24.10.10

Quem és?

Voltei para um mundo
Que afinal já não é meu.
Deixei de lhe conhecer o fundo,
Conheço-lhe agora apenas o céu.
O mesmo céu que me trouxe de volta
Para junto dos velhos conhecidos
E me atirou para uma roda solta
Cheia de estranhos apetecidos.
Confundem-me as investidas
De quem antes me ignorava
Por tornar em tão repetidas
As visitas onde antes estava
Apenas eu, e o meu mundo.
Aquele que eu idolatrava
E onde nunca sequer por um segundo
Tanto desconhecido nele entrava.
Não sei que raio se passou
Se terá sido pela pequena ausência
Mas alguém aqui esteve e mudou
O mundo que era meu e a sua aparência.
De entre todos há quem me vicie,
Por ser diferente nas suas conversas
Faz com que goste e aprecie
O que me diz, e não tenha pressas
De sair para outro lugar
Onde não a consiga ter,
Pois apesar de não lhe chegar
Algo me nasce dentro do ser
Que me faz ficar colado
A quem afinal mal conheço,
Mas depois de cá ter entrado
Estranho a hora em que me despeço.

2 comentários:

lau disse...

rui, es um escritor muito booom!

Vlinder disse...

Algo me diz que preciso que me expliqes o verdadeiro sentido disto*