26.11.11

Diário da Índia - Dia 8


Eis que chegou o dia que eu mais receava, o dia e que já nada é novidade, em que tudo se torna monotonamente chato, em que o buzinar musical dos camiões já não me faz sorrir, o dia em que todas estas curvas, subidas e descidas já não me fazem sentir numa animada montanha-russa mas sim num infernal e enjoativo caminho a percorrer e que parece cada vez ser maior. Sinto-me exausto, sem força física e força de vontade para acabar o que comecei, contudo, sei que tenho de o acabar… Fui abaixo, não há grande coisa que me ajude deste lado a encarar melhor os sentimentos que se baralham. Na verdade nem sequer tenho pensado muito no que tinha antes de cá chegar, ou no que vou encontrar quando lá chegar. Tenho tentado manter dentro de um frasco toda a ansiedade e toda a saudade. Já nem os macaquinhos que me cabem na palma da mão e que por aqui brincam me fazem animar. Apenas os aprecio com o olhar distante. Custou-me a passar este gélido dia, custou-me continuar a imaginar que não existe nada mais do que o que consigo ver. Custou-me ver as injustiças e só não me custou a adormecer…

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