar ou se é o choro que não quer parar. A dor ia aumentando, a visibilidade ia diminuindo a passos largos e a falta de sono era insuportável quando me decidi a ser atendido por um oftalmologista. Já completamente cego, fico sentado na cadeira enquanto o médico me faz o diagnóstico, e quando deixo de sentir a presença da luz pergunto ao médico se viu alguma coisa, ele responde que viu algo que nunca tinha visto nem estudado! Enquanto me apontava a luz para os olhos diz que viu faltas por marcar, outras marcadas por excesso de zelo, cartões despropositados e sem fundamento, discórdia entre árbitros e fiscais de linha, golos mal anulados e outros assinalados sem que a bola ultrapassasse totalmente a linha de golo, grandes penalidades por marcar e marcadas propositadamente em benefício de um trio de clubes protegido pela influenciada Comunicação Social, um misto de erros não tão humanos quanto parece, e tudo isto por debaixo de uma já grossa camada de pó! O pó que semana após semana nos é atirado para os olhos para encobrir o que todos nós vemos por esses estádios fora, o pó que nos cega e que encobre a verdade desportiva, o pó que luta pela desigualdade e desequilíbrio da tabela classificativa, o pó que me cegou! Chegou a altura de dizer BASTA! Chegou a altura de lutar contra os que se fazem de cegos e lutar pelos que eles realmente cegaram...

20.1.09

Para sempre




Nem sempre conseguimos sentir o aproximar silencioso e repentino de uma má noticia, cujo único objectivo é abalar-nos e testar-nos levando-nos até aos limites mais extremos da nosso sentir! Podemos ser os mais fortes física e psicologicamente que quando ela chega provoca na mesma uma dor que nos mói e não somos capazes de apaziguar! Ao longo dos últimos 14 anos aprendi a viver com alguém que era “diferente”, alguém que desde à muito deixou de poder responder por todos os seus actos. Por ser diferente era humilhado por muita gente ainda que mais nova, e vendo-se ele fechado num mundo tão próprio onde via mais costas voltadas que mãos esticadas caiu nas mãos de um vício que lhe fez encolher todas as mãos à excepção de uma que o agarrou firmemente e o puxou para fora do vício que afogavas as intermináveis mágoas. Uma mão que o amou, que lutou por ele e com ele contra as adversidades, uma mão que o mudou, que o tornou numa pessoa que nunca antes tinha sido, porque apesar de diferente continuava a ser uma pessoa merecedora de todo o respeito pois deixara de faltar ao respeito aos outros, uma mão que lhe devolveu um sorriso! Não foi fácil levar para casa mais uma pessoa com o intuito de mudar, principalmente se ela não quer ser mudada, dividir o quarto com alguém que até então dormia só e não mais ter uma noite seguida de sono mas antes de sobressaltos e sustos. É de louvar o gesto feito a troco de nada, ainda que muitos continuem a achar que não, mas nunca lhe deitaram a mão por saberem que iria ser assim, ajudar sem recompensa financeira era esse o contracto celebrado com a consciência! Catorze anos são uma vida, e quando é vivida ao lado de alguém que precisa de nós habituamo-nos a ela e sentimos que temos um dever a cumprir, passa-mos a levar um pouco dela sempre connosco, partilha-mos sorrisos, tristezas e dores, curamos feridas e olhava-mos para trás com orgulho pela mudança feita! Nada me levava a crer que tudo isto teria um fim tão próximo. Ainda entusiasmado pela neve que tinha caído durante o dia cheguei a casa e em vez de contar a novidade recebi outra, fui vê-lo deitado na cama a sangrar pela boca. Pensei que fosse devido à fragilidade dos dentes e decidi levá-lo ao dentista a fim de ser tratado. Já no dentista e enquanto esperava-mos pela vez tentava-mos que se mantivesse quieto e a fazer pressão por onde brotava sangue, mas a curiosidade fazia-o sempre querer ver o pano já totalmente ensanguentado e não mostrando qualquer tipo de dor sorriu e piscou um olho como se nos quisesse acalmar e quisesse despedir com uma imagem ainda alegre dele, depois de extraído o dente não mais o sangue parou e a imagem dele sentado a escorrer cada vez mais sangue a ficar pálido e a tremer enquanto eu lhe segurava no pano a tentar estancar o sangue e enquanto o INEM se recusava a enviar uma ambulância em auxilio não quero mais guardar, tal como a ultima vez que o vi ainda vivo, sentado no cadeira de rodas e a entrar pela triagem do hospital! Ainda assim não acreditava que algo fosse correr mal, pensava que seria só coser e estava como novo. Já era sábado quando fui buscar a minha mãe que o acompanhou no hospital, não consigo descrever o que senti quando a minha mãe sentada na sala de espera me abraça com força e me diz que ele tinha de ir de manhã cedo para o porto pois tinha um cancro galopante no sangue! Não consegui imaginar o que seria isso, tive medo de procurar saber e continuei a pensar que o tratamento devido o iria salvar! Rezei durante a noite para que me pudesse despedir e pudesse dizer o que sentia por ele! Ainda antes do almoço de sábado recebi uma mensagem do meu pai com apenas três palavras que me retiravam toda essa possibilidade, por não ter sido capaz de o dizer escreveu apenas “o tio faleceu”! Senti vontade de gritar até rebentar as artérias, senti vontade de ser fraco e chorar como uma criança pequena, senti vontade que tudo fosse mentira, mas não era e eu senti uma força que não era minha e aguentei-me, tornei-me forte e não mostrei parte fraca em frente de ninguém para não piorar tudo, pois sei que era isso que ele desejava de mim. Apesar de tudo ter feito para o salvar e por não me ter conseguido despedir dele, senti que tinha obrigação de lhe prestar uma última homenagem, e carreguei-o a força de braços até à sua última morada. Continuo a sentir uma dor enorme no peito como se de uma facada se tratasse a cada passo que dou e me lembro dele, faz-me falta a presença dele, faz-me falta perguntar por ele, agora restam apenas as lembranças, as lágrimas de alegria por gestos simples que lhe fizemos, a palavras características que ele dizia, os momentos únicos que passamos e o sorriso e o piscar de olho no dentista, pois é essa a última imagem que quero guardar dele... A tua marca ficará para sempre em mim como uma lição de vida, pois até na hora da despedida não quiseste preocupar nem dar trabalho a ninguém, obrigado tio Zé!

Boss AC ft. Mariza - Alguém me ouviu

Não me resta nada
Sinto não ter forças para lutar
É como morrer de sede no meio do mar e afogar
Sinto-me isolado
Com tanta gente á minha volta
Vocês não ouvem o grito da minha revolta

Choro a rir
Isto é mais forte do que pensei
Por dentro sou um mendigo que aparenta ser um rei
Não sei do que fujo
A esperança pouco me resta
Triste ser tão novo e já achar que a vida não presta

As pernas tremem
O tempo passa
Sinto o cansaço
O vento sopra
Ao espelho vejo o fracasso
O dia amanhece
Algo me diz para ter cuidado
Vagueio sem destino
Nem sei se estou acordado

Sorriso escasseia
Hoje a tristeza é rainha
Não sei se a alma existe
Mas sei que alguém feriu a minha
Às vezes penso se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz

(M) Chorei
(M) Mas não sei se alguém me ouviu
(M) E não sei se quem me viu
(M) Sabe a dor que em mim carrego
(M) E a angústia que se esconde
(M) Vou ser forte e vou-me erguer
(M) Ter coragem de querer
(M) Não ceder nem desistir
(M) Eu prometo
(M) Busquei
(M) Nas palavras o conforto
(M) Dancei no silêncio morto
(M) E o escuro revelou
(M) Que em mim a luz se esconde
(M) Vou ser forte e vou-me erguer
(M) E ter coragem de querer
(M) Não ceder nem desistir
(M) Eu prometo

Não há dia que não pergunto a Deus
Porque nasci?
Eu não pedi
Alguém me diga o que faço aqui
Se dependesse de mim teria ficado aonde estava
Aonde não pensava, não existia, não chorava

Prisioneiro de mim próprio
O meu pior inimigo
Às vezes penso que passo tempo demais comigo
Olho para os lados,
Não vejo ninguém para me ajudar
Um ombro para me apoiar
Um sorriso para me animar

Quem sou eu?
Para onde vou?
De onde vim?
Alguém me diga,
Porque me sinto assim?
Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê
Sinto lágrimas nos olhos mas ninguém as vê!

Estou farto de mim,
Farto daquilo que sou,
Farto daquilo que penso
Mostrem-me a saída deste abismo imenso
Pergunto-me se algum dia serei feliz
Enquanto oiço uma voz dentro de mim que me diz

(M) Chorei
(M) Mas não sei se alguém me ouviu
(M) E não sei se quem me viu
(M) Sabe a dor que em mim carrego
(M) E a angústia que se esconde
(M) Vou ser forte e vou-me erguer
(M) Ter coragem de querer
(M) Não ceder nem desistir
(M) Eu prometo
(M) Busquei
(M) Nas palavras o conforto
(M) Dancei no silêncio morto
(M) E o escuro revelou
(M) Que em mim a luz se esconde
(M) Vou ser forte e vou-me erguer
(M) E ter coragem de querer
(M) Não ceder nem desistir
(M) Eu prometo