Sinto
falta das notícias em Portugal, por estes dias tem sido lá um sem fim de
manifestações contra a austeridade, passeou-se por lá a chanceler alemã, Angela
Merkle, e joga hoje a selecção portuguesa de futebol contra o Gabão, sem o
carismático Cristiano Ronaldo, mas com 7 jogadores do meu Sporting de Braga
convocados! Que orgulho, e que pena não os poder ver em acção. É também hoje
dia de greve geral. Por cá não fiz greve, mas foi parecido, hoje é o feriado do
Diwali, ninguém trabalha, a fábrica está deserta, as máquinas que não podem ser
paradas soam a silêncio e às 7 horas da manhã ainda está tudo a dormir. Reina a
paz, a calma e o sossego. Despachei o que era possível pela manhã, pequenas
coisas agarradas ao dia anterior, e tirei a tarde para descansar e recuperar
energias na esperança de voltar com mais vontade e determinação ainda em acabar
de vez com todas as tarefas. A ideia parecia excelente, mas revelou-se entediante,
e fiz uma serie de coisas inúteis, entre elas dormir e organizar as fotos e
músicas do telemóvel e do disco externo. A meio da tarde senti a mesma
dificuldade que há dois anos num quarto na outra ponta deste corredor, não
consegui ter água fria na torneira. Os dias aqui continuam quentes e estando eu
a precisar de passar água fresca pela cara fui até ao lavatório mas a torneira
mesmo virada para o lado azul vertia água quente demais para ser considerada só
morna. O eterno problema das canalizações por fora das paredes, o sol aquece os
tubos e por sua vez a água. Caiu a noite e os foguetes diminuíram em relação ao
dia anterior, prevê-se por isso uma noite bem mais calma, a contrastar com dia
previsto para amanhã. Olho-me uma última vez ao espelho, sinto que estou a
ficar mais escuro, nem tenho apanhado muito sol, talvez sejam só côdeas. Passo
a mão na barba que já nem arranha, está grande demais, amanhã corto, hoje é
hora de ir dormir.
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