14.11.12

Diario da India III - Dia 11



Sinto falta das notícias em Portugal, por estes dias tem sido lá um sem fim de manifestações contra a austeridade, passeou-se por lá a chanceler alemã, Angela Merkle, e joga hoje a selecção portuguesa de futebol contra o Gabão, sem o carismático Cristiano Ronaldo, mas com 7 jogadores do meu Sporting de Braga convocados! Que orgulho, e que pena não os poder ver em acção. É também hoje dia de greve geral. Por cá não fiz greve, mas foi parecido, hoje é o feriado do Diwali, ninguém trabalha, a fábrica está deserta, as máquinas que não podem ser paradas soam a silêncio e às 7 horas da manhã ainda está tudo a dormir. Reina a paz, a calma e o sossego. Despachei o que era possível pela manhã, pequenas coisas agarradas ao dia anterior, e tirei a tarde para descansar e recuperar energias na esperança de voltar com mais vontade e determinação ainda em acabar de vez com todas as tarefas. A ideia parecia excelente, mas revelou-se entediante, e fiz uma serie de coisas inúteis, entre elas dormir e organizar as fotos e músicas do telemóvel e do disco externo. A meio da tarde senti a mesma dificuldade que há dois anos num quarto na outra ponta deste corredor, não consegui ter água fria na torneira. Os dias aqui continuam quentes e estando eu a precisar de passar água fresca pela cara fui até ao lavatório mas a torneira mesmo virada para o lado azul vertia água quente demais para ser considerada só morna. O eterno problema das canalizações por fora das paredes, o sol aquece os tubos e por sua vez a água. Caiu a noite e os foguetes diminuíram em relação ao dia anterior, prevê-se por isso uma noite bem mais calma, a contrastar com dia previsto para amanhã. Olho-me uma última vez ao espelho, sinto que estou a ficar mais escuro, nem tenho apanhado muito sol, talvez sejam só côdeas. Passo a mão na barba que já nem arranha, está grande demais, amanhã corto, hoje é hora de ir dormir.


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