3.12.08

The Script - The Man Who Can't Be Moved

Going back to the corner where I first saw you,
Gonna camp in my sleeping bag I'm not gonna move,
Got some words on cardboard got your picture in my hand,
Saying if you see this girl can you tell her where I am,
Some try to hand me money they don't understand,
I'm not...broke I'm just a broken hearted man,
I know it makes no sense, but what else can I do,
How can I move on when I'm still in love with you...

Cos if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.

So I'm not moving...
I'm not moving.

Policeman says son you can't stay here,
I said there's someone I'm waiting for if it's a day, a month, a year,
Gotta stand my ground even if it rains or snows,
If she changes her mind this is the first place she will go.

Cos if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.

So I'm not moving...
I'm not moving.

I'm not moving...
I'm not moving.

People talk about the guy
Who's waiting on a girl...
Oohoohwoo
There are no holes in his shoes
But a big hole in his world...
Hmmmm

and maybe I'll get famous as man who can't be moved,
And maybe you won't mean to but you'll see me on the news,
And you'll come running to the corner...
Cos you'll know it's just for you

I'm the man who can't be moved
I'm the man who can't be moved...

Cos if one day you wake up and find that you're missing me,
And your heart starts to wonder where on this earth I can be,
Thinking maybe you'll come back here to the place that we'd meet,
And you'd see me waiting for you on the corner of the street.
[Repeat in background]

So I'm not moving...
I'm not moving.

I'm not moving...
I'm not moving.

Going back to the corner where I first saw you,
Gonna camp in my sleeping bag not I'm not gonna move.


12.11.08

Acorda-me quando chegares XVIII


Fácil. Fácil é uma palavra que não entra no dicionário, não dos que se compram em livrarias, mas no da vida. É difícil viver a vida, e difícil sorrir se ela nos faz chorar, é difícil encontrar uma mão que nos ajude a levantar quando tropeçamos nas rasteiras da vida, é difícil olhar a vida de frente e levantar a cabeça quando ela nos cega como o sol. Necessitámos de uma ajuda mútua para podermos (sobre)viver. Eu encontrei-a, demorou algum tempo mas consegui! É nos tempos conturbados que nos apercebemos da falta que fazemos um ao outro, é quando estamos longe que desejamos estar perto, é quando não temos a ninguém a quem contar os nossos medos que reparamos que quem amamos nos pode ajudar, nos pode dar o calor no coração que nenhum aquecedor consegue ainda. É quem amamos que nos faz sorrir mesmo debaixo das nuvens escuras de um dia frio de inverno. Basta uma palavra, um gesto, uma mensagem inesperada, uma simples flor, um carinho, para que derretamos o maior iceberg que nos invade por dentro! Olho para trás, para uma vida quase com 2 anos que vai marcando os seus passos aos poucos e lembro cada pequeno gesto feito, cada pequena força dada, e vejo o quão forte é o sentimento que guardo cá dentro. Um sentimento que tem sido à prova de tudo, por entre batalhas nunca antes sonhadas, e tem crescido e evoluído como sentimento. Vamos ganhando cada vez mais confiança para os próximos passos a dar e só quero que sejam bem cimentados para podermos formar algo pelo que à muito vimos a lutar. Quero-te amar, quero ficar contigo, quero ser parte integrante da tua vida, quero-te ajudar e quero que te sintas amada e feliz por estares comigo. Deixas-me ajudar-te? Então acorda-me...

3.9.08

Acorda-me quando chegares XVII


Tenho medo, tenho medo do escuro! Medo do escuro que fica em meu redor quando partes, sufoco e bato contra tudo e todos, entro num estado único de esquizofrenia que não deixa pensar, que me tapa a visão e que aflige, me mói e me mata! Perco todos os dias os meus sentidos e o sentido da vida no meio desta escuridão, onde não existem velas, lâmpadas, nem holofotes que a eliminem e me deixem ver. És tu a luz, a única estrela cujo ponto cintilante abrilhanta toda escuridão que me rodeia. É essa luz que me guia e me ensina o caminho, caminho que apenas vislumbro quando perto dela estou. Eu quero mas não consigo estar sempre ao lado dela e todos os dias eu volto a entrar na escuridão que me amedronta e me traz visões do horror de viver na escuridão para sempre! Todos os dias eu me perco na falta de luz, mas todos os dias procuro ser iluminado e encontro o meu caminho. Abstraio-me deste fantasma preto que me enubla enquanto escrevo, e enquanto espero por ti adormeço na esperança que me voltes a guiar amanhã, sei que um dia, juntos, derrotaremos a escuridão, entretanto já sabes...acorda-me quando chegares...

15.8.08

Gverreiros do Minho - O assalto do exército de Leste


O silêncio das espadas consigo ouvir
Por entre tantos melros a cantar,
É o sossego irritante que me faz sentir
Que estes momentos não são p’ra durar.
Chegam rumores ao longe, do leste
Que querem tomar nosso posto de assalto,
Algo faz com que a batalha deteste,
Mas se ela vier, eu a esta não falto!
Ao lado da minha Legião sempre lutarei,
Só me fará parar meu sangue derramado,
No primeiro dia isso eu jurei,
E no último sentir-me-ei honrado!
Da batalha chega a confirmação,
O exército saiu de Mostar.
A certeza que tomaram esta direcção
Faz-nos preparados desejar estar.
Poucos dias pude o horizonte olhar
Sem avistar tão raro pelotão,
Não sabia o que de lá esperar,
Apenas confiava na nossa união!
Eis que chega a hora de erguer a espada,
Pedir ajuda a quem nos guia lá em cima.
Rogar que nossa gente seja bafejada
De sorte na batalha que se aproxima!
São inimigos altos e entroncados,
Toscos, rudes e sem escrúpulos.
Dificilmente serão derrotados
Os mestres Bósnios e seus discípulos.
Cedo atacámos para impor respeito,
Na ânsia de mostrar quem manda!
Seu General não sentiu despeito,
E não ordenou a desejada debanda.
Paciente a batalha baseada em calculismo,
Por pequeno que fosse o erro seria fatal,
Criou em ambas partes certo cepticismo,
Ninguém adivinhava tremendo final!
Sofreu duro golpe o exército forasteiro,
Quando a dor não podia ser aliviada,
Foi o último mas também o primeiro,
E levou o maioral a ordenar a retirada!
Povo infame que não sairá impune,
Por perturbar tamanho sossego!
Seja esta chuva um mero queixume,
Das lágrimas que verterão cedo.
Prisioneiro liberdade terás de novo,
Tomarás a estrada por onde vinhas,
Diz ao teu general e ao teu povo
Que em breve terão noticias minhas...

12.8.08

Gverreiros do Minho - A invasão Turca


Paciente esperas a batalha,
Contra quem procura vingança.
Não haverá sorte que lhes valha,
Na Legião reina a confiança...
Compenetrado está o General
Treinando os Gverreiros até à exaustão,
Firme, rigoroso e imperial,
Na incessante busca da perfeição!
Vem correndo o mensageiro,
Tentando o alerta impor.
Grita com ar muito certeiro,
“Chegam antes do sol pôr”.
Corre Gverreiro para o teu posto
E ao longe já os poderás ver,
Terá a tua vida um novo gosto,
Se no fim os conseguires vencer.
Pequeno o grupo que se aproxima,
A bandeira de Sivas vem na frente.
Serão poucos como se estima?
Ou de emboscada virá mais gente?
Toda a Legião se põe alerta,
O povo Turco parece matreiro,
Terás de agir na hora certa
Para que o ataque saia certeiro.
Lutaste sempre com valentia
E nunca mostraste perdão
O exército forte que se previa
Não passou de uma ilusão.
Sem baixas, com garra e união,
Assim se pinta esta vitória,
Se combatermos ao lado da Legião,
Juntos atingiremos a glória...

26.7.08

Gverreiros do Minho - A conquista da Ásia Menor


Ao longe olho o horizonte
Sem qualquer pressa ou anseio,
Avisto algo no cume do monte
Um brilho que me traz receio.
Uma figura humana vislumbro,
Vem a cavalo montado.
Desconheço qual o seu rumo,
E de bandeiras vem ladeado.
Aproxima-se rápido como vento,
Já ouço o seu marchar vitorioso,
Não os identifico, mas tento
Desvendar o cavaleiro majestoso.
Nas bandeiras fixo o olhar
Em busca de algo que me afoite,
O vento fá-las desfraldar
E mostram-me a Sr.ª do Leite!
É impossível esconder o fulgor
Misturado com tamanha emoção.
Foram conquistar a Ásia Menor.
Está de volta a minha Legião!
Travaram batalha em Sivas
Com povo de diferentes costumes.
Sua vitória merece “vivas”,
Estes bravos saíram incólumes!
Da vitória existe ainda o cheirinho,
Mas não há tempo para descansar.
Prepara-te Gverreiro do Minho,
Eles estão prestes a atacar.
Juntos nos vamos preparar
Para a Pedreira defender,
A vitória queremos conquistar,
Medo de lutar nunca iremos ter.
A batalha não será fácil
Disso estou eu bem ciente,
Venham todos os trinta mil
Para como eu dizer “presente”...

6.7.08

As portas que (não) me abrem


Já não sinto! Não sinto nada, não sinto o sangue a correr, não sinto o bater do coração, não sinto o cérebro a pedir descanso, não sinto a felicidade, não sinto os sorrisos que dou, só sinto dor, medo, angustia, nervosismo, ansiedade! À muito que me penitencio neste corredor da vida, várias vezes tentei abrir portas que me levassem a salas diferentes, ou a outros corredores com mais portas, mas além da maçaneta todas elas tinham uma fechadura... sem chave! Bati nelas, em todas pelas que passei, sem realmente saber onde me levavam, mas bati porque queria mudar o rumo, mudar o destino, mudar de vida. Apesar da insistência nenhuma me deixou entrar, em algumas ninguém me atendeu, ignoraram-me por completo, e eu sei que havia alguém do outro lado que me podia abrir a porta, mas simplesmente não se deu a tal trabalho, outros entreabriram a porta mas negaram-se a ceder-me passagem, diziam que não era aquele meu destino, era naquele corredor da “morte da sanidade” que eu deveria permanecer pois foi esse que escolhi e deveria saber de antemão que não seria aceite por todos, mas eu não sabia, e não fui eu que escolhi entrar na porta que tinha no inicio deste corredor de sentido único, fui forçado a entrar, o chão da sala que existia antes deste corredor estava velho e podre, a cair para um vazio de onde seria quase impossível sair, por isso entrei na maldita porta que apenas dizia empurre e onde não havia ninguém para negar a entrada. Andei muito tempo desde a última porta em que bati, eu sei que não pertenço a este corredor apesar de quem passa por mim não fazer ideia de tal e me queira moldar para aqui permanecer até não haver mais portas nem portinhas, até ao portão que dizem existir no fim que leva ao derradeiro descanso, mas muito recentemente encontrei duas portas, ficando com três hipóteses, bater numa ou em outra das portas ou continuar neste corredor cada vez mais estreito e mais monótono. Tentei parar para pensar, mas o tempo fazia-se escasso e o peito apertava, o medo de voltar a ouvir um não ou de se escusarem a ver-me a cara era grande mas a vontade de mudar e de acreditar, aliou-se com a fé e misturou-se com a teimosia. Bati em ambas com bastante força para ter a certeza que me fiz ouvir. A porta do lado esquerdo fez um grande eco, como se tudo estivesse vazio, ouvi passos em direcção á porta, cresceu a ansiedade, acelerou o coração e ninguém falou, nada mais ouvi, percebi que talvez eu não fosse bem-vindo mas ainda assim não perdi a esperança que alguém a abra um dia (tarde demais quem sabe), a do lado direito foi um bater mais seco, era uma porta dura, em madeira maciça, logo fui atendido por alguém que abriu a porta, apanhou-me de surpresa e quando me pediu para aguardar que iria chamar por alguém que se poderia interessar pelo que eu teria para dizer, senti o que muitas outras vezes sentira, a vontade de me entregar de corpo e alma a uma vida nova, a vontade de dar tudo de mim, a vontade de finalmente triunfar, a espera foi curta e a felicidade andava estampada nos meus olhos que brilhavam por entre o calor do dia. Foi me dito que apenas uma pessoa poderia entrar naquele local, e eu apercebi-me que não estava sozinho pois mais portas ligavam aquele espaço com outros, informaram de tudo o que necessitavam que essa pessoa fosse, senti que teria de me esforçar arduamente para o conseguir e senti vontade, força e determinação suficientes para poder triunfar, pediram-me para aguardar que a porta seria novamente aberta brevemente. Nos primeiros tempo sentia-me extasiado e empolgado para ver rodar novamente a maçaneta, mas ela tardava e a esperança tinha pressa. Quando já pouca existia eis que novamente a maçaneta roda e a porta abre, disseram-me que seria recebido por alguém que decidiria se o meu futuro passava por debaixo da ombreira da porta no dia seguinte de manhã. Entusiasmei-me, demais até, comecei a imaginar que tudo iria correr bem quando sou interrompido pelo abrir da porta de onde uma voz me pedia desculpa mas que apenas seria recebido de tarde, pouca diferença me fazia, apenas ia aumentar o tempo de espera e mais iria crescer a ansiedade. E cresceu, cresceu, cresceu... Cresceu até me pôr a barriga a doer, os dentes a trincar as unhas, e o pensamento a querer acelerar o relógio. O relógio não acelerou e o tempo já se arrastava quando me veio à lembrança outras vezes em que bati em portas me receberam muito bem, me deram a entender que gostavam de contar comigo e depois simplesmente me ignoraram ou me disseram de uma maneira muito leve que não contavam comigo e me deixaram do lado de fora da porta. Assentei bruscamente os pés na terra e a dor de barriga passou para o peito, senti uma mágoa enorme e um medo terrível do dia seguinte, pois era já noite e o sono não chegava, chorei com os nervos e medo de falhar e voltar a desiludir quem me rodeia e a mim mesmo, acabei por ser vencido pelo cansaço lavado em lágrimas. Acordei bruscamente e sobressaltado com o abrir da porta de manhã cedo. Quando pensava que tudo ficaria resolvido e já estava preparado para o pior a mesma voz me volta a pedir desculpa pelo facto da pessoa que me teria de receber não estar presente e adiando tal encontro para dez dias depois. Voltou o medo da desilusão, do esquecimento, mas ao mesmo tempo uma réstia de esperança por me terem aberto por quatro vezes a porta, foi até hoje a porta onde melhor fui atendido. Estão a ser dez longos dias e ainda nem a meio chegaram, ainda a procissão vai no adro, e eu já sinto o medo, a ansiedade, a esperança, tudo misturado, tudo sem nexo. Tento viver um dia de cada vez, mas é difícil, quando fico só dou comigo a encontrar a vontade de entrar naquela porta e a perguntar a mim mesmo como será do outro lado, ao mesmo tempo que a vontade de permanecer neste agoniante corredor que me mói e quase nula e está mesmo perto do fim, estou a perder a vontade a cada segundo que passa e pergunto-me depois “ se não entrar na porta terei força para continuar neste corredor? Onde vou encontrar a vontade que vou perdendo agora?”. São muitas perguntas, muitas vontades, muitos sentimentos, muita coisa para uma cabeça só, e uma só... uma só vida! Quero vivê-la como a pintei em pequeno, não quero permanecer neste corredor mas para isso preciso que me deixem sair, que me deixem entrar numa porta, que me deixem voltar a ser eu, que me façam parar estas lágrimas que caem espaçadas entre cada vez que engulo em seco e que cerro os dentes com toda a força ao mesmo tempo que escrevo e desabafo, só quero mudar de rumo e estou a lutar arduamente por isso, só quero que não me deixem escrever mais isto, só quero... deixem-me, por favor!

28.6.08

Acorda-me quando chegares XVI




Sete, apelidado de número perfeito,
Não por todos mas por muitos.
É o número de dias cravado no peito
Desde o fim-de-semana que passamos juntos.
Longe de tudo, de todos, do Mundo,
Da vida, de nós mesmos.
Não demos por perdido um só segundo,
E aumentámos o amor que temos!
Num vale, onde ainda corre a água para o mar,
Perto da mó que ainda lá está,
Apesar da farinha já não brotar,
Estive no meio do que mais belo há!
Senti-me a amar na mais pura essência,
Amor puro e sem igual,
Mostrei que amo com benevolência,
E tenho montes de razões para tal!
Quando o sol já não era rei,
Por entre aconchegos, mimos
E já sem forças, a teu lado fiquei,
Num sono que ambos sentimos!
Não chegaste para me acordar,
Desta vez já lá estavas,
Quando decidiste o sol me mostrar,
Amei-te enquanto me acordavas...

1.6.08

Guerreiros do Minho


Salve ó Guerreiro do Minho
Que de tão nobre Legião és!
Ergue-te por entre as cinzas,
E luta pelos que caíram a teus pés.
Depois de muitas batalhas perdidas,
Com suor, lágrimas e sangue derramado,
Encontras novamente o teu povo,
E novo Guerreiro por ele serás aclamado.
É tempo de reunir tropas e esquecer tristezas,
Pois grandes batalhas se avizinham,
Com muita fé e poucas fraquezas
Vencereis todos os que contra vós alinham.
Por entre a densa selva fareis trilho,
Tende força e agilidade.
A Pantera representa sarilho,
E não conteis com facilidade.
Seguireis o curso do rio
Para defrontar os Homens do Mar,
Aos da Trofa tirais-lhe o pio,
Pois tendes um Dragão para atacar!
Os arcos das Caxinas vão tremer
Ao sentir o vosso marchar,
O saber dos Doutores devereis absorver
Para a força Naval eliminar.
Espera-vos o VIII exército no Sado
São terras de muito sal
Munidos de canhões e armas ao lado,
Tereis de lutar de igual para igual!
Quando a fome vos apertar,
E nada mais houver de comer,
As Águias ireis caçar,
E delas vos defender!
Calareis os Velhos do Restelo
E à arena sereis deitados,
E sem medo nem apelo
Mostrais que até Leões podem ser domados!
Quebrai a Estrela que nada ilumina,
Entrai pelo mar em busca de algo novo,
Encontrareis a esquecida vida Felina,
E do Nacional quem se diz povo.
E quando pensardes que tudo acabou,
Começa uma nova e grande batalha
Foi El Rei de Espanha quem preparou,
E o terror pelo povo espalha.
Contra seus homens lutareis,
Até derrubares o castelo.
Mostrai-vos fortes e vencereis
Quebrando assim o último elo.
Proclamareis alto e bom som
Quando regressardes à vossa terra:
“Preparai festa com tudo de bom.
Finalmente ganhámos a guerra”...

25.5.08

Devaneio de um outro eu


Deito-me já tarde neste vale que me embala. É neste momento que atinjo um estado em que se torna possível escrever algo com nexo e sentimento. Não, eu não tenho qualquer tipo de dom da escrita, eu limito-me a, em certos momentos não programados, pôr em palavras escritas aquilo que sinto e que a alma transfigurada me dita. Devaneios autênticos de uma mente nunca satisfeita em busca da perfeição. Há já algum tempo que não actualizava o blog, não por falta de vontade ou inspiração, mas talvez por uma pergunta que me foi feita várias vezes (e para a qual não fui capaz de arranjar argumento suficiente) e pela lucidez de pensamentos se ter extraviado por entre a rotina dos dias. Talvez esta tenha voltado com a chuva que nos últimos dias tem caído sobre mim. Apenas hoje consegui atingir a velocidade de pensamento e sentimento necessária para que as palavras me saiam pelas pontas dos dedos à medida que pressiono coordenadamente cada tecla, velocidade essa que, ao contrário do que se pensa, é bem lenta. Uma velocidade que aos poucos me desliga os circuitos dos sentidos um por um, primeiro a audição que ignora o bater da chuva na janela, depois o odor que apenas consegue sentir o cheiro da calma, o paladar em seguida deixando-me a boca sequiosa, o tacto que faz com que eu apenas imagine que estou a escrever o que penso e por fim a visão que me apaga tudo o que me envolve deixando-me a viver num vazio escuro onde apenas sei que tenho o coração a bater, e o pensamento a comandar. É neste estado quase defunto que me encontro e em que tento encontrar resposta a tão difícil pergunta. Várias são as pessoas que por este blog passam e numa leitura na diagonal do que por aqui vou escrevendo põem em causa a originalidade de tais textos, e interpelam-me porque escrevo eu coisas tão tristes sendo eu na vida real totalmente o oposto, bem-disposto, carinha alegre, tentando sempre sorrir para receber um sorriso em troca. Não é fácil fazer as pessoas acreditar que eu também tenho problemas por resolver e obstáculos para vencer, e que tal como a água tento contorná-los em vez de enfrentá-los, é difícil de perceberem que no meio de tanta alegria tem de existir um espaço para a tristeza, para o desabafo. Foi com esse intuito que comecei a escrever. Escrevia para desabafar, para muitas vezes chorar sozinho e encontrar forças onde antes existiam lágrimas, e comecei a publicar para que alguém pudesse usufruir de um certo conforto ao ler, e não para me lamentar ou queixar! É extremamente difícil para mim explicar como consigo escrever, e o que consigo escrever, uma vez que é como se fosse outra pessoa que habita em mim que existisse para desabafar comigo mesmo e me levantar quando caio, como se tivesse outra cara dentro da minha cabeça, um pseudónimo, daí eu assinar como Nemec, nome que por mero acaso é também dado a umas correntes (correntes de Nemec) que servem de alívio à dor. É neste estado, sem sentidos, que me sinto ao mais puro eu, que fico cru, que me exponho como sou e não como finjo ser por vezes, poderia escrever sobre algo que fizesse rir ou pelo menos sorrir, mas seria sem sentimento, seria uma contradição do que sente o meu pseudónimo. Sei que são raras as pessoas que lêem de princípio a fim o que escrevo, por ser muito extenso torna-se maçudo de ler o que eu compreendo e respeito, mas não deixo de publicar por isso, porque não me importa o que os outros lêem pois são livres de escolher, apenas me importo em desabafar o que me fere, mata, ou simplesmente toca cá dentro, em devaneios nem sempre compreendidos mas sentidos. Quem sabe eu não sou capaz de acabar o livro que à muito comecei e mostrar finalmente aquilo de que sou capaz? Quem sabe se amanhã não será diferente? Mas como ainda não é amanhã, chegou a hora de desligar o que resta dos circuitos e esperar pela aurora...

9.5.08

O último dia... o dia do desabafo


Tudo o que começa tem um fim, assim diz a lei da vida, como tal, sei que amanhã será um dia triste para mim, será o dia do fim! Não, não se trata do dia do meu fim, nem a minha fotografia irá figurar nas páginas da necrologia, é o dia do fim da época, do último jogo, da última emoção. Vou pela última vez colocar o cachecol no pescoço e mostrar orgulhosamente, por esta cidade que é minha, o símbolo que me enche de orgulho o ser. Nas últimas épocas a vida do Braga corria de vento em poupa, chamou à atenção do país, e todos os habitantes de Braga diziam nutrir no mínimo um carinho especial pelo clube da “terra”. Sabia bem ouvir isso apesar de saber que em grande maioria se trava de uma tremenda falsidade, pois esses que na altura se diziam adeptos ferrenhos do Braga, em outras ocasiões gritaram golos de clubes distantes daqui, chamavam-me louco, tolo, anormal, doente, e um sem fim de coisas por sentir que o Braga era o maior mesmo quando não se falava nele. Nesta época que, para mim morre amanhã, o Braga ficou aquém das expectativas, e esses falsos Braguistas voltaram à carga. Desligaram-se de tal maneira do clube que o carinho que diziam nutrir se voltou a transformar em fome de vencer de um outro clube fora da região. Durante os jogos que o Braga não ganhava toda gente me conhecia, todos me gozavam, todos se riam na minha cara, todos falavam para mim, se por outro lado o Braga ganhava nem tema de conversa tinham. Por tudo isso, e para todos esses que me massacraram ao longo destes últimos meses deixo o desabafo:
- A todos aqueles que deixaram de ir ao estádio e diziam que assim castigavam os jogadores pois não os apoiavam porque eles não mereciam, digo que sinceramente eu não consigo, faltei a alguns jogos esta época por estar a trabalhar, ouvi o relato e sofri tamanha dor que por vezes parecia não aguentar, se os jogadores não sentirem apoio, não têm motivação para jogar logo não ganham jogos e saem os adeptos castigados. Ser Braguista é castigar os jogadores do próprio clube?
- A todos aqueles que me chamaram de tolo, doido, maluco digo, um tolo, doido ou maluco é alguém que faz algo que não tem lógica ou totalmente fora do contexto, e agora pergunto, apoiar e defender incondicionalmente o clube da cidade que me viu nascer é algo ilógico? Se assim é eu adoro ser maluco, doido e tolo!
- A todos aqueles que me chamaram doente por continuar a apoiar o Braga digo, uma doença diminui física ou psicologicamente o doente debilitando-o, não me sinto como tal, mas se por ventura se referem ao aspecto que eu um dia aqui referi de que era “Braguista” por sofrer de uma doença genética e me culpam por tal estão a agir mal, caso contrário tentem culpar o diabético pelo simples facto de o ser…
- A todos aqueles que se acham superiores, porque apoiam clubes melhor classificados deixo um apelo em nome de todos os que, como eu, se sentiram massacrados ao longo da época, deixem-nos estar, porque façam o fizerem o nosso clube irá ser sempre o Sporting Clube de Braga, é este clube que vamos sempre apoiar e é por ele que iremos sempre lutar, e chegado o dia de triunfar, irá saber melhor do que todas as conquistas por vós alcançadas.
Serei Braguista até ao meu último dia…até ao dia do desabafo

24.4.08

Sol molhado


Cinzentos os dias, as forças, o desalento,
As dores no corpo das feridas que carrego,
Abertas por pequenos nadas, mais de um cento,
Que como a chuva, caem em mim, e como um relâmpago,
Por entre a penumbra que subestimo, e sem qualquer preparo,
Como uma penitência que pago
Me golpeiam a pele e alma,
É triste com o que deparo!
Não sei da minha calma,
Talvez da chuva fugisse.
Se cá estivesse talvez uma porta me abrisse,
Com ligação ao céu celeste,
Onde em cada janela não figurasse,
O cinzento que se tornou peste,
E o Sol triunfalmente brilhasse.
Oh sol porque de mim fugiste?
O sorriso da boca me roubaste,
E aqui fiquei sozinho e triste,
Semblante carregado quanto baste,
Que transparece a dor que existe.
Por mais um dia eu espero,
Por um só raio que na janela bata,
Eu nada posso e apenas quero,
Sorrir para a tristeza que me mata!
Qual meu espanto quando amanhece,
Ao som de um belo canto,
O Sol me aparece.
De sorriso na cara me levanto,
Matando tudo o que me entristece,
Levando para longe tamanho pranto.
E com alegria na cara estampada,
Desejo um bom dia à minha amada,
Porque quem ama nunca esquece…

23.4.08

Para ler e reler do avesso


Faço parte de uma geração perdida
E recuso-me a acreditar que
Posso mudar o Mundo
Acredito que isto possa chocar mas
“A felicidade vem de dentro”
É uma mentira, e
“O dinheiro traz felicidade”
Por isso em 30 anos vou dizer aos meus filhos
Não são o mais importante na minha vida
Os meus patrões saberão que tenho prioridades definidas porque
É mais importante o trabalho não
A família
Digo-vos
Por vezes
As famílias reúnem-se
Mas não será assim na minha era
É uma sociedade sem sentimentos
Os entendidos dizem-me
Daqui a 30 anos vou celebrar o 10º aniversário do divorcio
Não me convenço que
Viverei num pais criado por mim
No futuro
Destruição ambiental será a norma
Nunca mais se poderá dizer que
Eu e os meus, preocupamo-nos com a Terra
Será evidente que
A minha geração será acomodada e doentia
É de doidos presumir que
Ainda existe esperança
E tudo isto será real a não ser que escolhamos revertê-lo

27.3.08

Paulo Gonzo (com Lúcia Moniz) - Leve Beijo Triste

Teimoso subi
Ao cimo de mim
E no alto rasgei
As voltas que dei

Sombra de mil sóis em glória
Cobrem todo o vale ao fundo
Dorme meu pequeno mundo

Como um barco vazio
P´las margens do rio
Desce o denso véu lilás
Desce em silêncio e paz
Manso e macio

Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste

Não fales calei
Assim fiquei
Sombra de mil sóis cansados
Crescendo como dedos finos
A embalar nossos destinos

Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste

Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste


24.3.08

Eu, o sol e... o cu!




Todos nós nascemos e iremos morrer um dia, é a ordem natural da vida. Nascer, crescer e morrer. Entre o nascer e o morrer temos uma imensidão de pequenas coisas que nos vão marcando e vão sendo escritas no grande livro da nossa vida. Cada pessoa escreve o seu próprio livro, onde contém todos os sentimentos e peripécias que vamos vivendo. As fazes boas, as fazes más, as lutas por um objectivo, as desistências… Ultimamente tenho reflectido bastante sobre que caminho dar ao meu livro, se devo fechar um capítulo, se o devo manter por mais algum tempo encerrando-o depois por outra qualquer razão, se valerá a pena arriscar por o ponto final para virar a pagina… Dúvidas que não se calam e me obrigam a pensar em todos aqueles que não as têm. Apesar da tenra idade que tenho, já muitas vezes escrevi no meu livro algo que não tinha projectado, que mudou o rumo da história, por acreditar em mim, por lutar pelos meus objectivos, por defender o que possuo, por todas as conquistas que vou conseguindo com sangue, suor e lágrimas, por procurar incessávelmente a perfeição inatingível por qualquer mortal, por querer ser especial sem dar nas vistas, por querer ser diferente, por querer ser eu… Uma luta diária, cansativa e dura mas que me faz encher de orgulho por tudo aquilo que sou e que tenho. Troquei a entrada na Universidade pela entrada no mercado de trabalho, lutei contra a vontade dos meus pais, professores e amigos. Por entre as batalhas diárias travadas diariamente no emprego lá fui conseguindo amealhar dinheiro para conseguir cumprir aos poucos os meus objectivos. Tirei a carta comprei um telemóvel, um portátil, um carro, consegui a independência necessária para sustentar os meus desejos. Sacrifiquei-me, chorei muitas vezes, revoltei-me contra mim e contra o mundo e deu-me vontade de desistir, mas lá fui conseguindo levar o meu barco, remando muitas vezes contra a maré, outras deixando-me ir à deriva, esforcei-me e consegui atingir alguns objectivos. De todas as palavras redigidas até agora no meu livro lembro várias que não deveriam figurar lá, entre elas a troca da electrónica pela metalomecânica. Mundos dispares, a que me tive de afeiçoar sem preparação. Ajudou-me a raiva transformada em força, e a necessidade transformada em vontade. Ainda continua a ser difícil ouvir das bocas de muita gente “Eu bem te avisei, ias para a Universidade…”, custa porque eles não sabem o que é a vida, não sabem o que é trabalhar porque assim tem de ser, trabalhar e parte do salário ser para a ajuda da família, trabalhar porque o dinheiro auferido vai fazer mais falta a alguém do que a mim, sujeitar-me a empregos e horários que muitos desempregados rejeitariam, fazer sacrifícios para poupar algum dinheiro para que ele estique até ao próximo fim do mês, eles não sabem… Não sabem porque têm a vida facilitada, ofereceram-lhes a carta no dia em que fizeram 18 anos, a prenda por ter passado no exame de condução é o carro com que eles fazem inveja aos amigos, falam com o pai ou com a mãe quando se esticam mais um bocado nos gastos da mesada e eis que nascem mais uns euros na conta, gastam com exagero porque nada lhes custa, sobem na vida porque o dinheiro é algo que se dão ao luxo de esbanjar, e gabam-se, gabam-se de boca cheia que são os melhores, que têm os melhores empregos (mas não dizem que foi uma “cunha”) não lutam pela vida, nunca lutaram e nunca vão precisar de lutar, nasceram com tudo, e isso é o que vão deixar quando morrerem, nasceram com o cu virado para o sol, e por muito que abanem ou escondam o sol vai estar sempre a brilhar no fundo das costas, mas eu não, eu nasci com o cu na sombra e tenho de lutar, tenho de chorar, tenho de sangrar para triunfar, mesmo não sendo reconhecido, mesmo não me sendo dado o devido valor, e por muito que procure o sol com o cu ele há-de fugir-lhe sempre. Mas no fundo tenho orgulho do que sou, tenho orgulho de todas as escolhas que fiz, tenho orgulho em ser eu e agradeço por não ter nascido com o cu virado para o sol…

18.3.08

"O Pedro e o sonho" - A concretização


Cumpri o prometido. Levei o “Pedro” ao estádio, que orgulhosamente vestiu o cachecol do Braga. É difícil encontrar palavras que descrevam todos os momentos que quer eu, quer ele vivemos. Saltou, gritou, apoiou o Braga como nunca antes tinha feito, sentia-se a criança mais feliz do mundo. Apesar de não saber o nome dos jogadores, sentia-se um felizardo por poder vê-los ali tão de perto e ver que mesmo eles parecendo algo diferentes de todos os outros humanos, são no fundo pessoas como qualquer um de nós. Ele imaginava-os maiores, como se fossem Deuses, como se não reparassem que estavam ali milhares de pessoas a torcer por eles por serem tão importantes, mas não, ele sentiu que afinal são pessoas como ele, quis aprender os cânticos e tudo o resto, sentiu-se bem por estar ali no meio de toda aquela festa, sentiu-se em casa, sentiu-se Braguista!
Há quem diga que não há felicidade maior que ver um sorriso de uma criança, mas eu digo que há, é simplesmente inexplicável a sensação de realizar o sonho de um miúdo e sentir a felicidade que dos olhos lhe saía… Já em minha casa e enquanto jantava-mos, ele contava eufórico aos pais e à irmã como tinha sido o dia mais feliz da vida dele. Uma lágrima marota quis fugir, mas prendi-a no canto do olho, deixei-me embalar pelo momento e sorri ao mesmo tempo que me senti realizado, senti que nasceu mais um Braguista e a confirmação veio logo a seguir quando a irmã, mais nova do que ele, lhe atirou “Eu sabia que tu ias virar a casaca…”, e ele com o sorriso que não conseguiu disfarçar o dia todo respondeu que “Desta vez é diferente, até tenho um cachecol e tudo! Agora vou ser sempre do Braga”. Já o sol dormia à muito quando me despedi dele, apertou-me a mão com força, olhou-me nos olhos, e eu vi nos dele um brilho ofuscante, e um sorriso maravilhoso e gratificante, não resisti, abracei-o e disse-lhe um simples mas sentido obrigado. Ele ficou confuso pois obrigado era o que ia dizer, e eu é que agradeci, agradeci por me ele me ter deixado feliz e agradeci por ele sentir que o meu clube também é dele, agradeci pela felicidade que a sua criou em mim. Ele foi embora, ainda de cachecol ao pescoço, e eu senti-me feliz por realizar o sonho de um menino… E assim nasceu mais um Braguista, que no que depender de mim, será para sempre…

13.3.08

O Pedro e o sonho




O “Pedro” é um menino ainda, mora na aldeia, e estuda na pequena escola primária da sua freguesia nos arredores de Braga. Adora futebol, e no intervalo das aulas, todos os dias joga “à bola” com os poucos amigos que lhe servem de companhia nas aulas. Em casa, já sem os amigos, imagina no muro uma baliza como as que apenas na televisão viu até então. Não tem clube favorito, e confessa que quando diz que é sportinguista , diz apenas para fazer o pai feliz, pois ele também o é! Nascido no seio de uma família com poucos recursos, nunca entrou num estádio, e apenas viu o do Braga… por fora! Gostava de um dia entrar num estádio, ver como é, aprender todas as regras que no recreio da escola não se utilizam, saber o que é fora-de-jogo, saber porque é que a barreira não fica só a três passos do sítio onde foi marcada a falta, saber o que é uma claque, porque não se sentam, porque estão sempre a cantar, todas as curiosidades de um miúdo, que ainda nem fez 8 anos, acabado de chegar a um mundo totalmente novo. No último fim de semana expliquei-lhe que eu era braguista (palavra que ele desconhecia), que ia ver muitos jogos e já fui a muitos estádios, tentei explicar-lhe que mesmo quando o Braga perde eu continuo a gostar dele. Embalado pelo entusiasmo de mostrar o quão realizado e feliz me sinto em ser braguista, esqueci-me do sentimento que estava a provocar no miúdo, esteve sempre calado enquanto me ouvia com atenção e estranhei a ausência de perguntas por parte dele. Quando deparei com tal silêncio parei de falar. O miúdo olhou para mim com ar abatido e os olhos a brilhar e disse-me: “ Um dia, já há muito tempo, ainda nem tinha pedido as prendas ao Pai Natal, fui a Braga e passei perto do estádio. Estava a estrada cheia de carros, muitas pessoas com cachecóis e eu perguntei ao meu pai porque estava ali tanta gente, e ele disse que era por jogar o Braga, como eu gosto de futebol pedi-lhe para irmos ver. Ele parou o carro e foi até onde se compra os bilhetes, quando veio entrou no carro e disse que não podíamos ir porque os bilhetes eram muito caros. Nesse dia fiquei triste, e a partir daí, imagino-me no recreio da escola e aqui em casa a jogar no estádio do Braga, no meio daquelas pessoas todas a gritar. Por causa disso na quarta-feira tive um sonho. Enquanto estava a dormir sonhei que tinha um cachecol do Braga e um bilhete para ir ver o jogo e estava a ir para o estádio, mas depois acordei. Gostei muito daquele sonho, mesmo tendo acordado antes de entrar no estádio. Mas foi só um sonho. Como o meu pai não tem dinheiro para comprar os bilhetes não posso ir. Quando eu for grande, vou trabalhar muito, para poder ir ver um jogo de futebol!”. Continuei calado com um aperto no peito e uma lágrima ao canto do olho enquanto olhava a cara dele. Não consegui dizer mais nada e apenas sorri para disfarçar a dor, ele pegou na bola e foi marcar mais golos contra o muro. Esta semana soube da possibilidade de um sócio do Braga com cadeira anual poder obter um ingresso. Vou buscar o bilhete, comprar o cachecol e realizar o sonho do pequeno “Pedro”. Sei que ele vai ficar feliz, sei que nunca se vai esquecer deste dia e sei que de hoje em diante será mais braguista… Quantos Pedros existem por aí à espera de concretizar o sonho? Quantos novos braguistas estão a ser criados?

12.3.08

Clã - Sexto andar

Uma canção passou no rádio
E quando o seu sentido
Se parecia apagar
Nos ponteiros do relógio
Encontrou num sexto andar
Alguém que julgou
Que era para si
Em particular
Que a canção estava a falar

E quando a canção morreu
Na frágil onda do ar
Ninguém soube o que ela deu
O que ninguém
estava lá para dar

Um sopro um calafrio
Raio de sol num refrão
Um nexo enchendo o vazio
Tudo isso veio
Numa simples canção

Uma canção passou no rádio
E quando o seu sentido
Se parecia apagar
Nos ponteiros do relógio
Encontrou num sexto andar
Alguém que julgou
Que era para si
Em particular
Que a canção estava a falar

E quando a canção morreu
Na frágil onda do ar
Ninguém soube o que ela deu
O que ninguém
estava lá para dar

Um sopro um calafrio
Raio de sol num refrão
Um nexo enchendo o vazio
Tudo isso veio
Numa simples canção

Uma canção passou no rádio
Habitou um sexto andar

8.3.08

(In)Coleccionáveis


O coleccionismo fascina-me. Não sei explicar o que sinto quando vejo uma colecção seja do que for. Talvez o bichinho venha da família, o meu colecciona chávenas de café. Desde miúdo que cravava à minha mãe dinheiro para as minhas colecções. Cromos, tazos, berlindes, surpresas dos ovos kinder, tentava coleccionar um pouco de tudo nunca completando no entanto qualquer colecção. Com o passar do tempo e o evoluir natural da minha pessoa, fui-me dedicando a outras colecções. Mentalizando-me que nunca iria conseguir acabar uma colecção, decidi optar por colecções sem um número de items previamente definido, ou seja, nenhuma delas tem fim à vista e posso contribuir para o enriquecimento de cada uma toda a minha vida. Neste momento tenho 4 colecções deste tipo. Três delas são constituídas por artigos não comprados directamente para esse fim e a restante já exige algum investimento, ou seja, das três primeiras fazem parte, uma colecção de moedas em que, sendo moedas de euro troco por uma de valor igual e nas restantes cinjo-me ao que vai aparecendo no dia-a-dia; uma colecção de bonés, onde ao contrário do que se espera, não fazem parte bonés de marca mas sim daqueles oferecidos quer por marcas de carros, quer por bombas de gasolina, quer partidos políticos e outros mais; a última deste grupo é a colecção de bilhetes de futebol em que fiz parte da assistência. Sabendo toda a gente do vírus que me corre no sangue e me faz ter uma paixão descabida pelo Sporting de Braga, não será de estranhar que eu tentasse conjugar numa colecção interminável vários gostos pessoais, e quando se mistura a paixão pelo Sporting de Braga, o bichinho pelas infindáveis colecções e o sentimento com forma de gosto por símbolos nasce a outra colecção, a colecção de cachecóis. Viajando eu por esse país fora sempre que posso para acompanhar o meu clube nos mais diversos estádios, aproveito para confraternizar com os adeptos adversários (naquilo que deverá ser o verdadeiro desportivismo muitas vezes esquecido) tentando trocar impressões e mostrar que em Braga vive-se o Sporting de Braga. Uns trocados entre estas conversas, outros comprados por aí, outros ainda trazidos por conhecidos que sabendo deste meu fascínio se lembram de mim e decidem contribuir com mais um exemplar. Como uma colecção (no meu entender) só tem razão de o ser se for mostrada e apresentada para um “público” decidi, na impossibilidade de criar um museu (isto já sou eu a delirar) criar um blog com fotos e breves descrições de cada um dos exemplares. Passem por lá e opinem.


20.2.08

Acorda-me quando chegares XV


Algo me chama por dentro, algo me causa surdez e me deixa ouvir apenas o pensamento, olho mas nada é o que vejo, apenas imagens espaçadas em forma de filme me são cravadas na frente, não consigo mexer o meu corpo gélido com os músculos tesos. Deixo-me ir sem saber onde isto me vai levar. Recordo de repente uma viagem, em tarde solarenga até a Galiza, outra ainda sempre junto ao rio até uma das maiores represas de água do pais, lembro palavras ditas a medo, gestos interrompidos pela vergonha que me invadia, frio na barriga pelo medo, e raiva por não ser capaz de realizar o que apenas idealizava. Tempos mentalmente difíceis se foram criando até que, chegada uma segunda feira, vespra de Carnaval, numa noite enfeitiçada pela lua, aromatizada pelo mar e cheia de sentimentos e emoções que me aceleravam o coração, finalmente consegui, consegui dizer e fazer o que a penas a minha mente tinha definido, até então, como possível. O primeiro beijo, a primeira prova de amor, as primeiras marcas na memória, o pedido oficial… Tudo começou aí, num cenário que eu desejaria perfeito tal e qual o momento. Mergulhamos ambos nesta vida que passou a ser partilhada e em que deixámos de pensar apenas a uma cabeça para encontrarmos o senso comum que satisfaça ambas as mentes, um mundo cheio de coisas novas, onde aprendemos a valorizar o que até então nem sabia-mos que existia. Muitos dias passaram desde o começo, muitos desacordos houveram, chatices, lágrimas, mas houveram muito mais sorrisos, beijos, abraços, mimos, carinhos, surpresas, as conversas deixaram de ser tímidas e passaram a ser úteis, os beijos passaram de envergonhados a sentidos, ambos ganhámos força e apoio mutuo, lutámos juntos, vencemos juntos, perdemos juntos! Sem nos apercebermos bem o tempo foi dando conta de si, foi passando, por vezes arrastando-se, outras vagueando, outras ainda voando, e quando demos conta tinha-mos ambos um adereço no anelar direito com o nosso nome gravado e uma data, a data do dia de Carnaval de 2007. Faz precisamente hoje um ano que roeste o pau do chupa que te ofereci e que religiosamente ainda guardas, à exactamente um ano atrás era terça feira, dia de Carnaval, dia que eu quero recordar e festejar por muitos e longos anos a teu lado porque faz hoje um ano que tu chegaste, que me acordaste e que abri os olhos e te beijei, te disse que te amava e que queria ficar contigo… Obrigado por me fazeres feliz!

16.2.08

Flores...


Flores! Mundos de perfumes rodeados de pétalas e agarrados ao chão por um só pé, crescem com a crença de que um dia irão chegar ao azul do céu onde se passeia o sol brilhante que incessantemente as alimenta, mas nunca o conseguem. São variadas, quer em cores, formas, numero de pétalas, odores, simbolismos, mas acima de tudo são bonitas, e acabam sempre por colocar um sorriso na cara de quem as recebe. Como mostra de o amor sentido pela cara metade, são oferecidos ramos de flores. Uns pequenos, uns grandes, outros ainda como uma simples rosa, no dia dos namorados deve ser a prenda mais procurada. E tal como eu, muitos outros homens acorreram às florista para comprar um raminho para o seu par. Até aqui tudo normal, mas como não é muito vulgar um homem passear-se na rua com flores na mão, é alvo dos olhares alheios, e neste dia é ver todos os homens, novos, velhos, grandes, pequenos, que andam com flores na mão com um ar envergonhado na esperança de não ser visto por nenhum conhecido! Todos a olhar o vazio que não existe em passo acelerado, que se mais devagar fosse e se lhe conseguisse-mos ler o pensamento decifraríamos “Está tudo a olhar para mim” e “Porque é que os ramos não se podem embrulhar? Assim ninguém via…”. Depois de ter eu passado por isso, e enquanto me deixava conduzir até ao emprego reparei na quantidade de pessoas que carregavam um ramo, e tinham os mesmos sintomas que eu… Sorri na altura, pois apercebi-me que isto são simplesmente bichos na nossa cabeça, pois na cabeça dos outros, na exacta altura que reparam em nós, não têm chacota na cabeça, mas sim inveja porque pensam “só a mim é que não me dão flores”!
Depois desta constatação apenas me resta dizer que oferecer flores é um gesto bonito, quem as recebe agradece e recebe também a felicidade que elas carregam. Não é preciso haver um motivo para oferecer flores, não se oferece só a quem está no hospital, nem só nos anos, nem só no dia dos namorados. Todos os dias são bons para oferecer flores, basta ter uma florista à mão e uma pessoa a quem dar flores… Se é um sorriso que queres receber, tens aqui a receita!

14.2.08

Acorda-me quando chegares XIV


Por entre o nevoeiro
Dos dias atarefados vi-te chegar.
Foste aos poucos entrando,
Na vida que guardava por inteiro.
Era cada vez mais angustiante a espera
Pelo reencontro certo que tardava,
E cada vez mais difícil o adeus
Que por poucas horas me matava!
Morte não perpetua,
Deste corpo insano,
Mas morte da alma,
Que pela dor, ia fraquejando.
Repousava forçosamente
Num sono quase eterno,
Desperto apenas pelo tom de voz
Calmo e sereno
De um anjo que me deu a beber
O seu mais fatal veneno.
Veneno poderoso em que me viciei
Parar de tomá-lo torna-se impossível!
Por um anjo alado me apaixonei,
Ainda que seja pouco credível.
E hoje, perante estes
Que desejava serem trinta mil
Secretamente te sussurro
Leve e de mansinho
O que a minha alma grita
Desesperadamente
Cá dentro
Com medo que tu não oiças
Encosto a boca tremula
Ao teu ouvido delicado
E por breves momentos esqueço tudo
Até mesmo que existo
Apenas me lembro e sinto
O que os meus lábios acabaram de dizer
Palavra pequena e de enorme significado
Que demostra toda a insanidade que me compõe
Devagar, com carinho e ternura
Solto um Amo-te
E um sorriso
Por saber que também o disseste...

12.2.08

Pertences-me? Pertenço-te?


Tu não mandas no teu corpo, não podes dizer que é teu, que fazes dele o que quiseres! Ele é que te controla, por isso não o contraries, não o tentes mudar só porque não gostas de ver o reflexo que te devolve o espelho, tu simplesmente vives dentro dele, como se de uma armadura utilizada na cruzada de todos os dias se tratasse. Enquanto lês tamanho devaneio. coloca a mão direita sobre o peito e sente, sente o bater do coração, tenta pará-lo, tenta variar o ritmo dos batimentos… Não consegues pois não? Logo não és dono dele. Não deixes os pulmões consumir o ar que te rodeia, impede as unhas de crescer e o cabelo de desviar a ponta cada vez mais da raiz, não salives, e no caso de salivares não engulas a saliva e sem pestanejar não sues com o calor, impede o corpo de se arrepiar sempre que alguém te sussurra com ternura ao ouvido “amo-te” ou quando te lembras da tua equipa marcar um golo importante em que pareces ainda ouvir todo o público festejar e gritar até as forças fraquejarem… Conseguiste? Bem me parecia, este é apenas um pequeno rol de situações em que tu não tens qualquer tipo de controlo sobre o corpo, como estas existem muitas mais, basta imaginares a digestão por exemplo e todos os seus complexos processos a que chamamos involuntários por não os controlarmos, ou então todas as paixões que não sabes como nem porque as tens, mas que sentes. A imagem que te devolve o espelho sempre que te colocas em frente a ele não te pertence, tu é que lhe pertences, por isso não desejes ser diferente, aprende a gostar de ti, a ver o que tens de bom, a ter autoconfiança e auto estima e lembra-te que só o teu corpo tem direito de te modificar a ti e não tu a ele…

4.2.08

Porque não brilhas (tanto)?


Não! Hoje não consigo escrever coisa nenhuma… Talvez não seja só hoje! Começa a ser irritante a falta de argumentos, palavras, expressões. Falta de ideias para começar e acabar frases, falta de claridade nas ideias transcritas, dificuldade em transpor para palavras aquilo que sinto… Assim não vale a pena escrever… Já não tenho o mesmo à vontade que anteriormente demonstrava, naquelas noites gélidas de Inverno em que eu me penitenciava na varanda, olhando o céu por vezes encoberto, pensando nas minhas mágoas e transcrevendo-as para o papel tal e qual elas estavam atravessadas na garganta ou cravadas a ferros no coração. Era fácil, muito fácil mesmo… Eu próprio estranhava o brilho que tinha essa estrela dentro de mim. A estrela que me ajudava a escrever, que me oferecia uma interminável lista de palavras, maneiras e variedades, para descrever fosse o que fosse. Está a diminuir o brilho, o brilho da estrela que ajudou a escrever alguns textos para o jornal, o brilho que me vem ajudando a adicionar um número de cada vez na “saga” «Acorda-me quando chegares» (e tão longa ela já vai) o mesmo brilho que me criou a ilusão de que eu era capaz de escrever um livro, ilusão essa que me fez começar uma estória que nunca passou disso, de um começo. Sete paginas escritas já sem a intensa luz que outrora brilhara. Podia continuá-la ainda assim, mas lendo o que escrevi sinto que é fraco e nem vale muito a pena fazer alguém perder tempo em ler tal amontoado de letras e frases sem a qualidade que era pretendida! Esta baixa luminescência reflecte-se nas actualizações aqui no blog, cada vez menos periódicas… Talvez esteja a ficar velha a luz, talvez tenham acabado as pilhas, talvez seja apenas um momento menos bom em que a luz esteja a fraquejar, talvez o melhor seja esperar… É isso que vou fazer, não vou deitar fora as sete páginas, não vou deixar de escrever, vou antes pelo contrário tentar escrever mais, mesmo sem a mesma qualidade, mesmo sem o mesmo sentimento e valor mas vou escrever, porque acho que o que a luz sente é tristeza, tristeza por eu nem tentar sequer, tristeza por parecer desistir, por isso vou escrever o máximo possível até que a estrela me volte a preencher, me volte a iluminar, me ajude a gravar no papel aquilo que na alma foi estampado!
Pode parecer estranha a musica que coloquei aqui em baixo, apesar de ter o seu sublime sabor a tristeza, sinto que no meio de tanta angustia, revolta e mistura dos mais variados sentimentos ela me faz sentir bem, me faz relaxar, acalmar, e me leva para bem longe de tudo, num sitio onde não existe tempo, dor, sofrimento, preocupações, não existe nada a não ser paz, paz interior e sossego da mente. Foi ao som dela que este texto se codificou. É difícil, senão mesmo impossível, explicar o porquê desta música me tocar ao de leve, pôr uma lágrima marota ao canto do olho e uma fome insaciável de um abraço bem forte….

Vangelis - Missing



29.1.08

Acorda-me quando chegares XIII - Estou aqui


Triste, assim fico
Porque assim te vejo.
Sem rumo, perdida
Na escuridão da tua vida!
Por entre caminhos esquecidos caminhas,
Tentando disfarçar a mágoa sentida,
Diferente, esta, de todas as outras que tinhas!
Mas eu, eu observo-te de uma distância.
Uma distância que vê através do teu disfarce
E me revela a tua triste e salgada face.
Tudo o que quero de ti é a tua mágoa
Quero curar-te,
Eu quero salvar-te do escuro que te fere.
Dá-me todos os teus problemas
Eu vou aguentar o teu sofrimento!
Entrega-me o que te consome,
Beberei o veneno mortal por ti.
Perguntas porque me importo que te magoem,
Importa-me mais que se me magoassem a mim.
Salvar-te,
Quero salvar-te,
Vou salvar-te.
Dá-me tudo o que te assusta.
Eu terei os teus pesadelos,
Para que durmas profundamente.
Não temas a chama da vela do meu amor
Deixa-a ser o sol no teu mundo de escuridão.
Serei tudo isto, basta desejares…
Basta me acordares quando chegares...

22.1.08

Within Temptation - Frozen

Nem sempre o céu nos mostra o seu azul onde toca cada raio de luz emitido pelo sol, nem sempre as estrelas me fazem companhia quando regresso a casa, nem sempre o sol me aquece, e nem sempre tenho forças para me aquecer. Por muito que tente, fico gelado, sem me conseguir mexer ou sentir seja o que for e acabo por magoar quem mostra carinho por mim... Mas quando bato no fundo, acabo sempre por encontrar uma musica que me traz no caminho de volta, uma musica que se identifica com aquele momento, que me faz libertar uma lagrima de raiva, contrair todos os musculos, soltar um grito do interior que só eu posso sentir e ouvir, e empurrar com toda a força o fundo para longe de mim...


I can’t feel my senses
I just feel the cold
All colors seem to fade away
I can’t reach my soul
I would stop running, if knew there was a chance
It tears me apart to sacrifice it all but I’m forced to let go

Tell me I’m frozen but what can I do?
Can’t tell the reasons I did it for you
When lies turn into truth I sacrificed for you
You say that I’m frozen but what can I do?

I can feel your sorrow
You won’t forgive me,
but I know you’ll be all right
It tears me apart that you will never know but I have to let go

Tell me I’m frozen but what can I do?
Can’t tell the reasons I did it for you
When lies turn into truth I sacrificed for you
You say that I’m frozen but what can I do?

Everything will slip way
Shattered peaces will remain
When memories fade into emptiness
Only time will tell its tale
If it all has been in vain

I can’t feel my senses
I just feel the cold
Frozen...
But what can I do?
Frozen...

Tell me I’m frozen but what can I do?
Can’t tell the reasons I did it for you
When lies turn into truth I sacrificed for you
You say that I’m frozen, frozen...

Frozen Video

5.1.08

Acorda-me quando chegares XII


Partiste novamente, com data prevista, hora marcada, e destino traçado... Não pensei que voltasse a sofrer com a distância, curta fisicamente, mas longínqua no que ao tempo diz respeito... Ano novo vida nova diz a sabedoria popular, mas este início de ano, apesar de novo, não está a ser muito justo. Separou-nos, apenas fisicamente mas separou. Levou de mim a maior parte do tempo que passava contigo. Tirou-me o inicio do dia, aquele passava junto a ti! Tirou-me o sorriso, aquele que te mostrava e aquele que a minha vista deslumbrava, quando te via sossegada, de cabeça encostada ao meu peito a dormir como se no paraíso estivesses e nada te pudesse perturbar, nem nenhum Deus tivesse força para apagar aquele quadro... Tudo isto me tirou o início de ano, e eu sozinho, deixei-me adormecer na esperança de te ter como parte do meu sonho. Não me lembro do que sonho, porque sonho, nem tenho a noção certa do que sonho, mas sei que, quando estou acordado, vêm-me imagens tuas à cabeça que me fazem desejar saber a continuação daqueles fragmentos sem qualquer tipo de ligação. Sei que são partes do sonho. Daquele que sonhei. É cada vez mais difícil ver-te quase só em sonhos. Sinto-me a ressacar e aqueles pequenos sopros do sonho não chegam para curá-la, quero mais, quero-te a ti, quero sentir-te novamente. Tenho um sentimento que me diz que será por pouco tempo e brevemente tudo regressará ao normal, mas isso não chega, e cada segundo que passa é uma eternidade que me moí. Dói ver-te todas as noites e não poder tocar-te, dói ler as tuas mensagens e não poder ouvir-te, dói desejar-te e não poder ter-te, dói lembrar o passado e sentir a diferença do presente. Sem forças capazes de fazer diminuir tamanha diferença, resta-me esperar pelo pôr do sol ainda que encoberto pelas nuvens, pela chegada das estrelas que não vejo, pelo acender dos candeeiros das ruas que embalam a minha cidade que se acalma e adormece, já deitado e de olhos fixos no tecto tenho mais um sopro com a tua cara a sorrir, um aperto no coração e uma lágrima marota mostram o quanto te amo, tento serrar as pálpebras molhadas pelo liquido que me salgou a cara, desejo sonhar contigo toda a noite, para ter visões tuas todo o dia, digo-te boa noite na esperança que oiças o meu grito mudo e adormeço... Não sei se vou sonhar, nem se me vou lembrar do que sonhei, nem sequer se vou sonhar contigo, mas adormeço na esperança de que quando acordar teres sido tu a me acordar...