17.11.06

Na calada da noite




Está frio lá fora a esta hora da noite! Ainda assim existe qualquer coisa dentro de mim que me faz atravessar a porta do meu aconchego para ir ao encontro desse frio... Cá fora o vento parece cortar a pele nua, ainda assim consigo ouvir o silêncio da cidade que descansa tranquilamente ao fim de mais um dia, consigo olhar para as estrelas, ainda que cada vez mais as nuvens me tapem o seu cintilar, consigo pensar em tudo na vida e consigo... sonhar. Sim, porque podem-me tirar tudo na vida mas nunca me vão poder fazer parar de sonhar! Neste momento salta-me à memória muitas coisas que se passaram na minha (curta) vida. Coisas que gostava de repetir, outras que não sei se teria coragem para repetir, algumas que queria esquecer outras que me queria poder lembrar, umas que me arrependo de ter feito e outras que oxalá não se tornem a repetir! Sem recuar muito no tempo, relembrei desde o estágio em Inglaterra, ao fim do curso, dos amigos que fiz desde aí e aqueles que nunca mais vi, das "tampas" que levei (e continuo a levar) ao célebre "xau aí", do exame de condução ao acidente que tive à oito dias atrás... Tudo me ocorreu assim de repente e ocupou-me o pensamento e a capacidade de reacção por algum tempo... de tal maneira que nem reparei que já não conseguia ver a luz das estrelas e que começo a ficar com os pés gelados... Ainda assim deixo-me ficar a sofrer um pouco mais, e volto a pôr o meu inconsciente a pensar... Desta vez fez-me lembrar que estou a poucos dias de cumprir 20 anos de vida, fez-me pensar no que quero mudar definitivamente e no que quero manter. Tanta coisa mudou na minha vida até aqui, e tanta que eu ainda gostava de mudar, muita ainda há que pensei que seria diferente, apesar disso, foi a pensar nisto que cresceu uma força nova dentro de mim, que me faz pensar que tudo se vai resolver, quem sabe o "baile dos encalhados" não seja assim tão mau, e o emprego... bem, ao menos tenho um emprego, pode não orgulhar quem vislumbrou um futuro triunfador para mim, mas é um emprego e é meu... Talvez tudo mude de um momento para o outro, talvez se abra uma porta que definitivamente me dê alguma luz... talvez finalmente vá encontrar alguém a quem consiga dizer tudo o que nunca consegui dizer a ninguém... talvez! Bate-me agora os pingos grossos de uma chuvada na cara, cresce a vontade de ficar a apanhá-los como se nada fosse, por isso deixo-me ficar mais um pouco... O silêncio da noite deu agora lugar a um ruído agradável, o ruído da chuva a cair... Antes de ficar ensopado volto a passar a porta em direcção ao meu aconchego, ainda debaixo da ombreira da porta volto a olhar para a chuva que cai agora intensamente e agradeço não sei bem a quem por este bocadinho que passei...

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi trengo
Ta mt fixe o texto
Nunca desistas daquilo que queres por mais impossivel que te pareça
Hoje nao tou muito inspirada dsclpa...
Bjinhos