15.3.10

Deserto

Estou sedento. Tenho sede de encontrar uma nova etapa, um novo rumo, deixar de andar ao sabor do vento da tempestade. Estou num deserto, um deserto árido, deserto de sentimentos onde quanto mais tento olhar o horizonte mais me parece um oásis inalcançável, onde os mimos me fogem entre os dedos como a areia fina, a mesma areia que o vento projecta contra a minha cara e me obriga a fechar os olhos, porque dói se os abrir, e feridas já tenho que chegue. Continuarei neste deserto, bebendo a água que o destino me dá, quando a dá, e caminharei por esta areia ardente, contra o vento sufocante e os pensamentos desencorajadores, porque sei que um dia chegarei ao fim do deserto, e terei água com fartura para beber. Não morrerei desidratado porque recuso-me morrer, e se morrer darei luta suficiente à dona da foice. Um dia voltarei a erguer a minha espada, e a minha armadura brilhará novamente, erguerei o meu estandarte o mais alto que puder e começarei uma nova guerra, quem sabe não será desta que saio vencedor, quem sabe não conquisto o meu pedaço de Mundo, para o mostrar orgulhosamente a todo a gente, tal como Camões o fez, o quanto significa para mim tal conquista. Não sei quem é, onde fica, se já a vi ou se está perto, sei que há-de chegar, e irei lutar até não ter mais força, até à vitória final ou à derrota desmotivadora. Resta-me para já lutar para sobreviver, não fisicamente, mas emocionalmente, deixar de ter duas personalidades e assumir de vez a única que me preenche. Vou aguentar firme, e vou chegar aí, prometo...

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