30.11.12

Diario da India III - Dia 27


Acaba-se hoje o Novembro. Por cá sentem-se as noites cada vez mais frias apesar de o édredon, única peça que “veste a cama”, ser bastante quente. Ainda assim falta-me aquele aconchego que me habituei a ter pouco antes de embarcar rumo à terra das especiarias. Quanto aos dias continuam quentes. Continuo com a desesperante tarefa de esperar que terminem o que têm para fazer para depois concluir eu o meu serviço, enquanto isso não acontece recorro ao leitor de mp3 acabado de carregar com mais músicas, as músicas de sempre, o mais variadas possível para se adequarem a todos os estados de espírito. Vale de tudo para matar o tempo, tira-se algumas fotos, mesmo que sem motivo aparente, percorre-se os pontos de instalação para verificar mais uma vez o lento avançar da instalação. Chega o desespero, por já nada servir para matar o tempo, já nada me entretém e sinto-me cansado, de rastos, mesmo sem fazer nada. Sinto os gémeos ameaçarem que quebram e não percebo a razão, sinto-me mentalmente fatigado e um fúria enraivecida a nascer-me no interior por não ver o tempo passar. Recebi hoje a confirmação de que não será este fim-de-semana que regresso ao meu cantinho. Não será tão cedo como desejaria o meu reencontro com quem mais amo, não será tão cedo que vou acabar com esta saudade que me queima por dentro. Quero tanto que isto termine, quero tanto voltar, quero nunca mais regressar…

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