20.11.11

Diário da Índia - Dia 2


Só hoje com a luz do dia consigo perceber onde realmente estou. Rodeado de montanhas muito próximas de mim, e numa montanha mais baixa que todas as outras. As estradas que se serpenteiam pelas encostas fazem-me perceber o porquê da demora para cá chegar. Da montanha onde eu vivo (leia-se durmo) consigo ver a montanha onde a fábrica está plantada, e entre estas duas montanhas existe uma outra montanha onde fizeram um túnel para melhor a atravessar. Ao contrário do que parece estou em linha recta a pouco mais de 2 quilómetros! A curiosidade deste túnel, é que mesmo escavando toneladas de pedra o túnel foi feito cheio de curvas. Após a reunião onde se acertaram alguns pontos, fez-se a visita ao (futuro) armazém para desembalar tudo e pegar no material necessário para iniciar a obra. À hora de almoço recebemos informação que estão a passar uns cabos para os nossos quartos que nos permitirão ter internet, a ver vamos se é verdade, o cabo já cá está dentro pelo menos. Foi melhor esta notícia que o almoço em si, estava demasiado picante a massa. A tarde começou com um protesto dos camionistas que fecharam a entrada e a saída da fábrica com dois camiões, o que atrasou tudo, “furado” este protesto a tarde arrastou‑se e arrastou-se e eu senti-me cada vez mais fraco, fruto das saudades e das falhas na alimentação.  Por entre um idioma que não percebo e um inglês muito mal expresso lá chegou a hora de jantar e de comer uma massa melada mas já sem picante. Não é saborosa, mas a ideia de ser algo que me dá energia faz-me ter vontade de a comer.  A internet ainda cá não está, mas o sono já cá morava, hora de dormir e sonhar com um dia bem melhor amanhã.

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