25.9.10

Diário da Índia - Dia 1

Este sim deveria ter sido o meu primeiro dia de trabalho. Digo deveria porque na verdade não foi. Depois de 3 horas mal dormidas no quarto de hotel estava na hora de me preparar para fazer um novo voo, desta vez com destino a Khajuraho, onde nos esperava quem nos levará até Rewa e até à fábrica de cimentos. Depois de 3 horas de voo com uma paragem pelo meio onde não é necessário abandonar o avião, eis que chegamos a Khajuraho, um aeroporto parecido com uma central de camionagem com cerca de 40 anos. Cá fora estava, sem ramo de flores, o responsável do projecto e mais dois motoristas que gentilmente me tiraram as bagagens da mão e as transportaram por mim até ao carro. Ao contrário do esperado não fomos para Rewa, estamos na verdade a um pouco mais de 300km de Rewa, e ficaremos aqui instalados num hotel até amanhã de manhã, de onde partiremos então para Rewa. À chegada ao hotel voltei a sentir-me um rei, com alguém que me abrisse a porta para sair do carro, encontrei as portas abertas por um segurança que fez continência quando entrei, e veio em minha direcção um empregado do bar trazer sumo natural e bem refrescante. O hotel é simplesmente algo de genial, no chão consigo ver o meu reflexo, e os funcionários espalham bondade e simpatia por todo o lado. Sinto um exagero ser tratado com tanta fineza, mas eles insistem que tem de ser assim. A contrastar com esta enorme bondade está o facto de a Internet via wireless ser taxada. Ora não se vai à Net, queima-se tempo na piscina, água aquecida naturalmente através do sol quente que se faz sentir, e que bem que lá dentro se está, no fim de tantas horas de viagem nada melhor que um banhinho na piscina para relaxar. É a meio de uma dúzia de braçadas na piscina que me lembro que eu não vim cá para tirar férias e que os próximos dias vão ser bem duros, mas deixa-me aproveitar o momento que não terei outro igual tão cedo. Depois do banho de água e de sol, fui fazer uma visita aos monumentos de Khajuraho. Monumentos dedicados a Deuses Hindus e que na parte exterior são decorados com figuras do Kamasutra. É bom recordar que a franquia neste parque é 25 vezes superior para estrangeiros, os Indianos pagam 10 Rupias e os estrangeiros pagam 250 Rupias, e se levarem uma máquina fotográfica ainda têm de pagar mais 250 Rupias. Isto dá cerca de 0,17€ para um Indiano, e 4,17€ para um estrangeiro e o dobro no caso de ele levar uma máquina fotográfica. Depois disto tivemos a nossa primeira experiência de comida Indiana e digamos que foi algo… picante… não, bastante picante… Hora de dormir que amanhã temos Rewa como destino.

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