18.11.11

Diário da Índia - Dia 0

É novamente bem cedo que me faço à aventura. Afinal a caminhada não será assim tão diferente da última, apenas alguns pormenores mudam. Ia o sol a meio do seu sono quando me despedi dos que cá ficaram, levando comigo o nó no peito de recordação, ainda assim, obrigo a que em mim reine a boa disposição, numa tentativa de tornar tudo menos doloroso. Não sei se por mero acaso, por infelicidade ou por “vontades” de alguém que desconheço, as coisas não começam da melhor forma e a meio da fila para a revista da passagem à zona de embarque oiço o meu nome ser chamado nos altifalantes do aeroporto, estava atrasado e estavam já a fazer a última chamada… Ultrapassou-se esse pequeno problema e lá entrei no avião, com lugar reservado na última fila, junto do corredor. Lembro-me bem do avião ter levantado, mas a certa altura o peso nos olhos era tanto que fui obrigado a cerrar as pálpebras, ainda que não seja considerado dormir. Dormir dentro de um avião é tarefa impossível, uma vez que, para mim, dormir implica descansar.
Chegado ao gelado povo alemão, procurei a porta de embarque, ainda fechada, que me levará a Deli, procuro depois um local para almoçar, desta feita o McDonalds  para que me lembre de quando foi o última vez que a carne fez parte da minha ementa. Regressado à porta de embarque, reparo que me acabaram de marcar um lugar em executiva com o nome de Jacob Xavier… Alguém quer que fique por aqui e que não embarque rumo à Ásia. Apesar da senhora do balcão da companhia aérea Lufthansa não ter ficado muito convencida de que o meu nome não era Jacob, lá me deu o bilhete certo, sentado entre um indiano com cerca de 30 anos e uma indiana bem mais velha, com cerca de 60, no corredor do meio do avião. Desta viagem lembro-me apenas de alguns tópicos, lembro-me de passar grande parte do tempo de olhos fechados, lembro-me da primeira refeição, frango com batata, lembro-me da dor de costas terrível e lembro-me do desespero que começo a sentir por não poder descansar e dormir em condições, custou imenso fazer a viagem, mas lá se fez e cá cheguei… Olá Deli!

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