Perguntaram-me pela minha auto-estima, não soube responder, ou antes, tive medo de responder. Tive medo que ela descobrisse a falta que me faz, o certo é que ela me deixou. Não sei quando, não sei onde, e nem sei bem como o fez. Sei que me deixou órfão de tal sentimento. Após vários acasos que levaram a minha auto-estima a esmorecer e a abandonar o meu ser, sinto-me como um caixote vazio e mal amanhado que depois de utilizado, perde a beleza e a utilidade que o deixa realizado. Talvez precise ser reciclado, para poder voltar a ser utilizado, se assim alguém quiser. Haverá espaço nos ecopontos para mim? Terei eu a sorte de cair lá, ou terei a fraca sorte de ser levado para um aterro onde não haverá alternativa a não ser o apodrecimento, lento e degradante. O meu ecoponto poderá ser simplesmente o reencontro da minha auto-estima que vagueia pelas ruas da amargura sem sítio para aconchegar. Fugiu de mim, culpa minha talvez, certo é que voltei a aprender a viver mesmo sem ela, a seguir em frente e enfrentar todos os medos e anseios sem saber bem o que esperar de mim. Procuro aleatoriamente pelas ruas por ela, na esperança de a ver e de a convencer a voltar, ou então na tentativa de encontrar a de alguém, não para me apoderar dela mas para a convencer a regressar ao seu dono, para que não seja o aterro o seu destino também. Já procurei em todo o lado auto-estima que se alugasse, que se vendesse que eu me pudesse tornar dono sem remorso algum... mas não existe, apenas a minha me fará reviver, acordar para o que ainda tenho pela frente, seja um caminho longo ou curto. Apenas a minha me fará voltar a acreditar em mim, acreditar que sou capaz, me fará arriscar e dar tudo por tudo para conseguir. Apenas ela, apenas a única que não consigo encontrar... porque te escondes de mim? Porque me mostras os meus defeitos sempre que preciso ver se tenho algo de bom em mim? Porque fugiste de mim? Não aguento muito mais...
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1 comentário:
eu é que estou cansado, senão fodia-te já a cabeça
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