Descobri
duas coisas que todos os indianos têm, além de muitas outras bem estranhas,
fiquemos só por estas duas. Ter um lenço “da mão” também conhecido por lenço de
pano sempre à mão e conseguir beber uma garrafa de água de uma só vez sem tocar
no gargalo da dita e sem fechar a boca, tentem esta proeza. Esta perícia acaba
por ser fácil de perceber porque atinge toda a gente, com a falta de limpeza e
higiene que por aqui cresce mais que cogumelos na floresta e não sendo ético
(mesmo na India) negar água a ninguém, toda a gente bebe de todo o lado, com a
devida autorização desde que não enfie lá os beiços. Confesso que tentei e como
é evidente molhei-me todo, só consigo encher a boca, fechá-la e engolir a
aguinha, sempre engarrafada e lacrada, a saber ao cloro. Quanto ao lenço da mão
é essencial e serve para tudo, desde máscara de partículas a engraxador de
sapatos (a quem os tem), serve ainda para limpar o nariz e o suor que escorre
pela cara ou as mãos no fim de as lavar, um multiusos portanto. Tenho passado
nos últimos dias por imensos animais que andam à solta, não têm dono, mas que
convivem no meio das pessoas como se sempre aqui estivessem. Entre eles,
corvos, javalis e imagine-se raposas. Faz-me uma certa confusão como estes
animais se passeiam pelo meio de pessoas, bicicletas, motas carros e camiões.
Raio de país estranho. Tirando todas estas curiosidades continuo a ingerir
quilos de cimento diariamente e creio estar a ficar com os neurónios muito
perto do “Tilt”, talvez seja cimento a mais.
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