Eis
que chegou o dia que eu mais receava, o dia e que já nada é novidade, em que
tudo se torna monotonamente chato, em que o buzinar musical dos camiões já não
me faz sorrir, o dia em que todas estas curvas, subidas e descidas já não me
fazem sentir numa animada montanha-russa mas sim num infernal e enjoativo
caminho a percorrer e que parece cada vez ser maior. Sinto-me exausto, sem
força física e força de vontade para acabar o que comecei, contudo, sei que
tenho de o acabar… Fui abaixo, não há grande coisa que me ajude deste lado a
encarar melhor os sentimentos que se baralham. Na verdade nem sequer tenho
pensado muito no que tinha antes de cá chegar, ou no que vou encontrar quando
lá chegar. Tenho tentado manter dentro de um frasco toda a ansiedade e toda a
saudade. Já nem os macaquinhos que me cabem na palma da mão e que por aqui
brincam me fazem animar. Apenas os aprecio com o olhar distante. Custou-me a
passar este gélido dia, custou-me continuar a imaginar que não existe nada mais
do que o que consigo ver. Custou-me ver as injustiças e só não me custou a
adormecer…
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