Continuo sem me habituar ao sol e ao calor. Acordo com o termómetro a marcar 32ºC e consegue rondar durante o dia os 40ºC. Eu passo o dia ao sol, e consigo até sentir a camisola a queimar-me a pele. Aqui tudo queima, as portas dos carros, as ferramentas esquecidas ao sol, os equipamentos que ando a montar, tudo o que recebe a luz do sol. A água é bebida quase sempre morna ou natural porque por muito que se tente encontrar uma sombra para a esconder ela acaba por aquecer. O meu corpo não se habitua e de cada vez que saio lá fora é como se levasse uma chapada que me tolhe o corpo e me tira toda a força, custa respirar com o calor mas custa ainda mais quando o pó do cimento faz parecer que está um dia com nevoeiro intenso. É um país diferente, uma cultura estranha para mim, onde se oferecem doces nos templos, onde andar com uma marca no centro da testa é normal e ninguém faz caso disso, onde os camiões não terem portas ou vidros é normal, onde comer com uma faca é ser estranho, onde jogar futebol e saber as regras é algo de fenomenal, é a Índia, um país que se orgulha de afirmar que na Índia tudo é possível, até mesmo um português cá vir, fazer amigos, e aprender um monte de coisas a nível de sentimentos e de valores morais. Já levei a minha bofetada de cultura, agora preciso voltar ao ponto de partida, que será a minha chegada, preciso voltar à minha normalidade, e lembrar para sempre estas diferenças que começam a ser cada vez mais iguais!
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