As
condições meteorológicas conseguem, por vezes, moldar-nos o estado de espirito
e as vontades. Associámos facilmente a chuva à tristeza, ao desleixo, à falta
de vontade e o sol à alegria, à energia, à vitalidade. Este sol a mim não me
molda. É um sol estranho, um sol que não é meu, um sol que daqui parece
demasiado amarelo, um sol encoberto por uma poeira que não é nevoeiro, é
demasiado sujo para ser nevoeiro. É sol que não me queima mas faz-me suar, não
me torna moreno mas incomoda-me, não me transmite energia mas arde-me e
arranha-me como o cimento que se esfrega na pele. Por aqui não chove, a
temperatura é sempre igual, mas faz-me falta a chuva, faz-me falta um passeio
com a água a regar-me todo o corpo e a encharcar-me a alma. Faz-me falta a água
que brota dos olhos do céu para que parem de brotar lágrimas os meus…
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